Você já ouviu o termo “romance de formação”? O romance de formação é aquele livro em que a trajetória do herói (ou anti-herói em termos mais pós-modernos) é marcada por um conjunto de experiências fundamentais que acabam moldando a sua personalidade.
O texto é carregado de “vivência do personagem”. Traumas da infância, desajustes familiares, reveses amorosos, sonhos abortados, ideais políticos traídos, dificuldades de enfrentamento da realidade, descompasso entre a idealização e as circunstâncias concretas que nos são oferecidas, perdas irreversíveis, auto-análise. As situações citadas são as mais frequentes enfrentadas pelo herói da narrativa de formação.
Esse tipo de romance se afirma como gênero literário por excelência no século XIX. No seu despontar, no XVIII, as histórias de formação são frequentemente vividas por um herói que narra seus próprios descaminhos. No XIX, o século que viu surgir Balzac, Flaubert, Dostoievski, Turgueniev e Machado de Assis, entre tantos outros mestres, desloca o narrador, em geral, para a terceira pessoa. No XX, voltamos a encontrar com frequência o narrador problemático de primeira pessoa, não raro acrescido de uma dose de afeto, revelando-se como herói em crise.
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