quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

CONCORDÂNCIA NOMINAL: rapidinha

TORNAR PÚBLICAS AS MANOBRAS E TORNAR PÚBLICO QUE...




O BCCCV esclarece:


*Ela voluntariamente "tornou público" as manobras do governo. Atendendo às regras da concordância nominal – o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere –, corrija-se essa frase para:


Ela voluntariamente tornou públicas as manobras do governo.


Acredito que o redator da frase inicial foi induzido ao erro pelo fato de ser mais usual a expressão “tornar público” (no masculino), que é assim usada com o conectivo “que”:


A empresa Santec torna público que estão abertas as inscrições.


O governo do Estado torna público que no dia 17 dará início ao processo.



Não havendo o conectivo, mas sim um substantivo, é preciso fazer a devida concordância:


[masc. singular]      ...torna público o balanço da empresa.

[masculino plural]   ...torna públicos os resultados obtidos.

[femin. singular]     ...torna pública a realização de processo licitatório.

[feminino plural]     ...torna públicas as datas de abertura dos envelopes.



Maria Tereza de Queiroz Piacentini 

PROTOCOLAR e/ou PROTOCOLIZAR? + VERBOS INERENTES:

Jocélia Borges, de São Paulo, quer saber qual o correto e qual a diferença entre protocolar e protocolizar. E Sandra Regina Martins, de Florianópolis, pergunta sobre “alguns verbos de cunho técnico e que não constam no dicionário, tipo disponibilizar, itemizar, customizar e outros do gênero. Às vezes preciso utilizar algum desses verbos e não sei se devo”.


Digamos que você pode, Sandra. “Tudo o que se vê tem um nome” (PVOLP, 1999, p. XXII) e tudo o que se faz também é denominado. Se o ser humano cria objetos, inventa instrumentos e descobre novos afazeres, precisa dar-lhes nomes, que vão sendo incorporados à língua.

A questão é que normalmente na área técnica e científica eles têm vindo do inglês, e aí deveriam pelo menos sofrer uma nacionalização na ortografia. Por que escrever "ticket" ou "copydesk" se podemos escrever tíquete copidesque? Ou "linkar" no lugar de lincar? Na verdade, por que lincar se temos ligar? Por que deletar e não apagar?

A resposta pode ser dada pelo presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), Arnaldo Niskier: “O certo é que a língua portuguesa cresceu, até mesmo em virtude da introjeção de termos ligados ao desenvolvimento científico e tecnológico e de muitos estrangeirismos.(...) Não há como conter esse crescimento, mesmo que, por vezes, seja ele fruto de (...) um lamentável ‘linguicídio’, palavra que, aliás, consta do nosso Vocabulário”. Refere-se ele ao Pequeno Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (PVOLP), organizado pela ABL, cuja edição de 1999 registra a grafia correta e a classe gramatical de 350 mil verbetes. Nele já constam vocábulos como lincar e deletar.

Outro fator que responderia a essa fácil adesão ao estrangeirismo – mesmo nacionalizado – é “a lei do menor esforço”. Consta que o escritor português José Saramago, numa visita ao Brasil, indignou-se ao escutar no saguão do hotel: “Vamos checar”. O Nobel de Literatura não se conteve: “Ora, pois, não se pode mais verificar, averiguar”? O caso é que checar (aportuguesamento do inglês to check) é muito mais fácil de dizer e escrever do que seus sinônimos em português.

Enfim, a língua é mais dinâmica do que os dicionários. Na sua 1ª edição, por exemplo, o Aurélio não consignava o verbo alocar, termo cuja autenticidade hoje ninguém discute. O Aurélio Século XXI ainda não trazia os verbos mencionados pela leitora Sandra, mas os dicionários lançados em 2009 já incorporaram customizar e disponibilizar. De qualquer forma, verbos como agilizar, oportunizar, otimizar, customizar, acessar, deletar, itemizar estão legitimados... pelo uso.

PROTOCOLAR E PROTOCOLIZAR

Ambas as formas – dicionarizadas – têm o sentido de “registrar no protocolo”. Protocolar é uma simplificação brasileira do verbo original protocolizar, formado pelo adjetivo protocolar + o sufixo izar, que indica ação. Para fugir de possível confusão entre o adjetivo protocolar (“FHC teve com ACM uma conversa curta e protocolar”, por exemplo) e o verbo protocolar, um amigo meu sai pela tangente ao empregar "protocolizar" quando usa o infinitivo, utilizando a forma mais rápida e simples nos outros casos:

Favor protocolizar todos os ofícios, solicitou ela.

Afirmou o juiz que o recurso foi protocolado fora do prazo.

O partido protocolou no Senado denúncia de que o deputado estaria envolvido em muitas irregularidades. 

Maria Tereza de Queiroz Piacentini

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

APOSENTADORIA: MULTIPLICADOR

Tábua de mortalidade do IBGE altera cálculo do fator previdenciário 2018:

Multiplicador é utilizado no cálculo das aposentadorias por tempo de contribuição:



O novo Fator Previdenciário, multiplicador utilizado para calcular o valor das aposentadorias por tempo de contribuição, já está em vigor. O índice utilizado na fórmula de cálculo do fator foi alterado pela tábua de mortalidade, divulgada anualmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e já está sendo aplicado aos benefícios requeridos. 
As projeções do IBGE mostram que a expectativa de vida ao nascer cresce a cada ano e, com base nas projeções demográficas que analisa a população como um todo, subiu de 75,5 anos em 2015 para 75,8 anos de idade em 2016. Esse resultado representa um aumento na expectativa de vida ao nascer de três meses e 11 dias. Considerando-se somente a população masculina, a expectativa de vida ao nascer entre esses dois anos passou de 71,9 anos para 72,2 anos, já a das mulheres subiu de 79,1 anos para 79,4 anos.
As informações divulgadas na última sexta nas Tábuas Completas de Mortalidade do Brasil de 2016 com as expectativas de vida para as idades exatas até os 80 anos foram utilizadas para determinar o fator previdenciário, no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.
O Fator Previdenciário é utilizado somente no cálculo do valor da aposentadoria por tempo de contribuição. Na aposentadoria por invalidez não há utilização do fator, e, na aposentadoria por idade, a fórmula é utilizada opcionalmente, apenas quando contribui para aumentar o valor do benefício.
Pelas regras da aposentadoria por tempo de contribuição, se o fator for menor do que 1, haverá redução no valor do benefício. Se o fator for maior que 1, haverá acréscimo no valor e, se o fator for igual a 1, não há alteração.
O novo Fator Previdenciário será aplicado daqui por diante apenas nos casos em que o segurado opte por esta forma de cálculo. Para requerer aposentadoria sem incidência do fator, o segurado poderá optar pela regra 85/95 progressiva.
Os benefícios já concedidos (até 30 de novembro passado) não sofrerão qualquer alteração em função da divulgação da nova tábua de expectativa de vida do IBGE. A utilização dos dados do IBGE, como uma das variáveis da fórmula de cálculo do fator, foi determinada pela Lei 9.876, de 1999, quando se criou o mecanismo.
Correção FGTS, Estudante

domingo, 21 de janeiro de 2018

Á MEDIDA QUE e ou NA MEDIDA EM QUE?

São duas locuções diferentes, embora semelhantes na aparência. Cuidemos para não fazer um cruzamento entre elas, como neste caso: "*À medida em que recuavam, o exército russo e a população civil iam queimando plantações e destruindo fábricas".
Bcccv informa:


I - A locução conjuntiva à medida que está classificada entre as conjunções subordinativas proporcionais; portanto, tem o mesmo significado de à proporção que:

À medida que os relógios de precisão se sofisticaram, a velocidade se tornou vital.

No caso do Mal de Alzheimer, que é a principal doença da memória, os neurônios são destruídos à medida que a enfermidade avança.

À medida que o regime foi se consolidando, só o caminho que Jango preconizava, de resistência política, é que podia mesmo prevalecer”, Brizola reconheceu.

À medida que eram desocupados, galpões impregnados de fuligem passaram a ganhar cores e aromas.

II - A segunda locução não se encontra nos livros de gramática tradicionais, mas está legitimada pelo uso. Não é "invenção de brasileiro". Em francês, por ex., se diz "dans la mesure où". Em italiano: "I diritti umani hanno in potenza una dimensione culturale, nella misura in cui un diritto culturale è un diritto all'identificazione". Na medida em que se encaixa nas conjunções causais, tendo o sentido aproximado de “pelo fato (razão, motivo) de que, uma vez que, já que, porquanto”:

O Estado, na medida em que se responsabiliza apenas pelo financiamento do Ensino Fundamental, estaria se abstendo de cumprir seu papel de promotor do bem comum.

O currículo escolar daria então sua contribuição na medida em que abrisse discussões ideológicas e metodológicas.

Essa concepção de linguagem está associada à teoria da comunicação e é falha na medida em que reserva ao emissor um papel ativo e ao receptor um papel passivo.

A requisição distingue-se da desapropriação na medida em que somente a União pode requisitar a desapropriação, entre vários outros fatores.

Maria Tereza de Queiroz Piacentini

sábado, 13 de janeiro de 2018

DICAS DE LEITURA PARA CRIANÇAS:

Leituras para brincar e se divertir:

Brincar nunca é demais. Por isso, estamos indicando leituras bem legais. A primeira delas é Mundo de O Om Nom – Livro De Brincadeiras, da Equipe Editora Carochinha. Astro da série de jogos ‘Cut the Rope’, Om Nom estreia agora em livro, com histórias, brincadeiras e um montão de adesivos que vão divertir, instigar e estimular o raciocínio lógico das crianças. Sem esquecer, é claro, os divertidos amigos de nosso herói, sempre prontos para ajudá-lo.
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A segunda dica é o Melhores brincadeiras musicais da Palavra Cantada. Nesta publicação, a Palavra Cantada traz diversos jogos e brincadeiras criados com base nas suas músicas de sucesso. No DVD, você aprende como brincar. Além de ouvir e se divertir com “Sopa”, “Rato”, Fome Come”, “Ciranda” e muitas outras canções, você vai aprender o que é ritmo, melodia, timbre, acorde, pulso, intensidade e outras coisas fascinantes do mundo da música. Convide a família, os amigos e divirta-se com As Melhores Brincadeiras Musicais da Palavra Cantada!
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Por fim, a sugestão é o livro A brincadeira, de Milan Kundera. Um estudante envia um cartão-postal ironizando o dogmatismo comunista. Punido com anos de trabalho braçal, ele tentará se vingar, mas não sem enfrentar uma série de perguntas. No centro dessa narrativa, contudo, não está a História nem a política, mas sim os enigmas da existência humana.
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Fonte: Varejão do Estudante.

PREFIXO TELE: Rapidinha de Português:

Com hífen ou sem hífen? Quando?
BCCCV esclarece:


TELE



Alguns estabelecimentos comerciais já estão seguindo a regra oficial no tocante ao prefixo TELE, qual seja: unir sem hífen os dois elementos da composição, com uma exceção: diante da letra E usa-se o hífen

Exemplos: televendas, teleteatro, telemaníaco, teleguiado, telecurso, teleconferência, telepizza, telemarketing, teleaviso. 


Exceção: tele-entrega, tele-educação, tele-estreia, tele-equipamento.




No caso de composição com palavras que iniciem com S ou R, deve-se dobrar essas letras para que se preserve a pronúncia: 

telessala, telessupervisão, telessistema, telessegurança; telerreunião, telerrecepção, telerrobô, telerradiodifusão.


Maria Tereza de Queiroz Piacentini

VOCATIVO:

RAPIDINHA DE PORTUGUÊS:
BCCCV informa:


Vocativo é o termo que serve para chamar alguém. Pode ser um nome de pessoa, de país, de cidade, um apelido, um adjetivo carinhoso, um termo chulo, uma xingação. Basta ser um chamamento para ser um vocativo em termos gramaticais. E é evidente que no título acima “Brasil” funciona como um chamamento, uma convocação. É o mesmo caso de:
 
Você viu o doutor, José?

Vou lhes contar um outro caso, pessoal.

Ouça, meu amigo.
 
Agora, ao encontrar essas mesmas frases sem a vírgula você as leria de modo completamente diferente, pois elas passariam a ter significado diverso. Confira:
 
Você viu o doutor José?

Vou lhes contar um outro caso pessoal.

Ouça meu amigo.
 
Mesmo quando não existe o perigo da ambiguidade ou do sentido obscuro, a vírgula é obrigatória:
 
Mercedes, podes me trazer um café?

Vejam que a situação mudou, meus caros.

Ó céus, o que foi que eu fiz?

Olha lá, seu tolo, o que você está dizendo!

Oi, Alex

Acorda, Brasil, está na hora da escola.
 
Observe que:
1) o vocativo é separado por uma ou duas vírgulas, dependendo da sua posição na frase;

2) a partícula “ó” poucas vezes acompanha o vocativo, embora seja sempre admissível à sua frente; ela serve para identificar o vocativo em caso de dúvida: Avança, (ó) Brasil; (ó) Mercedes, vem cá.

Maria Tereza de Queiroz Piacentini

quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

STEPHEN KING: Grandes nomes das artes e Literatura

Stephen King. Norte-americano, nascido em Portland, em 1947, ele é o célebre autor de uma famosa publicação: Carrie ou Carrie, a estranha como ficou conhecida a obra no cinema, seu primeiro romance publicado em 1974.


Dizem que foi o fato de ter visto um grave acidente de um amigo na infância que o fez se inspirar em histórias horripilantes, fato que ele nega. Escritor de best-sellers do gênero terror, ficção e fantasia, quase todos os seus livros foram adaptados para cinema ou TV. Graduado em licenciatura em Inglês, iniciou a carreira lecionando na Hampden Academy. Tendo já publicado dezenas de livros, também escreveu episódios para a série Arquivo X
Seus livros foram publicados em mais de 40 países e venderam cerca de 400 milhões de cópias, sendo o 9º autor mais traduzido no mundo, com 200 contos e mais de 50 livros, que encantam várias gerações de leitores. Dentre as obras famosas adaptadas ao cinema podemos citar “Conta Comigo”, “Um Sonho de Liberdade”, “Eclipse Total”, “Lembranças de um Verão”, “O Iluminado”, “Louca Obsessão” e “À Esperança de um Milagre”,. Toda essa façanha literária e cinematográfica o levou a ganhar, em 2003, a Medalha Nacional da Fundação do Livro.
Fonte: Varejão do Estudante.

MARIO QUINTANA:

GRANDE NOMES DAS ARTES E LITERATURA:

Poeta, escritor, jornalista e tradutor, Mario Quintana – sem acento agudo mesmo, como ele mesmo disse que foi registrado, nasceu em 1906, na cidade de Alegrete, no Rio Grande do Sul. Faleceu em 5 de maio de 1994, em Porto Alegre. Solitário, não casou, nem teve filhos.
Referenciado como o “poeta das coisas simples”, seu estilo é reconhecido pela perfeição técnica, humor, ironia e profundidade. Escritor de dezenas de obras autorais, entre poemas, antologias e livros infantis, ele traduziu cerca de 130 obras da literatura universal, a exemplo de Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust e Mrs Dalloway, de Virginia Woolf, e autores clássicos como Giovanni Papini, Voltaire e Maupassant.
Foi indicado para a Academia Brasileira de Letras em 1940, ano em que publicou seu famoso livro de poemas, “A Rua dos Cataventos”, bastante utilizado como livro de leitura escolar. Recebeu, em 1980, o Prêmio Machado de Assis da ABL e, um ano depois, o Prêmio Jabuti, de Personalidade Literária do Ano. Treze poemas seus foram musicados pelo maestro Gil de Rocca Sales, para o recital de canto Coral Quintanares, sendo apresentado pela Madrigal de Porto Alegre, na Casa de Cultura Mario Quintana.
Entre as suas obras mais conhecidas estão: A Rua dos Cata-ventos (1940), Canções (1946), Sapato Florido (1948), O Batalhão de Letras (1948), O Aprendiz de Feiticeiro (1950), Espelho Mágico (1951), Antologia Poética (1966), Quintanares (1976), Lili Inventa o Mundo (1983), O Sapato Amarelo (1984), entre outros. Por sinal, o livro Lili Inventa o Mundo, teve montagem para o teatro infantil, por Dilmar Messias.
Dentre os poemas, o mais conhecido é o Eu Passarinho, publicado na série Para gostar de ler 41. Suas obras também foram muito elogiadas por autores de renome como Carlos Drummond de Andrade, Vinícius de Morais, Cecília Meireles, João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira.
Fonte: [Varejão do Estudante]