sexta-feira, 22 de março de 2019

JORGE AMADO:

Grandes nomes das artes: 

“Não escrevi meu primeiro livro pensando em ficar famoso. Escrevi pela necessidade de expressar o que sentia”. Esta é a célebre frase de um dos maiores escritores que o Brasil já conheceu: Jorge Amado. Nascido em Itabuna, sul da Bahia, em 10 de agosto de 1912, viveu em meio à uma fazenda de cacau, tendo sido filho de fazendeiro.

Publicou cerca de 49 obras, traduzidas para 49 idiomas, em 80 países, incluindo braile e áudiolivro. Seus livros foram adaptadas para o cinema, teatro e televisão. Lançou seu primeiro livro, O país do carnaval, aos 19 anos e, aos 33 anos, foi o deputado federal mais votado do Estado de São Paulo. É de sua autoria a lei que assegura o direito à liberdade de culto religioso, vigente até hoje. Casado duas vezes, sua segunda esposa foi a também célebre escritora Zélia Gattai, com quem teve dois filhos: João Jorge e Paloma.
Foi eleito em 1961 para a cadeira de número 23 da Academia Brasileira de Letras. Recebeu inúmeros prêmios nacionais e internacionais, e títulos de comendador e de grande oficial, em vários países da Europa e América Latina. Foi também Doutor Honoris Causa em 10 universidades, incluindo Brasil, Itália, França, Portugal e Israel e Doutor pela Sorbonne, na França.
Jorge Amado faleceu em 06 de agosto de 2001, aos 89 anos e suas obras foram também temas de escolas de samba. Dentre as mais famosas, destacam-se “Gabriela, cravo e canela”, “Capitães da areia”, “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, “Tenda dos milagres”, “Teresa Batista Cansada de Guerra” e “Tieta do Agreste”.
Fonte: Varejão do Estudante

JOSÉ DE ALENCAR:

Grandes nomes das Artes:

Um dos grandes escritores da nossa literatura brasileira, José Martiniano de Alencar Júnior ou simplesmente, José de Alencar, foi também dramaturgo, jornalista, advogado e político. Sua maior característica eram os romances com sentimento patriótico, sendo um dos maiores nomes da corrente literária indianista, sendo o principal autor da literatura brasileira na fase do Romantismo.

Nascido em no dia 1 de maio de 1829, ele veio a faleceu no Rio de Janeiro, RJ, no dia 12 de dezembro de 1877, aos 48 anos, vitimado pela tuberculose. O autor foi o escolhido por outra grande figura da literatura, Machado de Assis, para ser o patrono da cadeira 23, da Academia Brasileira de Letras, sendo seu primeiro romance conhecido o livro Cinco Minutos, em 1857.
Uma de suas primeiras inspirações para escrever foi o livro “A Moreninha”, de Joaquim Manuel de Macedo, quando, então decidiu ser escritor e romancista, sendo ávido leitor dos autores Alexandre Dumas, Balzac, Byron, entre outros. Suas obras possuem tom regionalista e personagens indígenas, passando por mitos, lendas, tradições e religiosidade. Ao longo de sua vida escreveu peças para teatro, de poesias, ensaios e polêmicas literárias, crônicas e escritos políticos e estudos filológicos.
São dele os romances indianistas como Iracema, Ubirajara e O Guarani, publicado em forma de folhetim, e a poesia “Os Filhos de Tupã”. Por sinal, O Guarani lhe deu grande destaque e inspirou o músico e compositor Carlos Gomes a compor a ópera de mesmo título. No caráter regionalista, podemos destacar livros como “O Sertanejo” e o “Gaúcho”, que apresentam os costumes e folclore típico das regiões em questão. Dentre os romances urbanistas, podemos citar “A Viuvinha”, “Senhora”, “Lucíola” e “Encarnação”. Fora estas, ele escreveu ainda
Cartas Sobre a Confederação dos Tamoios, crítica; Verso e Reverso, obra para teatro; As Minas de Prata; Cartas de Erasmo; O Juízo de Deus; A Pata da Gazela; O Tronco do Ipê; Sonhos d’Ouro; Til; Alfarrábios; A Guerra dos Mascates; e Ao Correr da Pena.
Capa do livro "Lucíola"
A sugestão de leitura é a obra Lucíola, romance urbano publicado em 1862, em que José de Alencar critica o Rio de Janeiro imperial e os costumes da sociedade brasileira. Alencar transforma a cortesã de luxo Lucíola, em heroína, esta purifica sua alma com o amor de Paulo, um rapaz do interior que veio para o Rio para conhecer a corte.
Fonte: Varejão do Estudante.

quarta-feira, 20 de março de 2019

CRASE COM LOCUÇÕES PREPOSITIVAS:

A pedido, vamos tratar do uso da crase com as locuções prepositivas quanto a, junto a, relativamente a, etc.

A locução prepositiva é composta de dois ou mais vocábulos, sendo o último deles uma preposição simples (ex.: ao lado de, de acordo com, frente a). Sua função é a mesma da preposição. Só nos interessam agora as locuções que acabam na preposição a, pois estas exigem o a craseado quando se ligam a um substantivo feminino determinado.

O #BCCCV esclarece:



Como são relativamente poucas as locuções que se enquadram nesta categoria, pode-se memorizá-las para evitar os condenáveis erros de crase:


1. Graças à competência do médico, o menino se curou completamente.

2. Em atenção à reclamação formulada por sua empresa, revisaremos o produto.

3. Foram abertas inscrições com vistas à renovação da diretoria.

4. Nada apuramos quanto à participação da nossa equipe no campeonato estadual.

5. Em relação à solicitação de emprego que V. Sa. nos fez, nada podemos adiantar.

6. Qual seu interesse relativamente às tabelas afixadas no mural?

7. O governo se calou no tocante às perguntas sobre o empréstimo compulsório.

8. Qualquer matéria com referência à música minimalista é de nosso interesse.

9. Face às necessidades detectadas, novas prioridades serão estabelecidas. [V. também Não Tropece na Língua 024]

10. Qual foi sua atitude com respeito à difamação?

11. O carro pifou próximo à rua onde morávamos.

12. Frente às reivindicações dos funcionários, a diretoria fará alterações no quadro.

13. Parou em frente às galerias.

14. Vamos nos encontrar defronte à barbearia do Luís.

15. Viajou em direção à fronteira.

16. O governador logrou êxito junto às autoridades federais para que fossem liberadas outras linhas de crédito.
O uso de junto a em frases desse tipo (e outras como: solicitar providências junto a, conseguir/obter/acertar/fazer pedidos junto a alguém) é condenado por puristas. Contudo, não há como negar a sua frequência em artigos de jornais, revistas e correspondência em geral. Estritamente falando, junto a significa apenas “perto, próximo, ao lado”, por exemplo: Encostou o carro junto à calçada.


17. Os produtores de uva enfrentaram uma queda de produção de 70% devido à ocorrência de geadas em outubro.
Devo advertir que o uso de devido a não tem o “respaldo dos autores cuidadosos”, no dizer do professor A. da Gama Kury, porque a locução surgiu da “masculinização” do particípio do verbo dever, que concordava normalmente com o substantivo referente: “ausência devida a problemas pessoais; problemas devidos ao excesso de chuvas”.


Já a opinião de Celso Luft é a seguinte: “Os puristas não gostam desta locução e acham que devido deve ser usado apenas como particípio: o acidente foi devido (= deveu-se) a um descuido. O uso corrente da locução, claro, desautoriza os puristas”.


Em todo caso, observe-se a concordância quando devido é realmente particípio e atente-se sempre para a colocação do acento indicativo de crase diante de substantivo feminino, dada a presença da preposição a nos dois casos: Acidentes devidos a motoristas imprudentes / ao desatino / à imprudência do motorista... Foi cancelado o show devido a problemas / devido ao tempo / devido à chuva.


DADO O, DADA A

Dada a dificuldade em alugar uma casa, ficaremos no apartamento.

Que não se faça confusão com a locução "devido a", apesar da semelhança de significado e uso. Dado sim é um particípio; não rege preposição, portanto não forma uma locução, mas concorda com o substantivo sequente: Dado o mau tempo / dados os raios e trovões / dada a chuva / dadas as condições de tempo, não fomos à praia.


 

Maria Tereza de Queiroz Piacentini 

quarta-feira, 13 de março de 2019

CRASES COM NOMES:

Como já foi visto, a crase envolve, além de um substantivo feminino determinado, a regência da preposição "a". Não só verbos (V. Não Tropece na Língua 071) mas também nomes – substantivos, adjetivos e advérbios – regem ou se servem da preposição "a" para se relacionar com os substantivos ou outros termos regidos. Por exemplo: horror a lugares fechados; útil a tanta gente; paralelamente a isso... Se depois desses nomes intermediados pela preposição "a" for colocado um substantivo feminino determinado, teremos a a,  o que implica uma crase e o uso do acento indicativo dessa crase/fusão.

O #BCCCV esclarece:


 Nesses casos, valer-se do artifício da troca do substantivo feminino pelo masculino é muito bom para tirar a prova dos nove:
Manifestou seu horror à depredação [ao estrago] do patrimônio público.
É um instrumento útil à maioria [ao grosso] dos trabalhadores.
Paralelamente à exposição [ao espetáculo] haverá distribuição de cestas básicas.

É possível fazer a associação de nomes a verbos. Há alguns nomes que apresentam o mesmo regime dos verbos de que derivam. É o caso, por exemplo, dos verbos abaixo:

OBEDECER. Obedeça à sinalização. - Devemos obediência às leis de trânsito. É uma criança obediente à sua mãe. Agiu obedientemente à legislação em vigor.

EQUIVALER. Equivale a um terço do negócio. - É equivalente à terça parte.

REFERIR-SE. No seu discurso, o presidente referiu-se à má distribuição de renda. - No seu discurso, fez referência à má gestão das empresas.

VINCULAR-SE. O diretor vinculou-se a uma associação de benfeitores do esporte. - A associação está vinculada às empresas do setor metalomecânico.

Grande parte dos nomes que exigem a preposição "a", contudo, derivam de verbos com diferente regência. Em geral, verbos transitivos diretos:

>> Vou APOIAR a formação de um novo grupo de trabalho. - Vou dar apoio à formação de um novo grupo de trabalho.

>> Salários baixos não INCENTIVAM a eficiência e o desempenho. -  Salários baixos não são incentivo à eficiência e ao desempenho.

>> Margarida APRECIA a sogra. - Margarida tem apreço à sogra.

>> Eles AMAM a pátria em que nasceram. - Eles têm amor à pátria em que nasceram.

>> Sempre ELOGIO as pessoas esforçadas. - Sempre faço elogios às pessoas esforçadas.

>> PREFERIU a uva mais cara. - Deu preferência à uva mais cara.

>> CONSULTAMOS a entidade indicada. - Fizemos uma consulta à entidade indicada.

Para finalizar e variar um pouco, proponho ao leitor preencher as lacunas abaixo com à(s) ou ao(s), conforme o caso:

1. Foi fechado o acesso ___ ponte / ___ túnel.

2. Deu parecer favorável ___ cobrança / __ pagamento das alíquotas antes do prazo.

3. Faremos o acordo em cumprimento ___ alínea / ___ item 9.6 do edital público.

4. O governo liberou verbas destinadas ___ restauro / ___ recuperação do patrimônio atingido pelas cheias.

5. Vinha anunciando incursões bem-sucedidas em redutos tradicionalmente ligados ___ nobreza / ___ clero.

6. É necessária sua filiação ___ sindicato / ___ associação de funcionários.

7. A venda de “best-sellers” está restrita ___ supermercados / ___ bancas.

8. Não impôs nenhuma sanção ___ obras / ___ artefatos estrangeiros.

9. As demissões estão sujeitas ___ aprovação / ___ consentimento do Conselho.

10. Fez sua adesão ___ greve / ___ motim um pouco tarde.

Confira as RESPOSTAS CORRETAS: 1. acesso à ponte/ao túnel 2. parecer favorável à cobrança /ao pagamento 3. em cumprimento à alínea/ao item 4. destinadas ao restauro/à recuperação 5. ligados à nobreza/ao clero 6. filiação ao sindicato/àassociação 7. restrita aos supermercados / às bancas de revistas 8. sanção às obras /aos artefatos 9. sujeitas à aprovação/ao consentimento 10. adesão à greve/ao motim.

Maria Tereza de Queiroz Piacentini 

O USO DO ARTIGO DEFINIDO + PEDIR

- Hoje de manhã (o) meu carro custou a pegar.
É indiferente o emprego do artigo antes de possessivos acompanhados de substantivos.

O #BCCCV esclarece:


          - Aquele carro que acharam é (omeu.
Em função substantiva (isto é, no lugar do substantivo), o possessivo tem um sentido quando acompanhado de artigo ("o meu" = o único que possuo), e outro sentido sem o artigo (“é meu” denota uma simples ideia de posse).

          - Quem não tem suas dificuldades?
Dispensa o artigo o pronome possessivo usado em expressões com o valor de “alguns”.

          - Vem cá, meu amor.
Quando o possessivo faz parte de um vocativo, não admite o artigo. 

          - Dou em meu poder seu ofício de 15 de setembro.
O artigo é omitido com o possessivo em certas expressões feitas: em nosso poder, a seu bel-prazer, por minha vontade, a seu turno, a meu modo, em meu nome, a seu pedido.

          - Salpimenta e açúcar devem ser usados em quantidades moderadas.
Omite-se o artigo antes de palavras de sentido geral, indeterminado.

          - Você tem razão em não dar confiança ao rapaz, pois ele só disse mentiras.
Não se usa o artigo antes de substantivos abstratos, em expressões que não contêm nenhuma determinação.

          - Apresentou-se na festa com o marido e o irmão.
Normalmente se repete o artigo para evitar ambiguidade, pois sem ele os dois substantivos podem designar o mesmo ser. Não seria o caso acima, porque irmãos não se casam, mas fica diferente agora: Admiro o meu irmão e amigo (uma só pessoa). Admiro o meu irmão e o meu amigo (duas pessoas).

          - Já não se estuda Latim nas escolas.
Dispensam o artigo as matérias de estudo empregadas com os verbos ensinar, aprender, estudar e equivalentes.

REGÊNCIA DO VERBO PEDIR

 
A professora pediu silêncio aos alunos.

Ela pediu que fizéssemos silêncio.

A professora pediu à diretora para se ausentar mais cedo.

Numa frase como “a professora pediu para que fizéssemos silêncio”, de acordo com a gramática normativa, a preposição "para" não se justifica; ela só deve ser usada com o verbo pedir quando está implícita a palavra permissão ou licença. Portanto, “ela não gostou quando lhe pedi para sair da sala” significa “quando lhe pedi [permissão] para [eu] sair”. Se fosse para a professora sair, a frase seria diferente: “quando lhe pedi que [ela] saísse da sala”.

Pedi para o chefe assinar os papéis. [informal]
Pedi que o chefe assinasse os papéis. [formal]

Embora na linguagem coloquial se use a construção “Ela pediu para eu sair”, a forma gramatical requer o uso do subjuntivo: “Ela pediu que eu saísse”.

Maria Tereza de Queiroz Piacentini 

quarta-feira, 6 de março de 2019

CRASE: Com verbos.

O universo dos verbos que admitem à ou às após si é relativamente restrito, pois se trata apenas dos verbos transitivos indiretos e, entre estes, somente daqueles que exigem complemento regido da preposição a. Nas frases abaixo, de construção semelhante, vamos perceber o mesmo verbo seguido de complemento com e sem crase (neste último caso, o complemento constitui ou o sujeito ou o objeto direto da oração):
O BCCCV esclarece:



Abandonou à própria sorte os filhos pequenos, aventurando-se com um marinheiro.
Abandonou a própria sorte quando resolveu fugir da bela vida que levava.

Vai à luta com você, pois solidário ele é.
Vai a luta ser desigual? todos nos perguntamos.

Fica à escolha do freguês levar um cupom ou ganhar um pequeno desconto.
Fica a escolha do novo modelo por conta do cliente.

Solicito acrescentar à lista de livros estes títulos: Mila 18, Os Ratos e Mad Maria.
Solicito acrescentar a lista de livros ao pacote que seguirá para a livraria.

A massagem relaxa e leva à mente o aquietamento.
A massagem relaxa e leva a mente ao aquietamento.

Favor anexar à folha 4 o mapa estatístico.
Favor anexar a folha 4 ao mapa estatístico.

Os sintomas incluem vômitos e desmaios e podem levar ao coma e à morte.
Os sintomas incluem desmaios que podem levar a morte a um paciente debilitado.

Sugeriu à CUT a concentração de esforços nas fábricas e no campo.
Sugeriu a CUT que concentrássemos esforços nas fábricas e no campo.

ARTIFÍCIO: TROCA DO FEMININO POR MASCULINO

Um bom artifício para confirmar se em determinada circunstância o verbo pede o à craseado é trocar seu complemento feminino por um masculino, de preferência sinônimos. Onde se usa ao, deve-se usar à, pois um à (a a) é o feminino de um ao(a o) . Exemplos:

Transmitiu à patroa / ao patrão os agradecimentos da equipe.

Muitos políticos acorreram à sede do governo / ao palácio para a solenidade.

Fale à moça. / Fale ao rapaz.

Essas medidas proporcionarão à população / ao povo melhores condições.

Subiram à primeira plataforma / ao primeiro piso e foram diretamente à sala / ao gabinete do diretor.

Anexar à folha 4 / ao volume II as informações suplementares.

Maria Tereza de Queiroz Piacentini 

sexta-feira, 1 de março de 2019

REVOLUÇÃO FARROUPILHA:

RAPIDINHA: o que foi ?

Ela foi uma das revoluções mais importantes na história do Brasil, retratada em minisséries, no cinema e em romances da literatura brasileira. Também conhecida como Guerra dos Farrapos, ela aconteceu no período de 1835 a 1845, no Rio Grande do Sul, sendo a mais longa e sangrenta da história.
A revolução aconteceu durante o período Regencial e ganhou relevância devido à longa duração. Teve a participação da elite gaúcha, entre eles, fazendeiros de gado. Estes, por sua vez, tiveram apoio da população mais pobre, que entrou na luta. Liderada por Bento Gonçalves, a guerra também contou com nomes de destaque como italiano Giuseppe Garibaldi.
A guerra se deu por conta da alta taxa de impostos cobrada pelo governo sobre diversos produtos, a exemplo da charque da região, carne seca típica brasileira, do sal, que era o produto base para a fabricação da mesma, além da erva-mate, couros, graxa, entre outros insumos. A charque era o principal alimento oferecido aos escravos das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil. E, enquanto o produto brasileiro tinha alta taxação de impostos, o que era produzido por uruguaios e argentinos tinha uma taxação menor.
Alguns fatores também foram motivo da revolução, tal como a insatisfação pela criação da Guarda Nacional, e com o fato do governo ter se negado a contribuir com os prejuízos causados por uma praga de carrapatos que tomou conta do gado na época, entre outros mais. O conflito chegou, inclusive, a cogitar a proclamação da República Rio-Grandense, gerando um movimento separatista, conhecido como República de Piratini. A revolução acabou depois que houve negociação entre os estancieiros gaúchos e o governo.
Fonte: Varejão do estudante.

CONCORDÂNCIA: COM MIL E MILHÃO + Verbo PREFERIR

--- É correto dizer: “sobrou 1,86 milhão” (no singular)? Igualmente, é correta a frase: “foi processado 1,284 milhão de declarações” (também no singular)? Moacyr Medeiros, São Paulo/SP

Comecemos pelo numeral 1, o único que é singular: dizemos que 1 caiu, mas 2, 3, 10 caíram; sobrou um, sobraram dois ou três. Já o numeral milhão comporta-se como substantivo masculino, e quando o número antes da vírgula é 1, o verbo fica no singular, concordando com o núcleo do sujeito:

Sobrou 1,86 milhão. [um milhão, oitocentos e sessenta mil]
O #BCCCV esclarece:


Se aí acrescentarmos um substantivo para especificar a quantidade, poderemos então optar pela concordância ou com o número (a) ou com o nome (b). Mas quando o verbo está antes do número, recomenda-se fazer a concordância com o número. Assim:


a) Sobrou 1,86 milhão de dólares. [= Sobrou um milhão, oitocentos e sessenta mil dólares]
b) Um milhão, oitocentos e sessenta mil dólares sobraram.


a) Foi processado 1,284 milhão de declarações. 
b) Um milhão, duzentos e oitenta e quatro mil declarações foram processadas.


Observemos outras frases corretas que encontrei e anotei:


Foi gasto 1,5 milhão de cruzados na reconstrução da cidade.

Aproximadamente 1,5 milhão de reais foram gastos na recuperação do esgoto.

Estima-se que um milhão e trezentas mil pessoas foram atingidas pela seca.

Foi atendido um milhão de pessoas nas áreas de risco.

Foram atendidas 1 milhão e 800 mil pessoas.

Mais de um milhão de pessoas foram atendidas.

Constatou-se que um milhão de tomates seriam jogados fora.

Um milhão de árvores foram prejudicadas pelo furacão – exagerou o repórter. 

Para se ter uma ideia, foi feito um milhão de novas contratações somente no período de 1980 a 1984 no setor público.

Um milhão de laranjas foi exportado para a Flórida naquele ano.

Um milhão de laranjas foram exportadas.

Dois milhões e seiscentas mil laranjas foram exportadas.


Com a quantidade de mil, a concordância verbal e nominal é feita com o nome que o acompanha:


Foram encontrados mil marcos antigos.

Mil pessoas foram salvas.

Foram respondidas ao todo duas mil e duzentas cartas.

Os dois mil ducados vistos no bolso do marquês eram fruto da corrupção.


REGÊNCIA DO VERBO PREFERIR
 

Preferimos os lugares mais à frente.

Prefiro chá café.

O atleta disse que sempre preferiu sauna seca a banho turco.

Acho que prefiro sair sentar tão longe. [formal escrito, coloquial tenso]

Acho que prefiro sair do que sentar tão longe. [informal, coloquial distenso]


O verbo preferir repele qualquer expressão que indique intensidade, como mais, muito, antes, mil vezes ("prefiro mais isso", p. ex.). Por analogia com a construção “Gosto mais de tênis do que de futebol”, costuma-se falar "Prefiro jogar tênis do que jogar vôlei", que é um modo mais eficaz de se comunicar e se fazer entender; contudo, essa é uma regência condenável do ponto de vista da gramática normativa. 


 

Maria Tereza de Queiroz Piacentini