sexta-feira, 27 de agosto de 2010

REDAÇÃO - [O BCCCV informa]:


Os grandes escritores possuem tal convívio e domínio da linguagem escrita como
maneira de manifestação, que nem se preocupam mais em determinar as partes do
texto que estão produzindo.
A lógica da estruturação do texto vai determinando, simultaneamente, a distribuição
das partes do texto, que deve conter começo, meio e fim.
O aluno, todavia, não possui muito domínio das palavras ou orações; portanto,
torna-se fundamental um cuidado especial para compor a redação em partes 
fundamentais. Alguns professores costumam determinar em seus manuais 
de redação outra nomenclatura para as três partes vitais de um texto escrito. 
Ao invés de começo, meio e fim, elas recebem os nomes de introdução, 
desenvolvimento e conclusão ou, ainda, início, desenvolvimento e fecho.
Todos esses nomes referem-se aos mesmos elementos. Parece-nos irrelevante
o nome que cada pessoa atribui. 
O importante é que as pessoas saibam que essas partes devem existir em sua redação.
Vejamos, sucintamente, cada uma delas: 
1- INTRODUÇÃO (início, começo).
Assim, pode-se começar uma redação fazendo uma afirmação, uma declaração, 
uma descrição, uma pergunta, e de muitas outras maneiras. 
O que se deve guardar é que uma introdução serve para lançar o assunto,
delimitar o assunto, chamar a atenção do leitor para o assunto que será desenvolvido.
Uma introdução não deve ser muito longa para não desmotivar o leitor. 
Se a redação necessita de trinta linhas, aconselha-se a que o aluno use de quatro a seis
linhas para a parte introdutória.

EVITAR OS SEGUINTES DEFEITOS NA INTRODUÇÃO:
I. Iniciar uma ideia geral, mas que não se relaciona com a segunda parte da redação.
II. Iniciar com digressões (desvio de rumo ou assunto).
III. Iniciar com as mesmas palavras do título.
IV. Iniciar aproveitando o título, com se este fosse um elemento de primeira frase.
V. Iniciar com chavões -
TIPOS:
- Desde os primórdios da Antiguidade [...]
- Não é fácil a respeito de [...]
- Bem, eu acho que [...]
- Um dos problemas mais discutidos na atualidade [...]

2. DESENVOLVIMENTO (meio, corpo)
A parte substancial e decisória de uma redação é o seu desenvolvimento.
É nela que o aluno tem a oportunidade de colocar um conteúdo razoável, lógico.
Se o desenvolvimento da redação é sua parte mais importante, deverá ocupar
o maior número de linhas. Supondo-se uma redação de trinta linhas, esta deverá
destinar de catorze (14) a dezoito (18) linhas para o corpo ou desenvolvimento
da mesma.

DEFEITOS A EVITAR NO DESENVOLVIMENTO:
I. Pormenores.
II. Divagações.
III. Repetições.
IV. Exemplos excessivos de tal sorte a não sobrar espaço para a conclusão.

3. CONCLUSÃO (fecho, final)
Assim como a introdução, o fim deverá ocupar uma pequena parte do texto.
Se a redação está planejada para trinta linhas, a parte da conclusão deve ter quatro 
a seis linhas.
Na conclusão, as ideias propõem uma solução. O ponto de vista do escritor, apesar
de ter aparecido nas outras partes, adquire maior destaque na conclusão.
Se alguém introduz um assunto, desenvolve-o brilhantemente, mas não coloca uma 
conclusão: o leitor sentir-se-á perdido, estupefato.

DEVE-SE EVITAR OS SEGUINTES DEFEITOS NA CONCLUSÃO:
I. Não finalizar (é o principal defeito).
II. Avisar que se concluirá, [utilizando expressões como "Em resumo" ou "Concluindo"].

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

DÚVIDA CRUEL

SUBSTANTIVOS CONCRETOS E ABSTRATOS




Certamente não foi ou não é fácil perceber a diferença entre eles, e portanto há divergência de entendimentos e de explicação nos livros de gramática. “A distinção entre concretos e abstratos é mais filosófica do que linguística e, dentro da filosofia, muito fugidia” (Mattoso Câmara Jr.).

Pode-se afirmar que são concretos os substantivos que se referem a seres materiais ou espirituais, reais ou fictícios: casa, cor, dente, leão, fada, alma, triângulo, o amigo, o diplomata, (o) japonês, (o) brasileiro etc.

São substantivos abstratos os atributos, estados, qualidades e ações, derivados de um conceito original. Eles não existem por si sós. Não possuem forma. Digamos que não podem ser desenhados, uma vez que não transmitem uma imagem. Assim, calor e frio são abstratos, gramaticalmente falando, embora nós os sintamos de modo concreto. São também abstratos todos os substantivos que exprimem sentimentos e emoções – qualidades da alma. Você pode desenhar um homem triste, uma mulher vaidosa, mas não a tristeza ou a vaidade, por exemplo.

Revendo: vento (ou ventania) é conceito original, não é atributo (e para uma criança tem uma certa forma – ela consegue desenhá-lo, sem dúvida). É, portanto, concreto. Já calor e frio (= frieza) são atributos, da mesma forma que amor, tristeza, alegria, saudade, brancura, consolo, maciez, pobreza e admiração, todos substantivos abstratos.

Quando os alunos já conhecem bem os conceitos de verbo, adjetivo e substantivo, sua forma e função, é possível mostrar-lhes que são ABSTRATOS os substantivos derivados de duas outras classes: do adjetivo e do verbo. Pode o professor apresentar exemplos e exercícios mais ou menos assim:

Estou sempre contente. [adjetivo] >> Meu CONTENTAMENTO é enorme.

Mirtes fica aborrecida por pouco. [adjetivo] >> Seu ABORRECIMENTO é deplorável.

O chefe se mostrou satisfeito conosco. [adjetivo] >> A SATISFAÇÃO dele resultou em aumento salarial.

Está um dia muito quente. [adjetivo] >> O CALOR de hoje está insuportável.

Admiro seu trabalho. [verbo] >> Minha ADMIRAÇÃO por seu trabalho é grande.

Quero felicitar você. [verbo] >> Desejo-lhe FELICIDADES.

Vendeu apenas quatro livros. [verbo] >> Foi fraca a VENDA dos livros.

Três pessoas caminharam até o alto da montanha. [verbo] >> A CAMINHADA foi difícil.

Todas as palavras em caixa-alta acima são substantivos abstratos que derivam de um adjetivo ou de um verbo. Então, é possível dizer que os substantivos que não dão nenhuma ideia de qualidade, atributo ou ação e que não são formados de nenhuma outra classe de palavras são substantivos concretos.