domingo, 24 de maio de 2020

ORTOGRAFIA: COM X ou com CH?

Grafia de palavras com letras de mesmo fonema. 
Com X ou com CH. Veja:
São escritas com X:

bruxa, capixaba, caxumba, faxina, rixa, roxo, xaxim, xícara, xenofobia, graxa, laxante, xale, xaxim, relaxar, almoxarifado, vexame.

O #BCCCV esclarece:


Escrevem-se com CH:

brecha, broche, chalé, chicória, cachimbo, chope, chuchu, fachada, deboche, fantoche, piche, mochila, pechincha, flecha, linchar, chute, bochecha, ficha.

Vamos a algumas regras de uso da letra X:
1) Depois de ditongos (duas vogais pertencentes à mesma sílaba):
caixa, frouxo, deixar, queixa, paixão, faixa, desleixo, rouxinol, baixo, baixela,
eixo, abaixo.
2) Quando a primeira sílaba da palavra é EN:
enxurrada, enxotar, enxugar, enxada, enxergar, enxofre, engraxar, enxaqueca, enxerto, enxame, enxoval
Obs.: As palavras enchente e encher não seguem o mesmo processo, pois são derivadas de cheio. O mesmo acontece com encharcar, que vem de charcoenchapelar, derivada de chapéu; e enchiqueirar, que vem de chiqueiro.
3) Palavras de origem indígena ou africana e palavras inglesas aportuguesadas:
xavante, xingar, xará, xampu, Xangai
4) Após a sílaba ME
mexilhão, mexer, mexerica, mexerico, mexicano, remexer
Exceção: mecha (de cabelo)
IMPORTANTE:
Há casos em que ocorrem palavras de mesmo som, mas com grafia e sentido diferentes. São as chamadas palavras homófanas. Veja alguns exemplos:
- tacha (mancha, defeito ou pequeno prego) / taxa (imposto, tributo).

- coxo (imperfeito, capenga) / cocho (vasilha para alimentar animais).

- xeque (lance do jogo de xadrez) / cheque (ordem de pagamento).

- broxa (pincel para pintura de parede) / brocha (pequeno prego).

- xácara (narrativa popular em verso) / chácara (propriedade rural).

- xá (título do antigo soberano do Irã) / chá (infusão, bebida).

quinta-feira, 21 de maio de 2020

CONJUNÇÃO COORDENADA "e": COM VÍRGULA E SEM VÍRGULA.

--- Muitas vezes nos é ensinado na escola que nunca se deve usar vírgula antes da letra e. Eu mesmo, no meu trabalho, já fui corrigido várias vezes por utilizar-me desta “ferramenta gramatical”, mas tenho certeza de que ela não é de todo errada. Quem está certo e quando? Gustavo Leança Adriano, São Paulo/SP.

--- Na frase “CEDAE – produzindo qualidade, e distribuindo saúde” está correto o emprego da vírgula antes da partícula de ligação e? Seria correto escrever “produzindo qualidade e distribuindo saúde”? André Prieto Machado, Rio de Janeiro/RJ.

O #BCCCV esclarece:


A conjunção é uma das partículas mais utilizadas no nosso idioma. Como tal, ela pode ser encontrada em várias situações: com vírgula antes ou depois e, mais frequentemente, sem vírgula. Tudo depende do caso. Hoje veremos dois deles.

1. NÃO se usa vírgula junto com a conjunção E quando ela coordena ou liga os elementos de uma enumeração (indicação de coisas uma por uma), que pode ser formada por substantivos, pronomes, adjetivos, orações etc. O e justamente substitui a vírgula diante do último elemento da enumeração:

Fico satisfeito em ver matéria tão clara, objetiva, concisa, correta e informativa.

O rabino não acredita que possa haver paz entre israelenses e palestinos.

Ele e ela estão casados há dez meses.

Produtos inovadores reduzem o colesterol, controlam a pressão arterial e tratam a depressão, entre outros efeitos.

Thompson era extremamente criativo e original, com seu estilo próprio e sua notável capacidade de interpretação e de crítica.

CEDAE – produzindo qualidade e distribuindo saúde.

2. APARECE necessariamente uma vírgula antes ou depois da conjunção e na enumeração quando ali se coloca alguma intercalação. Neste caso, a vírgula não tem relação direta com o e – ela está lá para fechar ou abrir o encaixe apenas.

Abaixo, veremos a enumeração (ou soma) sem a intercalação e com ela:

1.a O Estado de São Paulo e a Fundesp firmaram convênio com vistas a formar pessoal.
1.b O Estado de São Paulo, através da Secretaria de Meio Ambiente, e a Fundesp firmaram convênio com vistas a formar pessoal.

2.a Proceder de acordo com os arts. 2º e 12 da Lei 2.309/87.
2.b Proceder de acordo com os arts. 2º, § 1º, e 12 da Lei 2.309/87.

3.a João Silva e sua mulher, Nair Silva, brasileira, professora, requerem...
3.b João Silva, brasileiro, comerciante, residente na Rua X, e sua mulher, Nair Silva, brasileira, professora, requerem...

4.a Só beberam água e um cafezinho.
4.b Só beberam água, que faz tanto bem à saúde, e, ao final da festa, um cafezinho.

5.a Ele foi conselheiro de Segurança Nacional de George Bush e é tido como porta-voz informal do velho presidente.
5.b Ele foi conselheiro de Segurança Nacional de George Bush, pai, e é tido como porta-voz informal do velho presidente.

6.a Dividiu o bolo em fatias e distribuiu-as rapidamente.
6.b Dividiu o bolo em fatias e, pela pressa das crianças, distribuiu-as rapidamente.

Continua no próximo número.

Maria Tereza de Queiroz Piacentini 

segunda-feira, 18 de maio de 2020

ORTOGRAFIA:

CAPRICHOS DA LÍNGUA: EMBAIXO, MUÇARELA, GRAVIDEZ

O leitor Sylvio F. Bertoli sugere um assunto: a diferença de embaixo e em baixo. Aproveitaremos para ver também a locução adverbial em cima.

Há um par de advérbios que chama a atenção pela incoerência da grafia: embaixo e em cima, um junto e um separado. Mas é melhor observar a lista completa:

1) abaixo (rio abaixo)              2) acima (rio acima)
    debaixo do tapete                    de cima do banco
    embaixo da mesa                   em cima do balcão
    por baixo dos panos              por cima dos fatos

O #BCCCCV esclarece:


No caso 1, escreve-se três vezes junto e uma vez separado, até pelo fato de que a preposição por tem mais evidência que as outras (“porbaixo” ficaria deveras estranho!); no caso 2, três vezes separado e uma vez junto! Fazer o quê? É imposição oficial. Mas há um caso em que se escreve “baixo” separado da preposição ou de: é na relação entre de ... a,   formando locução adverbial, como nos seguintes exemplos:

A parede rachou de alto a baixo.

Pintou a escada de baixo a cima.

Já para usar a sequência em baixo, ou apenas a palavra baixo, é preciso que ela esteja modificando um substantivo – aí, baixo tem a função de adjetivo, sendo portanto variável:

Vive em baixo astral.

Trafega em baixa velocidade.

Falou em tom baixo.

QUEIJO MOZZARELLA

--- Há 15 anos trabalhando como revisor, principalmente em agências de publicidade, quando ocorre num trabalho de um cliente querer grafar “mussarela” como o nome daquele queijo muito utilizado em pizzas, tenho conseguido convencê-los a aceitar a forma mozarela, que consta no Michaelis (ao lado de muçarela, infelizmente) como aportuguesamento do italiano mozzarella. Isso apesar da turma do “mas eu sempre vi escrito assim”. Qual a sua opinião a respeito? Celso Mattos, Mogi das Cruzes/SP

Entendo que se deve adotar o termo italiano original – mozzarella – ou uma das duas formas dicionarizadas (Michaelis, Aurélio, Houaiss, PVOLP): mozarela, aportuguesamento da grafia italiana, ou muçarela, grafia baseada na pronúncia brasileira, mas que ainda parece estranha, por ser pouco usada. Trocar o cê cedilha por dois esses (mussarela)? Até ficaria simpático, mas deixaria muito confuso quem recorresse ao dicionário em caso de dúvida, pois não encontraria ali essa grafia. Na verdade é uma questão de hábito. Já nos acostumamos, por exemplo, com o cê cedilha em palavras como maça (arma de ferro), maçaneta, maçante, maçarico, maçom, miçanga, moçárabe, moçoró, muçulmano, muçum.

GRAVIDEZ TEM PLURAL?

A primeira vez que me perguntaram se a palavra gravidez tinha plural eu disse que não, até porque dois médicos a quem dirigi a mesma pergunta responderam que não há, e eu mesma não encontrei o plural nos dicionários e nos livros de medicina de que disponho. Além do mais, “gravidezes” soa estranho, o que justifica o seu desuso ou raridade, embora em artigos na internet seja bem frequente. A explicação para tal flexão é que as palavras terminadas em Z ou EZ formam o plural com o acréscimo de “es”, caso de avestruz – avestruzes, vez – vezes. Mas devo contrapor que nem sempre é assim: o plural de tez (cútis) é tez, não *tezes, e tampouco o adjetivo indez se usa no plural: os ovos indez. Por que então gravidez teria obrigatoriamente um plural?

Sendo assim, no caso de mais de uma, é melhor e mais elegante falar em gestação:

Maria teve sete gestações em 10 anos.

Ainda é possível reestruturar a frase:

Maria teve gravidez tubária duas vezes.

Ela teve gravidez de risco nos quatro filhos. [em vez de quatro gravidezes]

Maria Tereza de Queiroz Piacentini 

quinta-feira, 14 de maio de 2020

PRESENTE DO SUBJUNTIVO: QUE SEJA ÚTIL

--- Existe alguma regra que se refere ao uso do presente do subjuntivo que seja específica para orações subordinadas? Marion Pinto, Florianópolis/SC

A própria origem da palavra subjuntivo (do latim subjunctivus – que serve para ligar, para subordinar) indica sua função principal. O subjuntivo é por excelência o modo utilizado nas orações subordinadas que dependem de verbos cujo sentido esteja ligado à ideia de ordem, proibição, desejo, vontade, necessidade, condição e outras correlatas.


O BCCCV esclarece:


O uso do subjuntivo implica, em qualquer caso, uma probabilidade, uma não-concretização – ainda – de alguma coisa. Observe duas frases com a mesma construção:


. Temos lideranças que contribuem para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. [o verbo da oração principal é TER, portanto já existem tais líderes, o que implica o uso do modo indicativo na oração subordinada]


. Queremos formar lideranças que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. [aqui estamos na fase de QUERER: ainda não temos esses líderes, daí o uso na oração subordinada do subjuntivo “contribuam”]


Exemplos de uso do PRESENTE do subjuntivo


Para exprimir ordem, proibição, desejo, vontade, súplica:


Deseja que eu volte logo.

Ordenou que paguemos a dívida.

Proibiu que os sócios bebam e implorou que eles trabalhem.

Ele sempre pede que o pessoal estude com afinco.

Nada impede que a integração se  e que alguns gerentes de unidades de conservação possam ser escolhidos.

Pretendemos desenvolver ações que incentivem a pesquisa e a implementação de práticas pedagógicas anti-racistas.

Vamos discutir ações e propostas que busquem alterar as desigualdades raciais.

Esperamos então que os guardas-parques que tanto queremos já possam estar uniformizados e trabalhando no próximo verão.


Para exprimir dúvida, receio, necessidade, condição, apreciação, aprovação, admiração:


Duvido que saibas

Não acredito que chores por isso.

Será melhor (ou pior) que não diga nada. 

Negou que tenha cometido o delito.

Lamentamos que nossos atendentes sejam relapsos.

É importante que todos percebam o real papel dos guardas-parques. Eles são os verdadeiros heróis da conservação das áreas protegidas e não é justo, nem bom para a natureza, que continuem sendo esquecidos

É preciso que se deixe de lado esta visão que nos aprisiona num passado de dor e não permite melhorar as condições de vida dos afrodescendentes.

O Estado deve definir políticas de inclusão que possibilitem às crianças condições de realizar seu percurso escolar até o ensino superior.

Temo que não mais se publiquem livros que provoquem o pensar.
 

Também usamos o presente do subjuntivo para referir fatos incertos com o advérbio talvez em períodos simples ou orações coordenadas:

Talvez eu assista ao jogo.
Talvez sejam contempladas, talvez sejam eliminadas.


Igualmente em frases imperativas:


Que sejas feliz.
(Que) Deus nos abençoe.
 Bons ventos o levem.
Cantemos a uma só voz...


Maria Tereza de Queiroz Piacentini

sábado, 9 de maio de 2020

VIDE, BARATO, POR SI SÓS, SIC:

--- Vide. Essa expressão é usada amiúde, como imperativo do verbo ver. Ex.: Vide rodapé; vide página 13 etc. Pergunto se o correto não seria vede e em que hipótese devemos usar o vide acertadamente. Aparecido Ladislau Favini, Campo Mourão/PR

Usa-se vide quando se quer remeter alguém a um livro, capítulo, página ou trecho diferente do que se está vendo. Abrevia-se v. ou V. – inicial maiúscula quando no início da frase.


O imperativo do verbo ver de fato é vede, que se refere a vós, pronome raro no Brasil, o que talvez explique a preferência pelo latim “vide”. Melhor seria usar ver ou veja, por exemplo:

Veja pág. 10.
Ver bula.
Ver referência no final do capítulo.


O #BCCCV esclarece:


--- Gostaria de saber se a palavra barato, referente a preço, tem feminino; por exemplo, a roupa é barata. Wagner de Jesus Baptista, São Paulo/SP


O adjetivo barato tem o feminino barata, sim. E tem plural. Ou seja, flexiona em número e gênero quando qualifica um substantivo na sua proximidade [exemplos 1 e 2] ou em frases com verbos de ligação, dos quais ser e estar são os principais [exemplos 3 a 6]. O mesmo vale para o adjetivo “caro”:


1) Eles levam uma vida barata.

2) Encontraram diversões baratas na cidade.

3) A roupa é muito barata nos nossos estabelecimentos.

4) Os pãezinhos estão cada vez mais caros, quando deviam ser baratos.

5) As viagens internacionais ficaram mais caras com o aumento do dólar, o que não significa que as nacionais estejam mais baratas.

6) Com a redução do IPI, os carros podem ficar mais baratos.


Barato só não flexiona (permanece no masculino singular) quando é usado adverbialmente, isto é, junto com verbos que não sejam de ligação, como custar e sair:


A roupa custa barato, mas os móveis custam caro.

Os tapetes saíram barato; as aulas afinal saíram caro.

O candidato promete que os itens da cesta básica custarão mais barato.


--- A expressão “por si só” é usada sempre no singular ou deve também ser flexionada no plural? Por exemplo: as provas apresentadas, por si só, não foram suficientes para caracterizar o dano. Caroline de Souza, Florianópolis/SC


Deve-se pluralizar a expressão de acordo com o substantivo em referência. Quando reforça o pronome si (que serve para singular e plural), a palavra  tem valor adjetivo e é portanto flexionável. É como se disséssemos “a ação por si mesma, as provas por si mesmas, os fatos por si próprios”. Alguns exemplos:


Os fatos por si sós recomendam a punição do infrator.

Essas medidas por si sós resolverão o caso.

As provas apresentadas, por si sós, não são suficientes para caracterizar o dano.


--- O que significa a expressão (sic) presente em diversos artigos de jornais e revistas? D. P. B., Rio de Janeiro/RJ


O termo sic – advérbio latino que quer dizer “assim” – é usado entre parênteses depois de qualquer palavra ou frase que contenha um erro gramatical ou um dito absurdo que o redator quer deixar claro que não é dele, mas sim da pessoa que falou ou escreveu aquilo. Em resumo: ao colocar (sic), você mostra ao leitor que é assim mesmo que estava no original, por mais errado ou estranho que pareça. Mas veja bem, não se deve usar (sic) a torto e a direito. Ao transcrever um trecho que contenha evidentes lapsos de datilografia ou digitação, é melhor consertá-los. A propósito, e para deixar bem claro: somente erros de ortografia podem ser alterados para conserto (e os de grafia antiga para atualização). Se o autor cometeu muitos erros de outra natureza, é preferível não citá-lo, não é mesmo?


Maria Tereza de Queiroz Piacentini

sexta-feira, 8 de maio de 2020

VERBOS: CONHECER, PISAR, AVISAR

--- Nos tribunais, é usual dizer: “não conhecer do recurso” no sentido de não admitir, não ser recebido para discussão do mérito. Pode ocorrer por ser inadequado, intempestivo, ou porque não foi recolhida a quantia do denominado “preparo”. Comenta-se que no STJ ocorreu grande polêmica a respeito dessa expressão e por isso formulo a consulta: a) não conhecer do ou o recurso? T.N.V., Florianópolis/SC

O verbo conhecer, nos seus significados mais comuns de “saber, ter ideia, informação, consciência ou experiência, apreciar, conviver com”, é transitivo direto, ou seja, é usado sem nenhuma preposição; neste caso o pronome objeto é o/a, e não lhe:

Conheço bem os seus defeitos.

No ano passado conhecemos o sul da Espanha.

Já não a conheço?

O desembargador conhece Português como poucos.

O #BCCCV esclarece:


Vou assistir, em Porto Alegre, à conferência de Maffesoli, pois eu conheci em Paris há dois anos.

É igualmente possível usar o verbo conhecer como transitivo indireto, preposicionado – porém com o sentido mais restrito de “informar-se, procurar saber”:

Precisamos conhecer das condições de venda do imóvel.

E também, na área jurídica, usa-se “conhecer de” significando “ter (juiz ou tribunal) competência para intervir num processo; tomar conhecimento de uma causa ou recurso e dar-se competente para julgá-la”, conforme palavras dos dicionários; ou “não conhecer de” com o sentido explicitado pelo leitor catarinense:

O juiz decidiu conhecer do pedido.

O Supremo não conheceu do recurso.

Nos termos do voto do relator, à unanimidade, conheceram do recurso para negar-lhe provimento.

--- Qual a expressão correta: Não pise na grama / a grama / à grama. Esta última me pareceu bastante estranha, mas foi vista no jardim de um órgão público federal. Ednaldo João Ariane Silva, Salvador/BA

O verbo pisar, no sentido de “pôr os pés no chão, andar, caminhar”, pode ser tanto transitivo direto quanto indireto, com a preposição EM. Isso significa que a prep. A, no caso de “à grama”, foi mal empregada. É possível dizer:

Pisar a grama ou Pisar na grama.

Pisar as flores.

Pisar nos amores-perfeitos.

Pisar em ovos.

Pisar nos calos.

--- Qual a regência do verbo avisar? Verônica Hirata, Cuiabá/MT

A construção originária é avisar alguém (de alguma coisa):

É bom avisá-la do perigo.

Bem que eu a avisei, Marcela.

Avisamos os clientes da mudança de endereço.

Não saia sem avisar seus pais.

Ninguém me avisou disso.

O chefe avisou os funcionários de que os documentos estavam prontos.

Entretanto, já tem tradição na língua o uso de avisar com objeto indireto de pessoa e direto de coisa, por analogia com os verbos dizer e comunicar

Avisamos aos nossos clientes que vamos atendê-los em novo endereço.

Eu lhe avisei a data da reunião.

Também são usadas as preposições para e sobre:

Avisei os amigos sobre os problemas pendentes.

O médico avisou o menino para largar o cigarro.

Maria Tereza de Queiroz Piacentini