Primeira vez que me perguntaram se a palavra gravidez tinha plural,
eu disse que não,
até porque dois médicos a quem dirigi a mesma pergunta
responderam que não há, e eu mesma,
não encontrei o plural nos dicionários e nos livros de medicina de que disponho.
Além do mais, “gravidezes” soa estranho,
o que justifica o seu desuso ou raridade,
embora em artigos na internet seja bem frequente.
A explicação para tal flexão é que as palavras terminadas em Z ou EZ
formam o plural com o acréscimo de “es”,
caso de avestruz – avestruzes, vez – vezes.
Mas devo contrapor que nem sempre é assim:
o plural de tez (cútis) é tez, não *tezes,
e tampouco o adjetivo indez se usa no plural:
os ovos indez. Por que então gravidez teria obrigatoriamente um plural?
Sendo assim, no caso de mais de uma, é melhor e mais elegante falar em gestação:
Maria teve sete gestações em 10 anos.
Ainda é possível reestruturar a frase:
Maria teve gravidez tubária duas vezes.
Ela teve gravidez de risco nos quatro filhos. [em vez de quatro gravidezes].
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