quarta-feira, 9 de setembro de 2009

DICAS ESPERTAS DE REDAÇÃO: O BCCCV informa.

PROBLEMAS MAIS COMUNS:

1 - Frases Fragmentadas

Decorre da pontuação errada de uma frase simples. A fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois pode dificultar a compreensão.

ERRADO: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional. Depois de ser longamente debatido.

CERTO: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional, depois de ser longamente debatido.

CERTO: Depois de ser longamente debatido, o programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional

2 - Erros de Paralelismo

Cláudio Moreno e Paulo Guedes nos ensinam, em "Curso Básico de Redação", que paralelismo sintático consiste em "apresentar ideias similares numa forma gramatical idêntica".

Assim, incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.

É como se tivéssemos elementos nos dois pratos de uma balança - é preciso mantê-los com a mesma estrutura sintática de forma que haja um "equilíbrio".

Vejamos alguns exemplos:

Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios economizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.

As orações que completam o sentido da oração principal apresentam estruturas sintáticas diferentes:

- economizar energia - oração reduzida de infinitivo;

- que elaborassem planos de redução de despesas - oração desenvolvida introduzida por uma conjunção integrante.

Para corrigir o período, respeitando-se a estrutura paralela, podemos apresentar duas orações subordinadas:

- reduzidas de infinitivo: "Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios economizar energia e elaborar planos de redução de despesas.

- desenvolvidas, com conjunção: "Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios que economizassem energia e (que) elaborassem planos para redução de despesas."

Nessa última forma, é facultado omitir a conjunção que introduz a segunda oração (apresentada entre parênteses).

Mais um problema de correlação: "Ou Vossa Senhoria apresenta o projeto, ou uma alternativa".

Em um dos pratos da balança, temos indevidamente "Vossa Senhoria apresenta o projeto", enquanto que, no outro, "uma alternativa".

Uma possibilidade de correção seria: "Vossa Senhoria ou apresenta um projeto / ou propõe uma alternativa.".

3 - Erros de Comparação

A ausência indevida de um termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase.

Veja os exemplos.

O salário de um professor é mais baixo do que um médico.

O padrão de comparação está entre "o salário de um professor" e o "médico" (médico baixinho esse, hem?)

Na verdade, o que se queria comparar eram os dois salários: o do professor com o do médico. Para corrigir esse erro de comparação, temos duas possibilidades:

O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um médico.

Ou substituindo a palavra "salário" pelo pronome demonstrativo correspondente: "o".

O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico.


4 - Ambiguidade

Isso ocorre com bastante frequência ao empregar de modo indevido certos pronomes. Vejamos alguns casos.

CASO 1: O Ministro comunicou a seu secretariado que ele seria exonerado.

Quem seria exonerado: o Ministro ou o secretariado?

Para dirimir essa ambiguidade, a depender da resposta, poderíamos construir:

1 - O Ministro comunicou exoneração dele a seu secretariado.

Resposta: o exonerado seria o Ministro.

2 - O Ministro comunicou a seu secretariado a exoneração deste.

O emprego do pronome demonstrativo "deste", que se refere ao elemento mais próximo, deixa claro que o secretariado seria exonerado, e não o Ministro (que se encontra mais distante).

CASO 2 - Roubaram a mesa do gabinete em que eu costumava trabalhar.

O que foi objeto de roubo - a mesa ou o gabinete?

Para clarear o texto, podemos lançar mão do pronome relativo "o qual", que se flexiona em gênero. Assim, usaríamos "o qual" para nos referirmos a "gabinete" (masculino) e "a qual", em referência a "mesa" (feminino).

Roubaram a mesa do gabinete no qual / na qual eu costumava trabalhar.

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