quinta-feira, 31 de agosto de 2017

VÍRGULA, CONCORDÂNCIA, APOSTO:

--- Na frase “nós professores temos um papel a cumprir na sociedade”, talvez por influência da oralidade, tende-se a escrever o aposto sem vírgula, e mesmo essas vírgulas [nós, professores, temos] tendem a deixar a frase truncada ou até ambígua: professores – aposto ou vocativo? É aceitável a ausência das vírgulas? João Reguffe, Rio Grande/RS

O QUE DIRÃO DE NÓS BRASILEIROS?

Não é questão de erro a colocação ou não de vírgulas nesse caso, mas de diferença de sentido: com vírgulas, é aposto explicativo; sem vírgulas, aposto especificativo. É basicamente semelhante ao emprego da oração adjetiva, que apresento em mais detalhes no livro Só Vírgulas – método fácil em vinte lições (2009).
 #BCCCV esclarece

 
O aposto especificativo qualifica o termo anterior limitando seu sentido. Muitas vezes ele se refere a uma espécie entre várias espécies, ou seja, a menção se restringe a apenas um elemento ou um grupo entre outros da mesma categoria ou espécie. Assim, se se pensa no grupo “brasileiros” em relação a outras nacionalidades do planeta, está se usando um aposto especificativo. Em “nós brasileiros somos festeiros”, faz-se referência a brasileiros apenas, e não a argentinos, franceses, italianos, russos, chineses etc.
 
Outro exemplo é uma frase dita por Hebe Camargo à revista Istoé e que foi corretamente grafada: “É hora de resolver os problemas, de amenizar essa fome que está assolando o País e é horrível para nós brasileiros”. Sim, é horrível para os brasileiros, e não para o resto do mundo.
 
E na revista Época, uma carta de leitor registrava: “Até que enfim um texto sensato, pois para nós, brasileiros patriotas, o cancelamento do visto foi justo”. Dessa forma, com as duas vírgulas, a pessoa está dizendo que todos os brasileiros são patriotas. Até pode haver brasileiro despatriota, mas não seria ele nem eu a afirmar isso!
 
Uma consulente de Porto Alegre, Bianca Casagrande, nos manda duas frases em que ela crê não haver aposto separado por vírgulas:
 
1. Entendo que é a mais alta traição a nós torcedores do futebol brasileiro.
Certo. Nem todas as pessoas do mundo torcem pelo futebol do Brasil. De igual modo, escreve-se, por exemplo, “nós torcedores do Flamengo”, pois há outros torcedores: do Santos, do Grêmio, do Corinthians...
 
2. Mas nós, principalmente nós parlamentares éticos nas nossas posições, conscientes nas nossas declarações, não podíamos externar o nosso pensamento.
Certo. O próprio falante, ao usar o termo “principalmente”, já declara que nem todos os parlamentares são éticos.
 
Em suma, é preciso considerar sempre a ideia de restrição em oposição a totalidade. Essa restrição, para exemplificar mais um pouco, fica bem clara em frases como:
 
Nós professores temos um papel a cumprir.
 
Se nós latino-americanos não temos a tecnologia que os soviéticos tinham há 40 anos, é sinal de que estamos muito mal.
 
Nós da classe média temos vivido no sufoco. 
 
Campanha feita por nós portadores de Aids...
 
Já na frase Nós, seres humanos, somos um mistério, o aposto seres humanos é explicativo porque todos somos seres humanos. 
 
A propósito, Maria Laís Pestana nos traz uma dúvida gerada pelo uso da preposição com: “Tal como aconteceu com nós, seres humanos, ou tal como acontece conosco, seres humanos?” A primeira forma (com nós, seres humanos) é a correta, porque se usa “com nós”, e não conosco, quando o pronome nós vem seguido de um aposto, seja ele explicativo ou especificativo: com nós três, com nós todos, com nós mesmos, com nós próprios, com nós da família Tal.
 
No caso do título deste artigo – voltando à primeira consulta – a vírgula até poderia criar a mencionada ambiguidade. Em “O que pensarão de nós, brasileiros?” seria possível o último termo se passar por um vocativo: “O que pensarão de nós, (ó) brasileiros?”

Maria Tereza de Queiroz Piacentini

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

INFINITIVO E SUBJUNTIVO: DIFERENÇAS

--- Gostaria de saber, ao ler um texto, discriminar entre a utilização de um infinitivo pessoal e o modo do subjuntivo. Fernando Cunha


O problema é distinguir o infinitivo pessoal do tempo futuro do subjuntivo quando se usam verbos regulares, pois nesses dois casos a conjugação é idêntica: amar, amares, amar, amarmos, amarem, por exemplo, serve tanto à conjugação do infinitivo quanto do subjuntivo futuro. Então, a maneira prática de distinguir um de outro é reconhecer, no período, a preposição (ligada ao infinitivo) e a conjunção (ligada ao subjuntivo). 
 
O INFINITIVO PESSOAL é usado no que se denomina de “oração subordinada reduzida de infinitivo”. Caracteriza-se por não exprimir sozinho nem o tempo nem o modo – o valor temporal e modal depende do contexto. Observar as preposições:
 
1. Deram um telefonema para convidar os amigos...
 
2. Saiu antes de faltar um minuto.
 
3. Mesmo sem ser conveniente, ele vai dar o troco.
 
4. Ao estar com D. Diva, dê a ela minhas lembranças.
 
O FUTURO DO SUBJUNTIVO marca a eventualidade no futuro; é usado sobretudo em orações subordinadas adverbiais condicionais e temporais, neste caso com as conjunções se e quando
 
1. Só irei se ela me convidar.
 
2. Sairei quando faltar um minuto.
 
3. Se for conveniente, ele dará o troco.
 
4. Quando estiver com D. Diva, dê a ela minhas lembranças.
 
Vimos, em primeiro lugar, exemplos de orações reduzidas (de infinitivo) e, em contraposição a elas, orações desenvolvidas (adverbiais). Em 1 e 2, usamos verbos regulares. Em 3 e 4, verbos irregulares, com os quais constatar a diferença é mais fácil, já que sua conjugação no futuro difere bastante da do infinitivo pessoal.
 
Para ilustrar melhor a diferença entre oração reduzida de infinitivo e oração desenvolvida com o uso do subjuntivo em geral (presente, pretérito, futuro), vamos fazer uma equivalência usando apenas verbos irregulares:
 
Para manter a forma, você deve nadar. = Para que você mantenha a forma, deve nadar.
 
Verifique os dados antes de eu ir lá. = Verifique os dados antes que eu vá lá.
 
Sem ele saber disso, joguei os papéis fora. = Sem que ele soubesse disso, joguei os papéis fora.
 
Vão fechar o contrato somente depois de dispor(em) de verba. = Vão fechar o contrato somente depois que dispuserem de verba.
 
Ao fazer isso, você jogará fora sua felicidade. = Se fizer isso, você jogará fora sua felicidade.
 
Quando se empregam verbos regulares no subjuntivo, torna-se ainda mais útil a dica dada a princípio, qual seja, observar a presença da preposição (junto ao infinitivo pessoal) e da conjunção (junto ao subjuntivo), sobretudo quando se trata do tempo futuro, dada a semelhança formal já mencionada:

Ao sair da sala, feche a porta. = Quando sair/ na hora em que sair da sala, feche a porta.
 
Ao dirigir desse jeito, você levará multa. = Se dirigir desse jeito, você levará multa.
 
Depois de entendermos a questão, tudo ficará bem. = Quando entendermos a questão, tudo ficará bem.
 
Vou esperar até ele vender tudo.  = Vou esperar até que ele venda tudo.
 
Não faça nada sem ela mandar.  = Não faça nada sem que ela mande.


Maria Tereza de Queiroz Piacentini

domingo, 13 de agosto de 2017

CHARLES DICKENS:

Grande nome das artes:

Ele é um escritor inglês, nascido em 1812 e falecido em 1870. Foi ele, Charles Dickens, o mais popular dos romancistas ingleses, autor de clássicos como “David Copperfield”, “Oliver Twist”, “Christmas Carol”, entre outros. Na juventude trabalhou em fábrica de tinturas, em cartório, em jornais como repórter e redator de peças curtas em alguns periódicos. Casou com Catherine Hogarth e teve dez filhos.

Em 1836 lança sua primeira obra “Esboço de Boz”.Um ano depois tornaria-se reconhecido com “Memórias do Sr. Pickwick”, que foi publicada durante 20 meses em um jornal, em formato de folhetim. E desta mesma maneira publicou mais de 14 obras, em folhetins. E muitas vezes recebia sugestões de leitores através das cartas ao autor.
Em 1838 lançou o mais sombrio e sinistro de seus romances, “Olivier Twist”, neste ele descreve os horrores do trabalho nas usinas. Um ano depois lançou “Nicolas Nickleby”, uma obra tragicômica, em crítica aos colégios internos e professores perversos. Quatro ano depois publicaria “A Christmas Carol”.
Em 1850 escreveu um romance autobiográfico, “David Copperfield” (1850), Sempre retratando as obras de forma social, sobre as condições econômicas da época, que eram bem contrastantes, onde abordava trabalho infantil, pobres miseráveis, além dos aspectos ruins da época da revolução industrial.
Por suas obras ficou famoso e acabou criando sua companhia de teatro, viajou pelo país com o teatro e escreveu muitas peças. Algumas vezes atuou como ator. Separou-se de sua mulher em 1858 e casou com uma atriz, Ellen Ternan com quem viveu até os últimos dias vida, falecendo de uma acidente vascular cerebral, em Higham, Inglaterra.

Leituras para conhecer a obra de Charles Dickens:

A primeira é a mais famosa, David Copperfield. Quando o pai de David Copperfield morre, sua mãe é forçada a casar-se com um homem cruel e dominador. A vida do pequeno David é de pobreza e dureza. Ele decide, então, fugir para Dover e se refugiar com uma tia.
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A segunda sugestão é Canção De Natal, ilustrado por Quentin Blake. Dickens escreveu essa história aos 31 anos, quando já era famoso, e aproveitou algumas lembranças da infância pobre: quando seu pai foi preso por dívidas, o menino Charles vendeu os livros que tinha e foi trabalhar numa fábrica. Anos depois uma herança iria melhorar a situação da família, mas ficaram as marcas no futuro escritor. Nessas páginas notáveis, o sovina Ebenezer Scrooge recebe uma lição de amor e boa vontade, o que lhe dá a chance de evitar um futuro de aridez e abandono.

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Por fim, indicamos outra grande obra, Oliver Twist-HQ, história em quadrinhos. A vida de Oliver Twist tem sido dura e desesperadora. Com a morte de sua mãe durante seu nascimento, e sem nenhuma ideia de quem possa ser o seu pai, Oliver passou seus nove primeiros anos de vida lutando para sobreviver em um mundo hostil para órfãs como ele. Depois que Oliver se envolve com o inescrupuloso Fagin e o sinistro Bill Sikes, ele acaba ferido durante um assalto. Resgatado pelas vítimas de Sikes, a jovem Rose, e sua guardiã, Sra. Maylie, o garoto enfim encontra um adorável lar, com pessoas que se importam com ele. Mas por quanto tempo vai durar a felicidade de Oliver? Especialmente agora que Fagin está conspirando com um estranho misterioso, que tem informações do passado do menino, e quer torná-lo um criminoso.
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Fonte: Varejão do Estudante

ALQUIMIA:

Você sabe o que é alquimia?

Podemos dizer que alquimia é a química da Idade Média, que buscava o elixir da vida. Ela une noções de química, física, astrologia, arte, metalurgia, medicina, misticismo e religião. A crença mais difundida é a de que os alquimistas buscam encontrar na Pedra Filosofal, mítica substância, o poder de transformar tudo em ouro e, mais ainda, de proporcionar a quem a encontrar, a vida eterna e a cura de todos os males.

Embora a alquimia não seja atualmente compreendida como uma ciência, tal como o conhecimento científico é hoje concebido, ela é considerada uma ancestral da química moderna e da própria medicina. Isso aconteceu na metade do século XVI. Nesta época, alquimia saiu de cena para que a ciência química, que estuda a composição e reações da matéria, passasse a ser o foco no trabalho experimental com a matéria.
A química, portanto, é o avanço da alquimia, uma vez que utiliza métodos mais modernos e eficazes, principalmente ao testar teorias por meio de experimentos. Atualmente podemos dizer que a alquimia representa a mistura de substâncias, que também se baseia na química, é claro.
Fonte: Varejão Estudante

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

10 PALAVRAS ERRADAS que parecem certas:

Hoje queremos testar os seus conhecimentos. Muitas vezes falamos a palavra diversas vezes no nosso dia a dia, mas nem sempre fazemos da maneira correta. Você sabia disso? E na hora de escrever é que a história fica realmente complicada. Então, colocamos dez frases e três forma de escrever a resposta. Apenas uma delas está correta. A resposta está no finalzinho do post. Não vale olhar antes de marcar tudo ok? Vamos ao desafio?

1 – Olá, você teria um horário para fazer a minha….?
a) Sombrancelha
b) Sobrancelha
c) Sonbrancelha
2 – Hoje nós vamos para um evento. Será um chá…
a) Beneficiente
b) Beneficente
c) Beneificente
3 – A água ferve a 100ºC. Logo, este é o seu ponto de…
a) Ebulição
b) Ebolição
4 – Pressione a tecla … para liberar o portão
a) Aste-risco
b) Asterístico
c) Asterisco
5 – Ela não aguentou a pressão de estar sob os…
a) Holofotes
b) Holofortes
c) Holo-fotes
6 – Você pode tomar a sopa em um prato fundo ou em uma…
a) Tigela
b) Tijela
7 – Meu cabelo está péssimo, preciso marcar uma hora no…
a) Cabeleireiro
b) Cabeileireiro
c) Cabelerero
8 – Você não tem 18 anos, preciso que me mostre seu documento de…
a) Indentindade
b) Indentidade
c) Identidade
9 – E muito … ter os meus amigos juntos de mim.
a) Prazeiroso
b) Prazeroso
c) Praizeroso
10 – Prefiro gastar apenas no que é essencial. Em tempos de crise não há espaço para…
a) Supérfulos
b) Supérfluos
c) Supérfolos
Respostas:
1-b, 2-b, 3-a, 4-c, 5-a, 6-a, 7-a, 8-c, 9-b, 10-b

[Varejão do Estudante]