quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

LEITURAS SOBRE O MODERNISTA MARIO DE ANDRADE

 Mario de Andrade, um grande nome das artes no Brasil, e por sua tamanha importância, sugerimos esta semana livros que se referem a este grande autor. A primeira obra é De olho em Mario de Andrade, de André Botelho. A trajetória de Mario de Andrade está profundamente ligada à da moderna cultura brasileira. Líder do movimento modernista, Mario participou da Semana de Arte Moderna de São Paulo, escreveu obras importantes, como Macunaíma, e, acima de tudo, viveu intensamente o espírito modernista nas mais diversas esferas. Nas artes, procurou promover o diálogo criativo entre formas populares e eruditas; a partir da música, estudou e refletiu sobre as mais diversas manifestações artísticas; como intelectual e homem público, experimentou e praticou a tão almejada renovação cultural. Com a ajuda de mais de trinta fotos e pinturas que ilustram a vida de Mario de Andrade, André Botelho apresenta esse poeta, romancista, contista, cronista, fotógrafo, colecionador, pianista, professor e leitor inveterado, que um dia se definiu dizendo: “Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cinquenta”.
de_olho
Por falar em Macunaíma, a segunda sugestão é justamente esta grande obra de Mario de Andrade. Neste romance de 1928, o poeta modernista constrói um anti-herói aos moldes do povo brasileiro, Macunaíma é um herói sem caráter que saí de uma tribo amazônica para morar na cidade grande, símbolo de um povo que não encontrou a sua própria identidade. A obra é considerada por muitos críticos como um indianismo moderno além de ser escrita sob a ótica cômica, ela revela o multiculturalismo brasileiro.
macunaima
Por fim, a indicação é a publicação Correspondência – Mario de Andrade e Henriqueta Lisboa, organizado por Eneida Souza. A correspondência de Mario de Andrade com a poeta mineira Henriqueta Lisboa – aqui apresentada na bela e minuciosa edição de Eneida Maria de Souza – resgata uma das funções mais antigas do ato de escrever cartas: o exame de consciência. No projeto epistolar de Mario de Andrade, as cartas trocadas entre ele e Henriqueta durante os seis últimos anos de sua vida se destacam principalmente por dois motivos: o ritmo intenso da interação entre os dois escritores e o aparente paradoxo de duas personalidades tão distintas, com projetos literários muito diferentes, se abrirem a confidências e reflexões marcadamente pessoais, num nível de franqueza e complexidade raras vezes alcançado até mesmo para quem, como Mario, se dedicou sem sossego ao que chamou de “epistolomania”.
correspondencia

[Varejão do Estudante]

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