sábado, 7 de dezembro de 2013

VENCER: regência

Tenho dúvida, quase certeza, de que estão erradas as expressões abaixo.
Por favor julguem-nas:
O São Paulo venceu ao Palmeiras.
A bola passou por sobre o gol.
[ André Luís, São Paulo/SP]


Você tem razão no primeiro caso, pois o correto é “venceu o Palmeiras”.
O São Paulo


No segundo, é preciso jogo de cintura. Em português (embora não tanto como no inglês),
também se vê uma preposição regendo outra,
em certos casos de ênfase ou maior definição.

A prep. por exprime, entre outras coisas, ideia de percurso,
e quando esse percurso se dá sobre a trave,
é possível deixar isso bem claro: a bola passou por sobre o gol.

Outros exemplos de dupla preposição:

Passou por entre a ramagem.

Mergulham e desaparecem por sobre o imenso telheiro.

O terreno lhe foge de sob os cascos.

Passou por detrás do galpão.

Cumpre seus deveres para com a religião.

GOSTAR: REGÊNCIA

--- Gostaria que ou de que você...?
Quando não se usa a preposição para atender à regência do verbo?
 Célia Cândido da Silva, Curitiba/PR

O verbo gostar, ninguém tem dúvida, pede a preposição deGosto de vocês.
Gostaria de tomar água de coco.

Entretanto, a sequência gostar de que permite deixar a preposição de fora, porque frases como
Gostaria que você fosse pontual ou Ela gosta que a elogiem
soam melhor do que Gostaria de que você fosse pontual ou Ela gosta de que a elogiem.


segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

REGÊNCIA: verbo conspirar

É possível a utilização do verbo conspirar no sentido de algo bom?
O Aurélio estaria correto ao exemplificar que “tudo parecia conspirar
para a sua felicidade”? É correto dizer que “os astros conspiram a
nosso favor”? Não seria uma inversão de sentido?
José Roberto, Rio de Janeiro/RJ


De “tramar, planejar ou concorrer para uma conspiração”, o verbo conspirar passou a designar 
também “concorrer para algum fim” ou, em outros termos, “tender ao mesmo objetivo”; enfim, “contribuir”.

O que muda é a regência: a preposição contra sempre traduz um fator negativo:
Ele conspira contra qualquer iniciativa, contra nossos ideais; as preposições para, em ou a podem ser usadas em qualquer situação: Conspira para sua felicidade /
conspira a seu favor / conspira em prejudicar seus interesses /conspira para obter os melhores resultados.




















REGÊNCIA: VERBO AGRADAR

AGRADAR é um dos verbos que Celso Luft usa justamente para exemplificar
a evolução da regência verbal pela alteração dos traços semânticos ou de 
significado: “Agradar a alguém, agradar-lhe torna-se agradar alguém, agradá-lo,
certamente por efeito de sinônimos como ‘contentar, satisfazer’, ‘alegrar, deleitar’,
e obviamente prescinde de preposição com o traço de ‘acarinhar, mimar’, de um
uso popular deste verbo”.

Em resumo, pode-se usar corretamente o verbo agradar como pronominal,
intransitivo, transitivo direto ou transitivo indireto, todos devidamente dicionarizados:

Agradou-se da moça à primeira vista.

A festa não agradou, embora o anfitrião tivesse feito tudo para
agradar os convidados.

A infraestrutura das praias agradará os/aos turistas.

Nada agrada aos mais exigentes.

Adquire a qualquer custo algo que lhe agrade.

Quisemos agradá-lo, mas não houve jeito.








sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CONCORDÂNCIA NOMINAL - SABER PARA USAR CORRETAMENTE

Para que saber?
O prezado leitor deve saber aplicar, na prática, as regras de concordância. Elas são absolutamente indispensáveis a quem, falando ou escrevendo, precisa se comunicar usando o padrão culto da língua.
Trago algumas dessas placas para ilustrar as regras de concordância nominal.  Veja o primeiro exemplo.
A estranheza na placa acontece porque a informação escrita contraria
a primeira regra da presente discussão.
1- As palavras variáveis que se referem ao substantivo concordam com ele em
gênero e número.
*As palavras variáveis de que trata a regra são os artigosos adjetivos, alguns pronomes e numerais.
Corrigindo a placa: INTERVENÇÕES VIÁRIAS.
Por quê? “Intervenções” é substantivo; “viárias” é adjetivo e, de acordo com a regra, adjetivos concordam com  o substantivo em gênero (masculino/feminino) e número(singular/plural).
Observe a foto.  Onde a concordância nominal falhou?

Há três placas, apenas uma está escrita incorretamente.
A primeira placa vai de encontro à seguinte regra:
2-  O substantivo que faz parte da expressão “É proibido” quando vem acompanhado de
artigo ou pronome (palavras determinantes) o adjetivo concorda  com o substantivo.
Por quê? “Permanência”  é substantivo feminino, “ proibido” é adjetivo e “ a
é artigo (palavra determinante) então, o adjetivo deve concordar com o substantivo permanência.
Corrigindo a primeira placa:
É PROIBIDA A PERMANÊNCIA DE PESSOAS ESTRANHAS AO SERVIÇO.
A segunda placa está correta, porque está de acordo com a seguinte regra:
3- Se o substantivo não se apresentar com um determinante, o adjetivo “proibido” fica invariávelou seja, mantém-se no masculino.
*As mesmas regras são empregadas para
as expressões É BOM, É NECESSÁRIO.

REDAÇÃO: Como fazer uma boa redação?

Dominar a arte da escrita é um trabalho que exige prática e dedicação. No entanto, conhecer seu lado teórico é muito importante. Aqui você encontra um resumo desta teoria com dicas de como fazer uma redação de qualidade. Aplique-a em seu trabalho mas não se esqueça: você precisará fazer a sua parte, isto é, escrever. 

SIMPLICIDADE

Use palavras conhecidas e adequadas. Escreva com simplicidade. Para que se tenha bom domínio, prefira frases curtas. Amarre as frases, organizando as idéias. Cuidado para não mudar de assunto de repente. Conduza o leitor de maneira leve pela linha de argumentação.

CLAREZA

O segredo está em não deixar nada subentendido, nem imaginar que o leitor sabe o que você quer dizer. Evidencie todo o conteúdo da sua escrita. Lembre-se: você está comunicando a sua opinião, falando de suas idéias, narrando um fato. O mais importante é fazer-se entender.

OBJETIVIDADE

Você tem que expressar o máximo de conteúdo com o menor número de palavras possíveis. Por isso não repita ideias, não use palavras demais ou outras coisas que só para aumentem as linhas. Concentre-se no que é realmente necessário para o texto. A pesquisa prévia ajuda a selecionar melhor o que se deve usar.

UNIDADE

Não esqueça, o texto deve ter unidade, por mais longo que seja. Você deve traçar uma linha coerente do começo ao final do texto. Não pode perder de vista essa trajetória. Por isso, muita atenção no que escreve para não se perder e fugir do assunto. Eliminar o desnecessário é um dos caminhos para não se perder. Para não errar, use a seguinte ordem: introdução, argumentação e conclusão da ideia.

COERÊNCIA

A coerência (coesão) entre todas as partes de seu texto, é fator primordial para se escrever bem. É necessário que elas formem um todo. Para isso, é necessário estabelecer uma ordem para as ideias se completem e formem o corpo da narrativa. Explique, mostre as causas e as consequências.
Exemplos: Obedecer uma ordem cronológica é um maneira de se acertar sempre, apesar de não ser criativa. Nesta linha, parta do geral para o particular, do objetivo para o subjetivo, do concreto para o abstrato. Use figuras de linguagem para que o texto fique interessante. As metáforas também enriquecem a redação.

ÊNFASE

Procure chamar a atenção para o assunto com palavras fortes, cheias de significado, principalmente no início da narrativa. Use o mesmo recurso para destacar trechos importantes. Uma boa conclusão é essencial para mostrar a importância do assunto escolhido. Remeter o leitor à ideia inicial é uma boa maneira de fechar o texto.

LEIA E RELEIA

Lembre-se, é fundamental pensar, planejar, escrever e reler seu texto. Mesmo com todos os cuidados, pode ser que você não consiga se expressar de forma clara e concisa. A pressa pode atrapalhar. Com calma, verifique se os períodos não ficaram longos, obscuros. Veja se você não repetiu palavras e ideias. À medida que você relê o texto, essas falhas aparecem, inclusive, erros de ortografia e acentuação. Não se apegue ao escrito. Refaça se for preciso. Não tenha preguiça, passe tudo a limpo quantas vezes forem necessárias. No computador, esta tarefa se torna mais fácil. Faça sempre uma cópia do texto original. Assim você se sentirá à vontade para corrigir quanto quiser, pois sabe que sempre poderá voltar atrás.

O #BCCCV ESCLARECE:

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

SENÃO/ SE NÃO - dúvida cruel!

Emprega-se SENÃO:
1. Com o significado de "a não ser, mais do que":
Ele não se corrigirá senão apanhando.
Não havia na sala senão crianças.

2. Com o significado de "no caso contrário, de outro modo, de outra forma":
Confessa, senão serás denunciado.
Não insistas, senão serás acusado de chato.

3. Pode significar também "mas":
Se tal foi dito, não foi para ofendê-lo, senão para adverti-lo.
Discursou não como político, senão como cidadão.

4. Quando duas orações são ligadas pela locução negativa não só ou por não somente,
a segunda oração será ligada à primeira pelas locuções adversativas:
senão, senão também, senão que, mas ainda, mas também, mas até:
Ela não somente vê televisão, senão ouve rádio.
Ele não só vai ao cinema, senão que ao teatro.
Ele não só estudava, senão também pesquisava.


Emprega-se SE NÃO separado:
1. Quando o não conserva o seu valor de advérbio de negação e o se exerce
a função de conjunção:
Se não queres, não deverás ser forçada. Isto equivale: Caso não queiras, não deverás
ser forçada.

CRASE E ARTIGO COM POSSESSIVOS

O uso de crase antes de pronomes possessivos. É permitido?
Existe alguma regra?  W. Castro, Rio de Janeiro/RJ

--- A minha mãe (para minha mãe) tem crase? Sibele Akselrad, São Paulo/SP

Sabemos que a crase está condicionada ao uso simultâneo da preposição a com o artigo a;
portanto, para ocorrer a crase é preciso que a palavra anterior [um verbo ou um nome] exija
a preposição a e o substantivo posterior – que será obrigatoriamente feminino, explícito ou não
– admita a presença do artigo definido. Sibele coloca entre parênteses “para minha mãe”, sem 
o artigo antes do possessivo. Consequentemente, se trocarmos a prep. para por a, não aparecer
á o acento: Disse a minha mãe que voltaria cedo.

Entretanto, outros leitores traduziriam esse “a minha mãe” por “para a minha mãe”, o que pressupõe
a coexistência da preposição com o artigo definido. Neste caso, escreve-se com o acento indicativo
 de crase: Disse à minha mãe que voltaria cedo.

Conclusão sabida e regra repetida: o uso da crase antes do pronome possessivo é facultativo.

Quer dizer, pode-se omitir o acento que não fica errado. Mas é altamente recomendável usá-lo,
pois evita ambiguidades, sobretudo depois de verbos, vejam só:

Favor anexar a sua declaração de isento a sua identidade.

Anexar o que a quê? Deixemos claro:

Favor anexar à sua declaração de isento a sua identidade.

Favor anexar a sua declaração de isento à sua identidade.

Favor anexar a sua identidade à sua petição.

Anexamos à petição o documento solicitado.

Peço que junte à nota para a imprensa a sua fotografia. 

A crase, aliás, é sempre motivo de clareza. Também fica melhor:

À SUA ESCOLHA [título de reportagem sobre imóveis à venda]

O Natal bate à sua porta [propaganda na TV sem o acento!]

Dobre à sua direita.

A bem da verdade, esse tipo de crase só deveria ser dito “facultativo” em relação às regiões do Brasil,
já que em alguns Estados não se usa o artigo definido diante do possessivo. Ali as pessoas normalmente
dizem: “de minha mãe, de meu pai, minha amiga, para/a minhas tias”, o que em tese as desobrigaria do
“a craseado”.  Já em outros lugares o artigo definido é usual: “da minha mãe, do meu pai, com a minha
amiga, para as minhas tias”. Esta situação enseja o emprego de à/às: Refiro-me à minha amiga e às
minhas tias, por exemplo, em vez de a minha amiga e a minhas tias.

Em Portugal a crase (que é chamada simplesmente de acento grave) com os pronomes possessivos é de lei,
pois o uso do artigo definido diante deles é a norma naquele país. Numa biblioteca pública de Porto, em agosto
de 2001, li num manual de gramática que era “mania de brasileiro” a dispensa do artigo na frente dos possessivos!
No Brasil, de fato, tanto faz.


PLURAL

É preciso ter cuidado com a opção diante de pronome possessivo plural: a alternativa não é as/às, mas sim
a/às, pois aí se trata de escolher entre a simples preposição (entendendo-se que não se queira usar o artigo
definido antes do possessivo) ou a preposição combinada com o artigo no plural:

Não reconheceu o Estado de Israel por questões políticas ligadas a/às suas relações com os
países árabes.

É interessante manter a coerência dentro do texto ou pelo menos dentro da frase:

Passo a suas mãos documento que já é de seu conhecimento.

Passo às suas mãos documento que já é do seu conhecimento

Na casa de minha irmã, eu me referi a minhas dificuldades.

Na casa da minha irmã, eu me referi às minhas dificuldades.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

LHE, ou O, A, AS, OS? Como usar?

É importante observar que raramente o pronome lhe é utilizado.
Ou seja: empregam-se preferentemente as formas diretas (o/a/os/as)
quando o complemento verbal é um pronome: 

Comunicamos aos nossos clientes que vamos atendê-los em novo endereço.

Júlia e Jane, vamos atendê-las em seguida. Posso atendê-lo, senhor?

Foram muitas as reivindicações, e a reitoria as atendeu parcialmente.

REGÊNCIA VERBO ATENDER

--- Qual das formas abaixo é a correta: Estou chegando em Santos ou a Santos? 
João Francisco, São Paulo/SP

De acordo com a ciência linguística, as duas estão corretas. A diferença está no nível de linguagem:
menos/mais formal. Em princípio, por ser verbo de movimento, chegar rege a preposição a: chegar ao
lugar certo/ à frente/ às vias de fato; chegar a uma conclusão etc.

Todavia, no Brasil é frequente o uso da preposição em diante de complemento de lugar, sobretudo cidades,
assim como se usa em com o complemento “casa”: chegar em casa. Já no tempo do português arcaico
(séculos XIV a XVI) havia grande emprego de verbos de movimento com a preposição em no lugar de a.
Portanto, nada de novidade em “chegou em São Paulo, chegaram no aeroporto”. Contribui para isso o fato
de a ideia de estado e repouso (cheguei em SP = lugar onde estou agora) se sobrepor à de movimento
(cheguei a SP = lugar para onde vim). Portanto, é mais formal: estou chegando a Santos; coloquial:
estou chegando em Santos.

REGÊNCIA CHEGAR

--- Qual das formas abaixo é a correta: Estou chegando em Santos ou a Santos?
 João Francisco, São Paulo/SP

De acordo com a ciência linguística, as duas estão corretas. A diferença está

no nível de linguagem: menos/mais formal. Em princípio, por ser verbo de movimento, chegar rege a preposição a: chegar ao lugar certo/ à frente/
às vias de fato; chegar a uma conclusão etc.

Todavia, no Brasil é frequente o uso da preposição em diante de complemento

de lugar, sobretudo cidades, assim como se usa em com o complemento “casa”:
chegar em casa.

Já no tempo do português arcaico (séculos XIV a XVI) havia grande emprego de
verbos de movimento com a preposição em no lugar de a. Portanto, nada de novidade
em “chegou em São Paulo, chegaram no aeroporto”. Contribui para isso o fato de a
ideia de estado e repouso (cheguei em SP = lugar onde estou agora) se sobrepor à
de movimento (cheguei a SP = lugar para onde vim). Portanto, é mais formal: estou chegando a Santos; coloquial: estou chegando em Santos.


segunda-feira, 7 de outubro de 2013

EM SE TRATANDO DE

Hoje a moda é o uso da preposição em,
o que, acho, é feito muitas vezes erroneamente.
Para confirmar ou não a minha impressão,
eu gostaria que me informassem qual destas formas é a correta:
sendo / em sendo a liquidez um dos pressupostos para a execução,
é imprescindível que... Júlio César Grimaldi, Florianópolis/SC

Não se trata de modismo. Ao contrário. Esse em com o gerúndio é usado
há alguns séculos (já no português arcaico) como alternativa quando o
gerúndio exprime tempo, hipótese ou condição, “se com o verbo subordinante
se expressa o que costuma acontecer, ou uma ação futura” (DIAS, A.E.S.,
Syntaxe Histórica Portuguesa. Lisboa: Liv. Clássica Ed., 1959. p. 242).

É o caso de:

Em aparecendo Isabel na praia, o sol se abria de repente.
[= quando aparecia]

Em se tratando de contravenção, devemos recorrer ao Judiciário.
[= quando se trata, como se trata]

[em] sendo a liquidez um dos pressupostos para a execução,
é imprescindível a produção de outras provas. [= já que/ como a liquidez é um dos]

Os meios modernos de comunicação orientam seus redatores a evitar o uso do gerúndio com a
preposição em, visto ser muito literária esta construção.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

REGÊNCIA VERBAL: PRECISAR


Precisar é transitivo direto, indireto ou bitransitivo?

Eu preciso dinheiro ou preciso de dinheiro?

Preciso estudar ou preciso de estudar?

( Márcio da Silva Florêncio, Joinville/SC)



Todos os seus exemplos estão corretos.

Contudo, o mais usual no Brasil contemporâneo é:


- usar a preposição quando o complemento verbal
é um substantivo ou pronome:

Preciso de dinheiro.
Preciso de você.

-porém, omitir a preposição quando o complemento
 é um verbo no infinitivo:

Preciso ir. Precisamos sair já.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

CONDENAR - Cai no ENEM e em outros concursos -

Quanto à regência do verbo condenar, 
ele pede a preposição em ou a?
Assim, qual seria a construção correta?


 O juiz condenou-o AO ou NO pagamento de R$ 1.000,00? 

No sentido de “sentenciar, proferir sentença condenatória contra”,
este verbo é transitivo direto (de pessoa)

e indireto: condenar alguém a.

Exemplos: O juiz o condenou ao pagamento de mil reais/
condenou-o à prisão perpétua / 
foi condenado a degredo / 
condenou a ré a dois anos de prisão /
condenou-as ao cumprimento de pena compatível com o crime perpetrado.

A preposição em pode ser usada apenas
com complemento de tempo especificado:

O juiz condenou-o em 20 meses de prisão/
em nove anos de prisão. 

OBS.: Se não mencionar número específico
em qualquer dos outros casos, portanto,
empregue a preposição a.

NAMORAR - Cai no ENEM e em outros concursos -

O verbo namorar é intransitivo? Está correto eu dizer: 
José namora com Maria?



A regência gramatical do verbo namorar é
SEM a preposição,
e é essa a exigida em alguns concursos.

Em outros termos: 
de acordo com a norma-padrão,
o verbo namorar é transitivo direto.

Mas modernamente, por analogia e
tendo por modelo casar com e noivar com,
também se usa o verbo namorar preposicionado
(transitivo indireto).
Portanto, ambas as regências devem ser
aceitas como corretas:

José namorou muitas moças.

José namora com Maria.

Como intransitivo – isto é, sem complemento verbal – 
o verbo namorar pode ser utilizado no sentido de
“andar de galanteios, ter namorado(a)”:

Maria namorou uma única vez na vida.

sábado, 14 de setembro de 2013

ENEM 2013 - LITERATURA - O QUE ESTUDAR?!?








A Literatura no Enem compreende a articulação entre os recursos expressivos
 e estruturais do texto literário e o processo social
 relacionado ao momento de sua produção.

Em se tratando da prova relacionada a essa área do conhecimento – a Literatura –,
você primeiramente precisa se conscientizar de que ela, assim como toda arte, é
uma transfiguração do real, isto é, a realidade recriada por meio do espírito do artista
vivendo em seu tempo.
Sendo assim, o artista, de acordo com sua ideologia, submetido a um contexto histórico,
político e social, realiza um trabalho especial, cuja matéria-prima é a própria palavra.
Dessa forma, torna-se evidente que em todo esse “manejo” predomina tão somente a
função poética da linguagem, na qual a intenção do emissor, no caso o artista, é
voltada para a própria mensagem, seja na estrutura ou na seleção e combinação
das palavras, de forma a atingir plenamente seu objetivo “artístico”.
Com base nesses pressupostos, você terá condições de entender alguns dos objetivos
referentes ao processo pelo qual irá passar, uma vez que é esperado que o aluno
demonstre seus conhecimentos relacionados ao campo da Literatura, tendo em vista
a capacidade de:

- Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando 
textos com seus contextos, mediante a natureza, função, organização, 
estrutura das manifestações, de acordo com as condições de produção e recepção.
- Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando
aspectos do contexto histórico, social e político.
- Relacionar informações sobre concepções artísticas e procedimentos de 
construção do texto literário.
- Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e 
permanentes no patrimônio literário nacional.

Torna-se importante ressaltar que tais objetivos estão intrinsecamente relacionados
ao objetivo maior do Exame Nacional do Ensino Médio, que é – em vez 
de conduzi-lo a memorizações mecanicistas de conceitos – fazer com que você
entenda acerca da aplicação dos termos e suas funções na língua. Vejamos, pois,
como na prática isso funciona, partindo do exemplo de uma questão referente ao 
exame realizado no ano de 2009:       
Cárcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa,
Soluçando nas trevas, entre as grades
Do calabouço olhando imensidades,
Mares, estrelas, tardes, natureza.

Tudo se veste de uma igual grandeza
Quando a alma entre grilhões as liberdades
Sonha e, sonhando, as imortalidades
Rasga no etéreo o Espaço da Pureza.

Ó almas presas, mudas e fechadas
Nas prisões colossais e abandonadas,
Da Dor no calabouço, atroz, funéreo!

Nesses silêncios solitários, graves,
que chaveiro do Céu possui as chaves
para abrir-vos as portas do Mistério?!


CRUZ E SOUSA, J. Poesia completa. Florianópolis: Fundação Catarinense de Cultura /
Fundação Banco do Brasil, 1993.


Os elementos formais e temáticos relacionados ao contexto cultural do Simbolismo encontrados no
poema Cárcere das almas, de Cruz e Sousa, são:
A- a opção pela abordagem, em linguagem simples e direta, de temas filosóficos.
B- a prevalência do lirismo amoroso e intimista em relação à temática nacionalista.
C- o refinamento estético da forma poética e o tratamento metafísico de temas universais.
D- a evidente preocupação do eu lírico com a realidade social expressa em imagens poéticas inovadoras.
E- a liberdade formal da estrutura poética que dispensa a rima e a métrica tradicionais em favor de
temas do cotidiano.

Confira a resolução comentada do Brasil Escola acerca da questão
em evidência:
A questão em evidência tem como verdadeira a alternativa “c”, pois,
ao retratar sobre a questão do refinamento estético, ela se refere à
construção formal, ora caracterizada pelo soneto, uma forma fixa que
relembra os padrões clássicos, bem como a temática que reflete a
ideologia simbolista, representando a crise de consciência do ser 
humano, levada às últimas consequências em função do contexto 
histórico pertencente à era em voga, ou seja, o Simbolismo.

Para manter-se informado e, sobretudo, “preparado” para obter um bom resultado
na prova de Literatura, eis algumas dicas dos conteúdos que provavelmente serão
cobrados. Aproveitando o momento, confira também sugestões de links nos quais
poderá obter mais informações, ampliando assim seu conhecimento:
O Texto Literário
As Funções da Linguagem

As Principais Relações entre Textos

Estrutura do Texto Narrativo
Narração

Figuras e Efeitos de Linguagem

Intertextualidade e Apropriação


O texto poético
Poesia e metalinguagem

Estéticas literárias (estilos de época)
Literatura de informação

Barroco

Barroco no Brasil

Neoclassicismo

Arcadismo no Brasil
Romantismo

Características do Romantismo


Realismo/Naturalismo

Realismo no Brasil

Naturalismo


Parnasianismo

Parnasianismo no Brasil 


Simbolismo

Simbolismo no Brasil 


Pré-simbolistas


Modernismo e tendências contemporâneas
O Modernismo no Brasil

Modernismo no Brasil  2ª fase

A Semana de Arte Moderna

Artistas da Arte Moderna 


Grupos e tendências modernistas
Geração de 1930

Geração de 1945

Tendências contemporâneas
Concretismo

Concretismo no Brasil 


Sintetizando, espera-se que você, caro (a) aluno (a), mediante tais elucidações,
saiba aplicar de forma plausível seus conhecimentos, analisando todas as questões
com a máxima atenção e atentando-se para as evidentes articulações entre os
recursos expressivos e estruturais do texto literário e o processo social relacionado
ao momento de sua produção.