quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

VERBOS: transitividade; voz passiva; regência

Por que se diz “Trata-se de casos raros” mas ao mesmo tempo se pluraliza o verbo numa frase semelhante: “Tratam-se casos raros de câncer naquele hospital”? Qual a diferença? Na 1ª frase o verbo tratar é usado como transitivo indireto(portanto o sujeito é indeterminado), e na 2ª como transitivo direto, o que lhe permite ser apassivado (há um sujeito na voz passiva).
BCCCV esclarece:


Esses verbos que têm dupla transitividade podem ser encontrados em frases estruturalmente parecidas mas sintaticamente diferentes justamente por causa da preposição. Podemos verificar que, ao ser usado um complemento/substantivo no plural, a construção varia de singular para plural conforme a transitividade ou regência do verbo:


Precisa-se de vendedores ágeis. ["vendedores" é objeto indireto – voz ativa]
Precisam-se vendedores ágeis.  ["vendedores" é sujeito da voz passiva]


Atendeu-se às reivindicações. 
Atenderam-se as reivindicações.


Usa-se de artifícios para driblar a torcida.
Usam-se artifícios para driblar a torcida.


Sempre se utilizou de vacinas para tratar o gado.
Sempre se utilizaram vacinas para tratar o gado.


Sabe-se dessas coisas por meio dos jornais. 
Sabem-se coisas do arco-da-velha.


Falou-se dos deputados em todo o país. 
Falaram-se assuntos impublicáveis no Congresso.


Com este projeto visa-se aos interesses ecológicos da comunidade ilhoa.
Com este projeto visam-se os interesses ecológicos da comunidade ilhoa.


Para dar conta do desafio, parte-se dos seguintes princípios.
Para dar conta da alimentação de todos, partem-se os pães em pedaços.


VOZ PASSIVA COM AUXILIAR E INFINITIVO


Quando se utiliza uma locução verbal na voz passiva com um verbo (principal) transitivo direto, pode-se empregar o auxiliar [dever, poder, estar] tanto no singular quanto no plural:


Deve-se analisar os fatos. 

Pode-se arrumar as camas agora.

Não se pode impor limites ao coração.

Está-se a dizer coisas de arrepiar...

Podem-se comprar carnes e frios à vontade na loja da esquina.

Acredito que se poderiam dar melhores condições aos produtores.

Acho que se devem estudar os processos minuciosamente.


É certo que todas essas frases podem ser desdobradas na voz passiva analítica. Por exemplo: Os fatos devem ser analisados,  carnes e frios podem ser comprados, poderiam ser dadas condições... Esse desdobramento mostra que há um sujeito no plural com o qual deveria concordar o verbo. Contudo, também se pode entender que o sujeito é o infinitivo, como se fosse assim o enunciado: analisar os fatos se deve; impor limites ao coração não se pode... Isso explicaria a aceitabilidade da construção no singular, aliás muito mais usada, por soar melhor.


A maior parte dos livros de gramática foge dessa particularidade. Domingos Paschoal Cegalla, no entanto, ao tratar da concordância do verbo passivo, diz textualmente: “Nas locuções verbais formadas com os verbos auxiliares poder, dever costumar, a língua permite usar o verbo auxiliar no plural ou no singular, indiferentemente” (Minigramática da Língua Portuguesa, Cia. Editora Nacional, 1996, p. 388 e Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, idem, 1985, p. 388).


Maria Tereza de Queiroz Piacentini

TORRE EIFFEL:

Um dos grandes monumentos de Paris:

Quando falamos em Paris, a imagem que vem à mente das pessoas é a Torre Eiffel, um dos maiores monumentos da humanidade. Símbolo de Paris, ela teve sua construção iniciada em 28 de janeiro de 1887.

A Torre Eiffel foi projetada Gustave Eiffel e teve sua inauguração em 1889. Ela já chegou a ser a uma das construções mais altas do mundo e possui 300 metros de altura. Trata-se de uma torre feita de treliça de ferro, localizada no Champ de Mars, e já foi visitada por milhões de pessoas no mundo todo.
O intuito de sua construção era o de comemorar os cem anos da Revolução Francesa (1789-1799). Na época, o governo francês pensou em fazer uma exposição mundial e lançou um concurso de design arquitetônico, foram recebidos mais de cem projetos e o escolhido foi justamente o de Gustave Eiffel, que deu nome ao monumento.
E para quem aprecia a França e suas arquiteturas, sugerimos a leitura do livro O Arquiteto de Paris, de Charles Belfoure. É um romance inspirador sobre escolhas e sacrifícios durante a ocupação nazista Na Paris de 1942, o talentoso arquiteto Lucien Bernard aceita uma encomenda que lhe renderá uma boa quantia de dinheiro, mas que talvez o leve à morte. Se for esperto o bastante, porém, poderá se safar de qualquer problema.
Fonte: Varejão do Estudante