quarta-feira, 29 de agosto de 2012

ACENTUAÇÃO - proparoxítonas:


Se há um aspecto da Língua que diz respeito a todas as categorias de escribas
é sem dúvida a acentuação.
Ortografia é fundamental, é o complemento de um bom texto.
Acentuar corretamente é importante em qualquer situação.
Mesmo nas mensagens eletrônicas a que se quer atribuir algum valor.
Como nem todas as pessoas escrevem em computador ou dispõem de um bom
corretor ortográfico, vamos relembrar, numa série de artigos, as regras e a razão 
dos acentos gráficos em português.


A acentuação gráfica serve para informar a leitura correta das palavras.
Alguns acentos indicam a intensidade e outros informam se a pronúncia é aberta ou fechada.
Devemos nos lembrar que a Língua Portuguesa é predominantemente paroxítona:
caneta, escrevo, amamos, dizem, jovens, claro, clareza, varia, horas, saia, banana, carinho...
e por aí seguem milhares de palavras com pronúncia forte (tonicidade) na penúltima sílaba. 
Há também aquelas – em menor número – cujo acento tônico recai naturalmente na última sílaba:
são as palavras terminadas em  i, u, r, l, ão, ã, como ali, caju, valor, papel, falarão, maçã.
O acento gráfico, portanto, marca a exceção.

Assim, devem ser acentuadas todas as palavras cujo acento tônico (intensidade de pronúncia)
recaia sobre a antepenúltima sílaba. São as proparoxítonas, que constituem sensível minoria 
em português, como pêssego, lâmpada, fenômeno, límpido, ácido, tíquete, revólveres, êxito, 
estereótipo, rubéola, fac-símile, debênture. A importância do acento – agudo ou circunflexo –
para informar a pronúncia correta pode ser vista nos pares de exemplos abaixo:

Meu pai sempre pacifica seus netos. / Sua família é pacífica e ordeira.

Ela critica seu modo de cozinhar. / Ela é uma pessoa muito crítica.

Não publico meus discursos agora, mas no futuro o farei. / Não frequento parque público.

Sempre me exercito de manhã cedo. / O menino tem um exército de brinquedo.

Pratica bastante, que aprenderás logo. / A prática é diferente da teoria.

Espero que o cantor interprete minhas favoritas./ O embaixador solicitou um intérprete.

Será que você não duvida de nada? / Qual é a sua dúvida agora?

Não habito no paraíso dos meus sonhos. / O hábito não faz o monge.

O trânsito vitima milhares de pessoas por ano no Brasil. / A população é a vítima.

Peço que analises estas amostras de sangue. / As análises serão feitas no laboratório X.

Já nem calculo quanto tempo perdi. / Fez o cálculo da areia necessária para a construção.

Eu mesma digito meus artigos. / O dígito verificador foi calculado de maneira errada.

A bandeira tremula ao gosto do vento. / Fez a assinatura com mão trêmula.

Jamais trafego à margem da rodovia. / Evito os percursos de tráfego mais pesado.

Todo verão a loja liquida seus estoques. / Prefiro medicação líquida a comprimidos.

Imagine ler o termo grifado à direita como se não tivesse acento. Que diferença! Devemos lembrar ainda
que os verbos não fogem à regra. Muitos deles, quando estão na primeira pessoa do plural, precisam ser
acentuados por serem proparoxítonos: “Era maravilhoso quando saíamos juntos, como se fôssemos parar
no tempo... Não dispúnhamos de dinheiro mas não perdíamos o bom humor. Levávamos a vida cantando,
como se quiséssemos mostrar a todos quantoéramos felizes.”

Da mesma forma devem levar acento os nomes próprios proparoxítonos: Amábile, Ânderson, Ângela,
Angélica, Émerson, Éverton, Eurídice, Jéferson, Orígenes, Róbinson, Rosângela, etc.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

HORAS - [grafia]


HORAS

A grafia que deve ser adotada em jornais, sentenças, acórdãos, convites, convocações, cartazes
e coisas do gênero é a seguinte:

HORA REDONDA: 8 horas / 10 horas ou 10 h [abreviação sem s e sem ponto; espaço antes do h]

HORA QUEBRADA: 8h35min 10h05min / 10h35   [sem dar espaço entre os elementos]

A grafia por extenso – que é menos visual – se reserva para convites formais como o de um casamento:
A cerimônia será realizada às dez horas do dia vinte de maio. Entretanto, já se encontram convites bem
modernos e elegantes com o uso de algarismos: às 10 horas do dia 20 de maio de 2007.

A grafia com dois-pontos, por ser a mais visual, é usada em áreas específicas como anotações de voo,
competições, agendas ou programações com horário em sequência ou um abaixo do outro etc.: 08:00 h
/ 09:30 h / 10:00 h / 10:05 h / 14:35 h / 20:01 h

http://www.bcccv.blogspot.com         Lucinéa Wertz/2012

sábado, 18 de agosto de 2012

VÍRGULAS? Com nomes próprios?


Os nomes próprios de pessoas escritos numa frase podem ou não ser separados por vírgulas – e disso
entendem os jornais e revistas, que falam não só de chiques e famosos mas de políticos e de outros
simples mortais. Também o advogado, em seu trabalho, cita muitos nomes de pessoas. E aí a vírgula
pode contribuir para aclarar uma situação, dar uma informação correta. É o caso, por exemplo, de filhos
ou funcionários envolvidos numa questão jurídica. Se determinada empresa tem vários funcionários e foi
um deles que, digamos, abalroou o veículo X, a frase será assim:

Afirma o réu que seu funcionário Mário Tadeu dirigia o veículo na ocasião.

Se tal réu tivesse apenas um empregado, o nome deste iria entre vírgulas:

Afirma o réu que seu funcionário, Mário Tadeu, dirigia o veículo na ocasião.

Neste último caso, o nome se torna um aposto explicativo (o qual equivale a uma oração adjetiva 
explicativa sem "que é"), o que justifica sua separação por vírgulas.




Sendo assim, sempre que se referir a pessoa que tiver um cargo único e especificado na frase, como
presidente da República, do Senado, da Câmara Federal, de um partido político, de uma empresa etc.,
ou governador de um Estado, faça a separação do nome da pessoa por vírgulas – uma ou duas,
conforme sua posição na frase.
Também é o caso de pai e mãe, que temos um só, e de marido e mulher:

A mãe de Caetano e Bethânia, dona Canô, é quase tão famosa quanto os filhos.

O governador de Santa Catarina em 2001, Esperidião Amin, e o então ministro da Ciência
e Tecnologia, Ronaldo C. Sardenberg, oficializaram um projeto pioneiro no país – a Rede
Catarinense de Ciência e Tecnologia.

A ação contra a empresa TAL foi proposta por João Silva e sua mulher, Amália J. Silva.

O fundador de Jaraguá do Sul, Emílio Carlos Jourdan, morreu em 8 de agosto de 1900,
no Rio de Janeiro.

Mas quando se referir a um entre vários da mesma categoria – como ex-governador, ex-esposa, diretor de
empresa (normalmente há mais de um diretor), professor de escola, habitante, ator, candidato etc. – não
faça o destaque do nome entre vírgulas:

Um dos palestrantes foi o economista e especialista em gestão condominial César 
Thomé Júnior.

O ex-governador do Paraná Álvaro Dias concedeu entrevista a uma rádio de Maringá.

O brusquense Eleutério Graf abriu sua banca num dos principais pontos da cidade.

Para a professora da USP Roseli Baunel, especializada em Educação Especial, a escola
deve perceber o que pode oferecer ao aluno com deficiência visual.

Os candidatos a vereador Tobias Sailor e Tadeu Pilli devem comparecer ao debate.

No caso de irmãos e filhos, depende:
Filho único é separado por vírgulas.
Havendo mais de um filho ou filha, as vírgulas não devem ser usadas.

O jornal publicou pequena entrevista com o filho de Celso Pitta, Victor.

Vera Fischer e sua filha, Rafaela, aparecem juntas na foto.

Os seus irmãos Samuel e Sandra estarão competindo em tênis de mesa.
[deduz-se que haja outros irmãos].

Quando se tratar de nomes estrangeiros ou desconhecidos, ou quando ocorrer uma repetição de nomes
(Paulo Paulo, por exemplo),  deve-se inverter a ordem dos termos. Em vez de:

- O líder da Frente Revolucionária Unida Foday Sankoh recebeu treinamento militar na Líbia.

- O ex-governador de São Paulo Paulo Maluf se candidatou novamente.

Escreva assim:

Foday Sankoh, líder da Frente Revolucionária Unida, recebeu treinamento militar na Líbia.

Paulo Maluf, ex-governador de São Paulo, se candidatou novamente.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

REGÊNCIA DE VISAR // e // PEGO OU PEGADO? :


REGÊNCIA DE VISAR

I. Com o sentido de "dirigir o olhar ou a pontaria; pôr o visto em", é transitivo direto:

Visou o alvo / a refém / os pardais.

Os fiscais visaram o passaporte e demais documentos.

O gerente financeiro deve visar a folha de pagamento.

II. Com o sentido de "propor-se, dispor-se, ter em vista, pretender, objetivar", pode ser transitivo
indireto (com a preposição A) ou direto:

O ensino visa ao progresso social.

O novo ambulatório visa a atender a população de baixa renda.

As notas, porém, visavam mais o professorado que os alunos.

As medidas propostas visam acabar com a corrupção no Brasil.

PEGO OU PEGADO?
BCCCV- Lucinéa Wertz

Hoje em dia usam-se indiferentemente os dois particípios – pego e pegado, seja com os auxiliares ter/haver,
seja com ser/estar. Pego é a forma inovada e pegado a forma tradicional. Exemplos:

Ele foi pego em flagrante.

Ele foi pegado à força.

Não tenho pego resfriado ultimamente.

Não temos pegado peixes graúdos.