quinta-feira, 21 de junho de 2012

ESSE, ESTE, AQUELE

                                                               ESSE, ESTE, AQUELE:

Emprego dos pronomes demonstrativos em relação ao DISCURSO:

. entre dois ou três fatos citados:
o primeiro que foi citado : -  AQUELE
o do meio: -    ESSE
o último citado: -  ESTE

Houve uma guerra no mar entre corsários de França e Inglaterra: estes [desnecessário dizer que são
os corsários  ingleses] venceram aqueles.

Música de câmara e ópera são as suas preferidas: esta, porque mexe com seus sentimentos;
aquela, pelos efeitos relaxantes.

UMA QUESTÃO DE CLAREZA

É bastante comum o uso de este/esta no lugar do pronome pessoal ele/ela como referência à coisa
mais presente, mais à mão, mais próxima (embora já apresentada), quando na oração anterior aparecem
outros substantivos que poderiam ser referidos pelo mesmo pronome pessoal, o que poderia confundir o leitor.
Exemplos:

Quando o rei D. João V faleceu e D. José ocupou o trono, este recorreu a Sebastião
José para ser Ministro da Guerra e dos Negócios Estrangeiros.

Dois antecedentes masculinos. Com ele no lugar de este, à primeira vista, sem pensar, poderíamos
pensar ter D. João V, e não D. José, nomeado Sebastião José (o Marquês de Pombal) ministro.

Macpherson dirige sua crítica a Rawls quando este admite serem os princípios éticos da
justiça econômica capazes de regular o mercado.

Pelo demonstrativo, fica claro que Rawls é o sujeito de admite, e não Macpherson.

Há necessidade de romper com o conhecimento do passado e, em consequência
dessa ruptura, torna-se inevitável a retificação da linguagem para que esta se torne
adequada à nova ciência.

O pronome “ela” no lugar de “esta” não nos permitiria saber se o autor estava fazendo  referência a
linguagem, retificação ou ruptura.

Quando os substantivos antecedentes pertencerem a número e gênero diversos ou quando não
houver ambiguidade na frase, é melhor, mais adequado e correto usar o pronome pessoal ele(s)
ou ela(s) em vez do demonstrativo:

Bachelard, no que se refere à necessidade de superação de obstáculos, alerta que
eles não têm origem externa ao ato de conhecer. [e não “estes”]

Essa concepção de ensino não constitui novidade, a ponto de certos autores aludirem a ela
como um aforismo. [desnecessário dizer “esta”]

O metal, aquecendo-se progressivamente com o aumento da corrente, deve derreter quando elaultrapassar 10% de um valor prescrito.

Mais um detalhe: ao se referirem a elemento anterior mais próximo, os pronomes este(s)
/ esta(s) são encontrados também em combinação com o termo último:

Preocupa-se o autor com a escrita como processo, e não como literatura ou
como texto a ser linguisticamente analisado. Aliás, neste último caso não se
leva em consideração o tipo de processo.

Cabe mencionar ainda que no Brasil não há demasiado rigor no uso dos demonstrativos  (a não ser
na questão de LUGAR e TEMPO), porque no aspecto de localização do DISCURSO muitas vezes a
distinção entre o que é mencionado anteriormente e o que é lugar/tempo é pouco perceptível. Por exemplo,
num texto em que vários artigos de lei estão sendo citados, o autor pode preferir dizer este artigo ao se
referir a um já citado (quando então usaria esse artigo) porque ele está justamente tratando “deste último”,
do mais próximo (lugar), do que está presente naquele momento (tempo).

Também no caso de uma tese em que se fala de uma empresa ou pessoas pesquisadas, pode-se escrever
“esta empresa” ou “estas alunas” mesmo tendo sido elas mencionadas antes – no parágrafo anterior,
digamos  –, desde que se pense nelas como “as alunas tratadas aqui, nesta pesquisa”, ou “a empresa
de que se fala neste trabalho, aqui e agora”. São casos em que a escolha depende do ponto de vista de
quem escreve.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

CERCADO?!?

CERCADO POR TODOS OS LADOS:
É vício de linguagem.
Diga-se apenas: CERCADO
Cercado: [adj.] Que se cercou. Rodeado com muro.
[sm.] Terreno cercado.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

VERBOS?!?

COM ISAR e IZAR


Não se perde por escrever corretamente. Mas os dicionários nem sempre estão à mão para dirimir dúvidas.
Na hora do sufoco, tem-se que partir para uma solução de cabeça. E aí, quando o problema é decidir entre o
S ou Z dos verbos da 1ª conjugação terminados em isar ou izar, pode ser útil este lembrete: a diferença está
na palavra de que eles derivam.

Primeiramente, os verbos em ISAR são derivados de nomes (radicais) terminados em -is [com respectivos
sufixos ou desinências, conforme o caso]. Aqui “ar” não é sufixo: é sim a terminação verbal da 1ª conjugação,
que agregada a um radical terminado em -is forma os “verbos em isar” de que estamos tratando. Para
exemplificar: agregando-se “ar” ao substantivo anis tem-se o verbo ANISAR; a íris, IRISAR e assim por diante.
Para distinguir esses verbos daqueles escritos com Z (de izar), pode-se fazer sua associação com o
substantivo aparentado. Se o nome é grafado com IS, o verbo também o será:

alisar  / liso
analisar / análise
avisar  / aviso
bisar  /  bis
divisar / divisão
frisar / friso, frisa
guisar  / guisado
paralisar  /  paralisia
pesquisar / pesquisa
pisar / piso
precisar / precisão, preciso
visar / visão

No entanto, escreve-se deslizar balizar porque estes verbos vêm de deslize e baliza, respectivamente. 

Os verbos terminados em IZAR, por sua vez, formam-se de nomes (adjetivos, principalmente) aos quais se
agrega o sufixo -izar, que significa "tornar, transformar em". Assim sendo, de visual + izar formamos visualizar;
de neutro,neutralizar; de tranquilo, tranquilizar; de harmonia, harmonizar.

Nessa passagem são feitas adaptações gráficas (acréscimo, eliminação ou mudança de letras) exigidas pela
gramática, com as quais normalmente já estamos familiarizados. Para exemplificar:  robô -> robotizar;  simpático
-> simpatizar; permeável -> permeabilizar;  ênfase -> enfatizar; padrão -> padronizar; catequese -> catequizar.
Exemplos diversos:

álcool  -   Pessoas alcoolizadas estragaram a festa.
canal   -   Todos os recursos foram canalizados para essa obra.
estéril  -   O médico mandou esterilizar os instrumentos.
formal  -  Formalizamos o acordo.
industrial  -  Eles industrializam tubos e conexões.
local  -  Precisamos localizar os documentos.
oficial  -  O noivado será oficializado no domingo.
poético  -  Quero poetizar minhas horas.
urbano  -  Urbanizar a periferia é sua promessa.