sexta-feira, 23 de outubro de 2015

ELEMENTO DE COMPOSIÇÃO: RECÉM

Regra básica: o termo recém vem sempre seguido de hífen + adjetivo. Entenda-se por adjetivo também o particípio (como findo, chegado, vindo, abandonado) usado adjetivamente.
 
Recém é uma redução de “recente” e significa “ocorrido há pouco”. Trata-se de um elemento de composição – não é (ou melhor, não era) palavra independente, daí a necessidade do hífen na formação do adjetivo:


 
São comoventes as juras de amor eterno dos recém-casados.
 
O distrito de Limeirinha foi recém-emancipado.
 
Pensão alimentícia e guarda de filhos são motivos de exaustivos conflitos para os recém-separados.
 
Todos os convênios recém-assinados contêm erro jurídico, devendo ser refeitos.
 
A secretaria apresentou o relatório do ano recém-findo.
 
Recém-chegada dos Estados Unidos, Marlete já quer voltar para lá.
 
No último culto, o pastor fez menção especial às pessoas recém-convertidas.
 
Entretanto, também se ouve muito um tipo de construção em que o termo recém fica solto, sem hífen, porque age como advérbio. Neste caso ele só modifica verbos no tempo pretérito. Por exemplo:
 
O namorado da Tilinha recém chegou. [Em vez de: é recém-chegado]
 
Ou também:
 
A mãe dela se separou recém.
 
Recém venderam a estância de gado.
 
Não vais encontrar Mercedes: ela recém saiu.
 
Dizem os dicionários que se trata de um regionalismo de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Sendo neste caso um termo de uso regional (mesmo que pessoas em outros Estados falem assim), não se deve esperar que seja aceito em concursos, escritos oficiais e semelhantes. Em ocasiões formais, que devam passar pelo crivo de julgadores e revisores puristas, entre outros, é melhor expressar a mesma circunstância de outra maneira:
 
O namorado da Tilinha acaba de chegar.
 
A mãe dela se divorciou há pouco tempo.
 
A estância de gado foi vendida recentemente.
 
Não vais encontrar Mercedes: ela saiu agorinha mesmo.

Maria Tereza de Queiroz Piacentini 

terça-feira, 20 de outubro de 2015

MESÓCLISE:

MESÓCLISES são colocações pronominais no meio dos verbos. Elas acontecem nos futuros do presente e do pretérito. O plural de MESÓCLISE é MESÓCLISES.

Emprega-se a mesóclise quando o verbo estiver no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo, desde que não se justifique a próclise. O pronome fica intercalado ao verbo.

Exemplos: 

1) "FALAR-LHE-EI A TEU RESPEITO". (FALAREI + LHE);

2) PROCURAR-ME-IAM CASO PRECISASSEM DE AJUDA." (PROCURARIAM + ME);

3) "NAMORÁ-LA-EI EM 2010, UM DIA DEPOIS DE TER COMPLETADO VINTE ANOS DE IDADE NA SEGUNDA-FEIRA, 15 DE NOVEMBRO." (NAMORAREI +A).

Não havendo palavra atrativa, não iniciando frase, tendo sujeito explícito, a mesóclise será opcional:

1) "O ACUSADO SE APRESENTARÁ À JUSTIÇA.";
2) "O ACUSADO APRESENTAR-SE-Á À JUSTIÇA.";
3) "SE O ACUSADO SE APRESENTARÁ À JUSTIÇA, NÃO SEI.";
4) "SEUS AMIGOS LHE DARIAM NOVA OPORTUNIDADE.";
5) "SEUS AMIGOS DAR-LHE-IAM NOVA OPORTUNIDADE.";
6) "SE SEUS AMIGOS LHE DARIAM NOVA OPORTUNIDADE, NÃO SEI.".

Observações: 

a) Havendo um dos casos que justifique a próclise, desfaz-se a mesóclise.

Por Exemplo: 

1) "TUDO LHE EMPRESTAREI, POIS CONFIO EM SEUS CUIDADOS". (O pronome TUDO exige o uso de próclise.).

b) Com esses tempos verbais ( futuro do presente e futuro do pretérito) jamais ocorre a ênclise.

c) A mesóclise é colocação exclusiva da língua culta e da modalidade literária.




ASSIM:
Mesóclise é um fenômeno do português que se caracteriza pelo fato de nenhuma palavra ocorrer entre os pronomes oblíquos átonos e o verbo. 

Mesóclise início do verbo pronome terminação verbal 
observar-me-á ... 
observar-me-ia ... 

Denomina-se mesóclise a colocação do pronome oblíquo átono no meio do verbo.

Ex.: Tê-lo-ia perguntado a(o) meu pai, se o tivesse visto na ocasião. 
A construção da mesóclise é possível graças à origem do futuro sintético (formado por apenas uma palavra): o futuro analítico, que no latim era formado pelo verbo principal no infinitivo e pelo verbo habere (haver) no presente. Sendo o futuro analítico uma forma composta, era possível colocar o pronome entre os dois verbos. Com a evolução da língua, o verbo auxiliar foi assimilado como desinência do verbo principal, mas manteve-se a possibilidade de deixar o pronome em posição mesoclítica.


PRÓCLISE:

PRÓCLISES são colocações pronominais antes de verbos. O plural de PRÓCLISE é PRÓCLISES.
A regra geral diz que se deve colocar o pronome enclítico, desde que não haja fator de próclise ou seja um dos futuros do indicativo, com atenção aos casos especiais.

PRÓCLISE: É o estudo da colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo.
"Na próclise, o pronome surge antes do verbo." 

O BCCCV esclarece:


São fatores de próclise:

- Oração negativa, desde que não haja pausa entre o verbo e as palavras de negação:

1) "NINGUÉM SE MEXE.";
2) "NADA ME ABALA.";
3) "CALEI PARA NÃO O MAGOAR.".

- Frases exclamativas (começadas por palavras exclamativas) e optativas (desejo):

1) "É NECESSÁRIO QUE DEUS TE GUIE!".

- Conjunção subordinativa:

1) "PRECISO DE QUE ME RESPONDA ALGO.";

2) "O HOMEM PRODUZ POUCO, QUANDO SE ALIMENTA MAL.".

A elipse da conjunção não dispensa a próclise: "QUANDO PASSO E TE VEJO, EXALTO-ME.".

- Pronomes ou palavras interrogativos:

a) "QUEM ME VIU ONTEM?";

b) "QUERIA SABER POR QUE TE AFLIGES TANTO.".

Mas se o pronome interrogativo vier acompanhado dum sujeito desatrativo explícito (substantivos e outros), poderá ocorrer a próclise ou a ênclise:

1) "QUERIA SABER POR QUE RAZÃO AFLIGES-TE TANTO.";
2) "QUERIA SABER POR QUE RAZÃO TU TE AFLIGES TANTO.";
3) "QUERIA SABER POR QUE RAZÃO TU AFLIGES-TE TANTO.".

- Pronomes indefinidos, demonstrativos e relativos:

1) "ALGUÉM ME AJUDOU A SAIR DAQUI.";
2) "ISSO TE PERTENCE.";
3) "ELE, O QUAL SE VESTIU DE VERDE, ESTÁ RIDÍCULO.".

- Advérbio (não seguido de vírgula) e o numeral AMBOS:

1) "AQUI SE VÊ MUITA MISÉRIA.";
2) "AQUI, VÊ-SE MUITA MISÉRIA.";
3) "AMBOS SE OLHARAM PROFUNDAMENTE.".

- Gerúndio precedido de preposição ou de palavra atrativa:

1) "O SUSPENSE, PREFIRO, EM SE TRATANDO DE CINEMA.";
2) "NÃO NOS REVELANDO OS MOTIVOS, SAIU DO ESCRITÓRIO.".

Se o sujeito estiver logo antes do verbo, a próclise será facultativa. Este fator, entretanto, não pode quebrar o princípio dos fatores de próclise.

1) "ELE SE FERIU." ou "ELE FERIU-SE.";
2) "SE ELE SE FERIU, NÃO SEI.";
3) "O HOMEM SE RECUPERA" ou "O HOMEM RECUPERA-SE.";
4) "ESPERAMOS QUE O HOMEM SE RECUPERE.".

MAIS MELHOR existe? MENOS PIOR existe?

Não diga "mais melhor" nem "menos pior"!



Quem nunca teve dúvida na hora de usar melhor ou melhorespior ou piores? Essa confusão é comum e deve-se ao fato de essas palavras serem formações irregulares dos graus comparativo e superlativo relativo de superioridade tanto dos adjetivos bom e mau _que têm plural_ como dos advérbios bem e mal _que são invariáveis. 


Daí as formas melhores piores, no plural, serem flexões apenas dos adjetivos bom mau.

O BCCCV informa:




Para compararmos dois elementos que tenham em comum o fato de serem bons ou maus, dizemos, respectivamente, que um é melhor ou pior que o outro. Ao dizermos, por exemplo, que um texto é melhor que o outro, pressupomos que os dois sejam bons. 



Mas, se um é pior que o outro, é sinal de que os dois são maus. As formas melhor e pior são intensificadoras. No grau comparativo de adjetivos, elas têm plural. Assim: "Alguns textos são melhores (isto é, mais bons) ou piores (isto é, mais maus) que outros".



Mas, no grau comparativo de superioridade de advérbios, essas formas se manterão invariáveis. Assim: "As crianças comportaram-se melhor (isto é, mais bem) ou pior (isto é, mais mal) que os adultos". 



É preciso observar no contexto se melhor e pior são adjetivos ou advérbios, o que não é difícil. O adjetivo caracteriza um substantivo; o advérbio modifica um verbo. Se forem equivalentes a mais bom e a mais maumelhor e pior serão adjetivos e admitirão o plural; no lugar de mais bem e de mais malmelhor e pior serão invariáveis.



Embora em geral não se usem as expressões mais bom e mais mau, há um caso em que só elas exprimem exatamente o que se pretende. Isso ocorre quando se comparam dois atributos de um mesmo ser. Assim: "Ele é mais bom que bonito"; "Embora fosse horrível, era mais mau que feio".



As formas mais bem e mais mal também são usadas, mas somente diante de particípios. Assim: "Seu quarto é mais bem (e não melhor) ou mais mal (e não piordecorado que o meu".



Sabendo que melhor e pior são comparativos ou superlativos relativos de superioridade, entendem-se por redundantes construções como mais melhor ou mais pior



Mas há quem se esqueça de que menos pior, construção que vez ou outra se insurge até em bons textos, também não se sustenta de um ponto de vista lógico. Ora, se pior é mais mau ou mais malmenos pior será menos mais mau ou menos mais mal. O ideal, então, é dizer menos mau ou menos mal, de acordo com a ocasião.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

ÊNCLISE

O RELATÓRIO DO CONSELHEIRO ZACARIAS (2)

É incontestável a predominância da ênclise:

11) Um pardinho, seu escravo, matou-o a facadas.
 
12) O ex-administrador de uma das barreiras da província, ao receber a demissão, que aliás pedira, dirigiu-se, acompanhado de escravos, [...], à casa da administração.
 
Nem mesmo o pronome relativo QUE atrai o pronome átono em todas as ocasiões:
 
13) E na verdade assim foi, pois descobriu-se o cadáver do infeliz sepultado defronte de sua casa, e soube-seque, recolhido uma noite ao seu quarto, foi, quando profundamente dormia, acometido pela mulher, que descarregou-lhe um golpe de machado, de que instantaneamente perecera, ajudada nesse horrível crime, e no ato de sepultar o cadáver, pela filha, que acompanhou-a na fuga.
 
14) O vasto poncho, de que serve-se a maioria dos habitantes [...].

 
Pela norma canônica, não se deve usar a ênclise quando se tem a sequência QUE + VERBO PRINCIPAL. No entanto, por maior que seja a censura nesse ponto, é cada vez mais comum no séc. 21 esse uso tão criticado no séc. 20 e habitual no séc. 19. Mas eis que aparece o emprego considerado “puro”:
 
15) Recebiam do abastado e humano fazendeiro provas de amizade nos presentes que lhes dava.
 
Também casos de próclise tornam-se visíveis no relatório do Conselheiro Zacarias: 
 
16) [...] recursos com que, provavelmente, por algum tempo ainda se há de contar na província. [A preferência brasileira hoje seria “ainda há de se contar”.]
 
17) Tendo assaltado a fazenda do alferes D. F. Machado, matou-o e a oito de sua família. No mesmo dia [...] pessoas da casa resistiram-lhes com energia, até que, socorridas oportunamente, os puderam repelir. [O pronome átono mesmo depois da vírgula!]
 
18) Foram [...] remetidas para Castro, onde se lhes fez o competente processo.
 
19) Banhada, de um lado pelo Oceano, onde lhe não faltam bons portos, de outro pelo majestoso Paraná, [...] com terrenos fertilíssimos, que prestam-se aos mais abundantes e variados produtos.
 
20) Expediu ordem para que a força pública, em vez de concentrar-se na vila, como era de costume, se postasse e percorresse aqueles lugares.
 
21) Este magistrado [...] autorizou que uma força composta de 40 a 60 homens se pusesse no encalço deles, e os afugentasse daqueles lugares.
 
Não é “proibido” usar a ênclise com verbos no pretérito imperfeito do subjuntivo, tempo em que estão conjugados os três últimos verbos grifados, mas de fato não soaria bem escrever “postasse-se, pusesse-se”. Vale lembrar: o que preside a colocação pronominal é antes de tudo a eufonia. 
 
Por fim, mais duas locuções verbais: a de número 22 confirma a ênclise usual quando o verbo principal está no infinitivo. Encontrando um particípio (com o qual jamais se usa a ênclise), o Conselheiro juntou o pronome átono ao verbo auxiliar (frase 23), a despeito da negativa em frente:
 
22) [...] onde a ação da polícia pôde tornar-se mais efetiva.
 
23) A catástrofe de fevereiro felizmente não tem-se reproduzido [...].
 
Nós brasileiros, de acordo com nossa pronúncia, hoje escreveríamos assim: felizmente não tem se reproduzido.


Maria Tereza de Queiroz Piacentini 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

ERROS DE PORTUGUÊS:


Confira 50 dicas de português para não escorregar nem no trabalho, nem na prova do concurso:


Certas competências são obrigatórias para profissionais de qualquer área. O domínio do da Língua Portuguesa , ou seja, a Língua Pátria é uma delas.
Ainda assim, infrações à norma culta da língua são uma constante no mundo corporativo - e em qualquer nível hierárquico.
A alta frequência de erros reflete problemas na educação de base do brasileiro e a maioria das pessoas acaba ingressando no mercado de trabalho ou iniciando estudos para concursos com muitas dúvidas.
Além de deficiências na formação básica, a falta de familiaridade com a escrita também contribui para o problema.
Veja a seguir os 50 erros de português mais comuns no mundo do trabalho. As informações foram retiradas da obra "Livro de anotações com 101 dicas de português" (Editora Hunter Books, 2014):
Os 50 erros de portugus mais comuns no mundo do trabalho

1- Anexo / Anexa

Errado: Seguem anexo os documentos solicitados.Certo: Seguem anexos os documentos solicitados.Por quê? Anexo é adjetivo e deve concordar em gênero e número com o substantivo a que se refere. Obs: Muitos gramáticos condenam a locução “em anexo”; portanto, dê preferência à forma sem a preposição.

2- “Em vez de” / “ao invés de”

Errado: Ao invés de elaborarmos um relatório, discutimos o assunto em reunião.Certo: Em vez de elaborarmos um relatório, discutimos o assunto em reunião.Por quê? Em vez de é usado como substituição. Ao invés de é usado como oposição. Ex: Subimos, ao invés de descer.

3- “Esquecer” / “Esquecer-se de”

Errado: Eu esqueci da reunião.Certo: Há duas formas: Eu me esqueci da reunião. Ou Eu esqueci a reunião.Por quê? O verbo esquecer só é usado com a preposição de (de – da – do) quando vier acompanhado de um pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos).

4-“Faz” / “Fazem”

Errado: Fazem dois meses que trabalho nesta empresa.Certo: Faz dois meses que trabalho nesta empresa.Por quê? No sentido de tempo decorrido, o verbo “fazer” é impessoal, ou seja, só é usado no singular. Em outros sentidos, concorda com o sujeito. Ex: Eles fizeram um bom trabalho.

5- “Ao encontro de"/ “De encontro a”

Errado: Os diretores estão satisfeitos, porque a atitude do gestor veio de encontro ao que desejavam.Certo: Os diretores estão satisfeitos, porque a atitude do gestor veio ao encontro do que desejavam.Por quê? “Ao encontro de” dá ideia de harmonia e “De encontro a” dá ideia de oposição. No exemplo acima, os diretores só podem ficar satisfeitos se a atitude vier ao encontro do que desejam.

6- A par / ao par

Errado: Ele já está ao par do ocorrido.Certo: Ele já está a par do ocorrido.Por quê?No sentido de estar ciente, o correto é “a par”. Use “ao par” somente para equivalência cambial. Ex: “Há muito tempo, o dólar e o real estiveram quase ao par.”

7- “Quite” / “quites”

Errado: O contribuinte está quites com a Receita Federal.Certo: O contribuinte está quite com a Receita Federal.Por quê? “Quite” deve concordar com o substantivo a que se refere.

8- “Media” / “Medeia”

Errado: Ele sempre media os debates.Certo: Ele sempre medeia os debates.Por quê? Há quatro verbos irregulares com final –iar: mediar, ansiar, incendiar e odiar. Todos se conjugam como “odiar”: medeio, anseio, incendeio e odeio.

9- “Através” / “por meio”

Errado: Os senadores sugerem que, através de lei complementar, os convênios sejam firmados com os estados.Certo: Os senadores sugerem que, por meio de lei complementar, os convênios sejam firmados com os estados.Por quê? Por meio significa “por intermédio”. Através de, por outro lado, expressa a ideia de atravessar. Ex: Olhava através da janela.

10- “Ao meu ver” / “A meu ver”

Errado: Ao meu ver, o evento foi um sucesso.Certo: A meu ver, o evento foi um sucesso.Por quê? “Ao meu ver” não existe.

11- “A princípio” / “Em princípio”

Errado: Achamos, em princípio, que ele estava falando a verdade. Certo: Achamos, a princípio, que ele estava falando a verdade. Por quê? A princípio equivale a “no início”. Em princípio significa “em tese”. Ex: Em princípio, todo homem é igual perante a lei.

12- “Senão” / “Se não”

Errado: Nada fazia se não reclamar.Certo: Nada fazia senão reclamar.Por quê?Senão significa “a não ser”, “caso contrário”. Se não é usado nas orações subordinadas condicionais. Ex: Se não chover, poderemos sair.

13- “Onde” / “Aonde”

Errado: Aonde coloquei minhas chaves?Certo: Onde coloquei minhas chaves?Por quê? Onde se refere a um lugar em que alguém ou alguma coisa está. Indica permanência. Aonde se refere ao lugar para onde alguém ou alguma coisa vai. Indica movimento. Ex: Ainda não sabemos aonde iremos.

14- “Visar” / “Visar a”

Errado: Ele visava o cargo de gerente.Certo: Ele visava ao cargo de gerente.Por quê? O verbo visar, no sentido de almejar, pede a preposição a. Obs: Quando anteceder um verbo, dispensa-se a preposição a. Ex: Elas visavam viajar para o exterior.

15- A /" há "

Errado: Atuo no setor de controladoria a 15 anos.Certo: Atuo no setor de controladoria há 15 anos.Por quê? Para indicar tempo passado, usa-se o verbo haver. O a, como expressão de tempo, é usado para indicar futuro ou distância. Exs: Falarei com o diretor daqui a cinco dias. Ele mora a duas horas do escritório.

16- “Aceita-se” / “Aceitam-se”

Errado: Aceita-se encomendas para festas.Certo: Aceitam-se encomendas para festas.Por quê? A presença da partícula apassivadora “se” exige que o verbo transitivo direto concorde com o sujeito.

17- “Precisa-se” / “Precisam-se”

Errado:Precisam-se de estagiários.Certo: Precisa-se de estagiários.Por quê? Nesse caso, a partícula “se” tem a função de tornar o sujeito indeterminado. Quando isso ocorre, o verbo permanece no singular.

18- “Há dois anos” / “Há dois anos atrás”

Errado: Há dois anos atrás, iniciei meu mestrado.Certo: Há duas formas corretas: “Há dois anos, iniciei meu mestrado” ou “Dois anos atrás, iniciei meu mestrado.”Por quê? É redundante dizer “Há dois anos atrás”.

19- “Implicar” / “Implicar com” / “Implicar em”

Errado: O acidente implicou em várias vítimas.Certo: O acidente implicou várias vítimas.Por quê? No sentido de acarretar, o verbo implicar não admite preposição. No sentido de ter implicância, a preposição exigida é com. Quando se refere a comprometimento, deve-se usar a preposição em. Exs: Ele sempre implicava com os filhos. Ela implicou-se nos estudos e passou no concurso.

20- “Retificar” / “Ratificar”

Errado: Estávamos corretos. Os fatos retificaram nossas previsões.Certo:Estávamos corretos. Os fatos ratificaram nossas previsões.Por quê? Ratificar significa confirmar, comprovar. Retificar refere-se ao ato de corrigir, emendar. Ex: Vou retificar os dados da empresa.

21- “Somos” / “Somos em”

Errado: Somos em cinco auditores na empresa.Certo: Somos cinco auditores na empresa.Por quê? Não se deve empregar a preposição “em” nessa expressão.

22- “Entre eu e você” / “Entre mim e você”

Errado: Não há nada entre eu e você, só amizade.Certo: Não há nada entre mim e você, só amizade.Por quê? Eu é pronome pessoal do caso reto e só pode ser usado na função de sujeito, ou seja, antes de um verbo no infinitivo, como no caso: “Não há nada entre eu pagar e você usufruir também.”

23- “A fim” / “Afim”

Errado: Nós viemos afim de discutir o projeto. Certo: Nós viemos a fim de discutir o projeto. Por quê? A locução a fim de indica ideia de finalidade. Afim é um adjetivo e significa semelhança. Ex: Eles têm ideias afins.

24- “Despercebido” / “Desapercebido”

Errado: As mudanças passaram desapercebidas.Certo: As mudanças passaram despercebidas.Por quê? Despercebido significa sem atenção. Desapercebido significa desprovido, desprevenido. Ex: Ele estava totalmente desapercebido de dinheiro.

25- “Tem” / “Têm”

Errado: Eles tem feito o que podem nesta empresa.Certo: Eles têm feito o que podem nesta empresa.Por quê? Tem refere-se à 3ª pessoa do singular do verbo “ter” no Presente do Indicativo. Têm refere-se ao mesmo tempo verbal, porém na 3ª pessoa do plural.

26- “Chegar em” / “Chegar a”

Errado: Os atletas chegaram em Curitiba na noite passada. Certo: Os atletas chegaram a Curitiba na noite passada. Por quê? Verbos de movimento exigem a preposição a.

27- “Prefiro... Do que” / “Prefiro... A”

Errado: Prefiro carne branca do que carne vermelha.Certo: Prefiro carne branca a carne vermelha.Por quê? A regência do verbo preferir é a seguinte: “Preferir algo a alguma outra coisa.”

28- “De mais” / “demais”

Errado: Você trabalha de mais!Certo: Você trabalha demais!Por quê? Demais significa excessivamente; também pode significar “os outros”. De mais opõe-se a “de menos”. Ex: Alguns possuem regalias de mais; outros de menos.

29- “Fim de semana” / “final de semana”

Errado: Bom final de semana!Certo: Bom fim de semana!Por quê? Fim é o contrário de início. Final é o contrário de inicial. Portanto: fim de semana; fim de jogo; parte final.

30- “Existe” / “Existem”

Errado: Existe muitos problemas nesta empresa.Certo: Existem muitos problemas nesta empresa. Por quê? O verbo existir admite plural, diferentemente do verbo haver, que é impessoal.

31- “Assistir o” / “Assistir ao”

Errado: Ele assistiu o filme “A teoria do nada”. Certo: Ele assistiu ao filme “A teoria do nada”. Por quê? O verbo assistir, no sentido de ver, exige a preposição a.

32- “Responder o” / “Responde ao”

Errado: Ele não respondeu o meu e-mail. Certo: Ele não respondeu ao meu e-mail.Por quê? A regência do verbo responder, no sentido de dar a resposta a alguém, é sempre indireta, ou seja, exige a preposição a.

33- “Tão pouco” / “Tampouco”

Errado: Não compareceu ao trabalho, tão pouco justificou sua ausência. Certo: Não compareceu ao trabalho, tampouco justificou sua ausência. Por quê? Tampouco corresponde a “também não”, “nem sequer”. Tão pouco corresponde a “muito pouco”. Ex: Trabalhamos muito e ganhamos tão pouco”.

34- “A nível de” / “Em nível de”

Errado: A pesquisa será realizada a nível de direção.Certo: A pesquisa será realizada em nível de direção.Por quê? A expressão “Em nível de” deve ser usada quando se refere a “âmbito”. O uso de “a nível de” significa “à mesma altura”. Ex: Estava ao nível do mar.

35- “Chego” / “Chegado”

Errado: O candidato havia chego atrasado para a entrevista.Certo: O candidato havia chegado atrasado para a entrevista.Por quê? Embora alguns verbos tenham dupla forma de particípio (Exs: imprimido/impresso, frito/fritado, acendido/aceso), o único particípio do verbo chegar é chegado. Chego é 1ª pessoa do Presente do Indicativo. Ex: Eu sempre chego cedo.

36- “Meio” / “Meia”

Errado: Ela estava meia nervosa na reunião.Certo: Ela estava meio nervosa na reunião.Por quê? No sentido de “um pouco”, a palavra “meio” é invariável. Como numeral, concorda com o substantivo. Ex: Ele comeu meia maçã.

37- “Viagem” / “Viajem”

Errado: Espero que eles viagem amanhã. Certo: Espero que eles viajem amanhã.Por quê? Viajem é a flexão do verbo “viajar” no Presente do Subjuntivo e no Imperativo. Viagem é substantivo. Ex: Fiz uma linda viagem.

38- “Mal” / “Mau”

Errado: O jogador estava mau posicionado.Certo: O jogador estava mal posicionado.Por quê? Mal opõe-se a bem. Mau opõe-se a bom. Assim: mal-humorado, mal-intencionado, mal-estar, homem mau.

39- “Na medida em que” / “À medida que”

Errado: É melhor comprar à vista à medida em os juros estão altos.Certo: É melhor comprar à vista na medida em que os juros estão altos.Por quê? Na medida em que equivale a “porque”. À medida que estabelece relação de proporção. Ex: O nível dos jogos melhora à medida que o time fica entrosado.

40- “Para mim” / “Para eu” fazer

Errado: Era para mim fazer a apresentação, mas tive de me ausentar.Certo: Era para eu fazer a apresentação, mas tive de me ausentar.Por quê? “Para eu” deve ser usado quando se referir ao sujeito da frase e for seguido de um verbo no infinitivo.

41- “Mas” / “Mais”

Errado: Gostaria de ter viajado, mais tive um imprevisto.Certo: Gostaria de ter viajado, mas tive um imprevisto.Por quê? Mas é conjunção adversativa e significa “porém”. Mais é advérbio de intensidade. Ex: Adicione mais açúcar se quiser.

42- “Perca” / “perda”

Errado: Há muita perca de tempo com banalidades.Certo: Há muita perda de tempo com banalidades.Por quê? Perca é verbo e perda é substantivo. Exs: Não perca as esperanças! Essa perda foi irreparável.

43- “Deu” / “Deram” tantas horas

Errado: Deu dez da noite e ele ainda não chegou.Certo: Deram dez da noite e ele ainda não chegou.Por quê? Os verbos dar, bater e soar concordam com as horas. Porém, se houver sujeito, deve-se fazer a concordância: “O sino bateu dez horas.”

44- “Traz” / “Trás”

Errado: Ele olhou para traz e viu o vulto.Certo: Ele olhou para trás e viu o vulto.Por quê? Trás significa parte posterior. Traz é a conjugação do verbo “trazer” na 3ª pessoa do singular do Presente do Indicativo. Ex: Ela sempre traz os relatórios para a gerência.

45- “Namorar alguém” / “Namorar com alguém”

Errado: Maria namora com Paulo.Certo: Maria namora Paulo.Por quê? A regência do verbo namorar não admite preposição.

46- “Obrigado” / “Obrigada”

Errado: Muito obrigado! – disse a funcionária.Certo: Muito obrigada! – disse a funcionária.Por quê? Homens devem dizer" obrigado ". Mulheres dizem" obrigada ". A flexão também ocorre no plural: “Muito obrigadas! – disseram as garotas ao professor.”

47- “Menos” ou “Menas”

Errado: Os atendentes fizeram menas tarefas hoje.Certo: Os atendentes fizeram menos tarefas hoje.Por quê? “Menas” não existe. Mesmo referindo-se a palavras femininas, use sempre menos. Ex: Havia menos pessoas naquele departamento.

48- “Descriminar” / “Discriminar”

Errado: Os produtos estão descriminados na nota fiscal. Certo: Os produtos estão discriminados na nota fiscal.Por quê? Discriminar significa separar, diferenciar. Descriminar significa absolver, inocentar. Ex: O juiz descriminou o jovem acusado.

49- “Acerca de” / “a cerca de”

Errado: Estavam discutindo a cerca de política. Certo: Estavam discutindo acerca de política.Por quê? Acerca de significa “a respeito de”. A cerca de indica aproximação. Ex: Eu trabalho a cerca de 5 km daqui.

50- “Meio-dia e meio” / “Meio-dia e meia”

Errado: Nesta empresa, o horário de almoço inicia ao meio-dia e meio. Certo: Nesta empresa, o horário de almoço inicia ao meio-dia e meia. Por quê? O correto é meio-dia e meia, pois o numeral fracionário concorda em gênero com a palavra hora.