sábado, 18 de agosto de 2012

VÍRGULAS? Com nomes próprios?


Os nomes próprios de pessoas escritos numa frase podem ou não ser separados por vírgulas – e disso
entendem os jornais e revistas, que falam não só de chiques e famosos mas de políticos e de outros
simples mortais. Também o advogado, em seu trabalho, cita muitos nomes de pessoas. E aí a vírgula
pode contribuir para aclarar uma situação, dar uma informação correta. É o caso, por exemplo, de filhos
ou funcionários envolvidos numa questão jurídica. Se determinada empresa tem vários funcionários e foi
um deles que, digamos, abalroou o veículo X, a frase será assim:

Afirma o réu que seu funcionário Mário Tadeu dirigia o veículo na ocasião.

Se tal réu tivesse apenas um empregado, o nome deste iria entre vírgulas:

Afirma o réu que seu funcionário, Mário Tadeu, dirigia o veículo na ocasião.

Neste último caso, o nome se torna um aposto explicativo (o qual equivale a uma oração adjetiva 
explicativa sem "que é"), o que justifica sua separação por vírgulas.




Sendo assim, sempre que se referir a pessoa que tiver um cargo único e especificado na frase, como
presidente da República, do Senado, da Câmara Federal, de um partido político, de uma empresa etc.,
ou governador de um Estado, faça a separação do nome da pessoa por vírgulas – uma ou duas,
conforme sua posição na frase.
Também é o caso de pai e mãe, que temos um só, e de marido e mulher:

A mãe de Caetano e Bethânia, dona Canô, é quase tão famosa quanto os filhos.

O governador de Santa Catarina em 2001, Esperidião Amin, e o então ministro da Ciência
e Tecnologia, Ronaldo C. Sardenberg, oficializaram um projeto pioneiro no país – a Rede
Catarinense de Ciência e Tecnologia.

A ação contra a empresa TAL foi proposta por João Silva e sua mulher, Amália J. Silva.

O fundador de Jaraguá do Sul, Emílio Carlos Jourdan, morreu em 8 de agosto de 1900,
no Rio de Janeiro.

Mas quando se referir a um entre vários da mesma categoria – como ex-governador, ex-esposa, diretor de
empresa (normalmente há mais de um diretor), professor de escola, habitante, ator, candidato etc. – não
faça o destaque do nome entre vírgulas:

Um dos palestrantes foi o economista e especialista em gestão condominial César 
Thomé Júnior.

O ex-governador do Paraná Álvaro Dias concedeu entrevista a uma rádio de Maringá.

O brusquense Eleutério Graf abriu sua banca num dos principais pontos da cidade.

Para a professora da USP Roseli Baunel, especializada em Educação Especial, a escola
deve perceber o que pode oferecer ao aluno com deficiência visual.

Os candidatos a vereador Tobias Sailor e Tadeu Pilli devem comparecer ao debate.

No caso de irmãos e filhos, depende:
Filho único é separado por vírgulas.
Havendo mais de um filho ou filha, as vírgulas não devem ser usadas.

O jornal publicou pequena entrevista com o filho de Celso Pitta, Victor.

Vera Fischer e sua filha, Rafaela, aparecem juntas na foto.

Os seus irmãos Samuel e Sandra estarão competindo em tênis de mesa.
[deduz-se que haja outros irmãos].

Quando se tratar de nomes estrangeiros ou desconhecidos, ou quando ocorrer uma repetição de nomes
(Paulo Paulo, por exemplo),  deve-se inverter a ordem dos termos. Em vez de:

- O líder da Frente Revolucionária Unida Foday Sankoh recebeu treinamento militar na Líbia.

- O ex-governador de São Paulo Paulo Maluf se candidatou novamente.

Escreva assim:

Foday Sankoh, líder da Frente Revolucionária Unida, recebeu treinamento militar na Líbia.

Paulo Maluf, ex-governador de São Paulo, se candidatou novamente.

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