Concordância Verbal
O BCCCV informa:
Caso 1:
Sujeito simples
Regra geral:
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa.
Ela foi ao cinema. (3ª pessoa, singular)
Nós vamos ao cinema. (1ª pessoa, plural)
Casos especiais:
a) Sujeito coletivo: O verbo concorda com o coletivo.
A multidão gritou na arquibancada.
OBS: Se o coletivo vier especificado ou modificado por adjunto adnominal, o verbo pode ficar no singular ou ir para o plural.
A multidão de fãs gritou.
A multidão de fãs gritaram.
Uma multidão de pessoas saiu aos gritos.
Uma multidão de pessoas saíram aos gritos.
b) Sujeito possui coletivos partitivos (metade, a maior parte, grande parte, maioria, etc.): O verbo fica no singular (concordância lógica) ou vai para o plural (concordância atrativa).
A maioria dos alunos foi à excursão.
A maioria dos alunos foram à excursão.
c) Sujeito é pronome de tratamento: O verbo fica sempre na 3ª pessoa (do singular ou do plural).
Vossa Santidade esteve no Brasil.
Vossa Alteza pediu silêncio.
Vossas Altezas pediram silêncio.
d) O sujeito é o pronome relativo : O verbo concorda com o antecedente do pronome.
Fui eu que derramei o café.
Fomos nós que derramamos o café.
OBS: Com a expressão /, o verbo deve assumir a forma plural, exceto quando a ação se refere a um só agente.
Você é um dos que admiram os escritores de novelas.
(Dos que admiram novelas, ele é um.)
Ele é um dos jogadores que foram expulsos.
(Dos jogadores que foram expulsos, ele é um.)
Era uma das suas filhas que namorava com ele.
(Namorava com ele, uma das suas filhas.)
e) O sujeito é o pronome relativo : O verbo pode ficar na 3ª pessoa do singular ou concordar com o antecedente do pronome.
Fui eu quem derramou o café.
Fui eu quem derramei o café.
f) O sujeito é formado por locuções pronominais (Alguns de nós, poucos de vós, quais de..., quantos de..., etc.): Se o primeiro pronome estiver no singular, o verbo fica no singular. Se estiver no plural, poderá concordar com o pronome interrogativo/indefinido ou com o pronome pessoal (nós ou vós).
Algum de nós o receberá.
Quais de vós me punirão?
Quais de vós me punireis?
Quais de nós são capazes?
Quais de nós somos capazes?
Vários de nós propuseram sugestões inovadoras.
Vários de nós propusemos sugestões inovadoras.
OBS1: Veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia.
g) O sujeito é formado de nomes no plural: Se o sujeito não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo.
Estados Unidos é uma nação poderosa.
Os Estados Unidos são a maior potência mundial.
h) O sujeito é formado por expressões aproximativas: mais de um, menos de dois, cerca de..., etc.: O verbo concorda com o numeral.
Mais de um aluno não compareceu à aula.
Mais de cinco alunos não compareceram à aula.
OBS: No caso da referida expressão aparecer repetida ou associada a um verbo que exprime reciprocidade, o verbo necessariamente deverá permanecer no plural:
Mais de um aluno, mais de um professor contribuíram.
Mais de um formando se abraçaram na formatura.
i) O sujeito tem por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo poderá ser usado no singular ou plural, se este vier afastado do substantivo.
A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa.
A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa.
j) Quando os núcleos do sujeito são unidos por "com": O verbo pode ficar no singular ou no plural. No plural, os núcleos recebem um mesmo grau de importância e a palavra tem sentido muito próximo ao de . Para enfatizar o primeiro elemento, usa-se o singular.
O governador com o secretariado traçaram os planos.
O governador com o secretariado traçou os planos.
Caso 2:
Sujeito composto.
Regra geral: O verbo vai para o plural.
João e Maria foram passear no bosque.
Casos especiais:
a) Os núcleos do sujeito são constituídos de pessoas gramaticais diferentes: O verbo ficará no plural seguindo-se a ordem de prioridade: 1ª, 2ª e 3ª pessoa.
Eu (1ª pessoa) e ele (3ª pessoa) nos tornaremos amigos. (O verbo ficou na 1ª pessoa do plural porque esta tem prioridade sob a 3ª.)
Tu (2ª pessoa) e ele (3ª pessoa) vos tornareis amigos. (O verbo ficou na 2ª pessoa do plural porque esta tem prioridade sob a 3ª.)
OBS1: No segundo exemplo, também é aceita a concordância do verbo com a terceira pessoa.
Tu e ele se tornarão amigos. (3ª pessoa do plural)
OBS2: Se o sujeito estiver posposto, permite-se também a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Iremos eu e minhas amigas.
Irei eu e minhas amigas.
b) Os núcleos do sujeito estão coordenados assindeticamente ou ligados por : O verbo concordará com os dois núcleos.
A jovem e a sua amiga seguiram a pé.
OBS1: Se o sujeito estiver posposto, permite-se a concordância por atração com o núcleo mais próximo do verbo.
Seguiria a pé a jovem e a sua amiga.
OBS2: Quando ocorre ideia de reciprocidade, no entanto, a concordância é feita obrigatoriamente no plural.
Abraçaram-se vencedor e vencido.
Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
c) Os núcleos do sujeito são sinônimos ou semelhantes e estão no singular: O verbo poderá ficar no plural (concordância lógica) ou no singular (concordância atrativa).
A angústia e ansiedade não o ajudavam a se concentrar.
A angústia e ansiedade não o ajudava a se concentrar.
d) Quando há gradação entre os núcleos: O verbo pode concordar com todos os núcleos (lógica) ou apenas com o núcleo mais próximo (concordância atrativa).
Uma palavra, um gesto, um olhar bastavam.
Uma palavra, um gesto, um olhar bastava.
e) Quando os sujeitos forem resumidos por: nada, tudo, ninguém, etc.: O verbo concordará com o aposto resumidor.
Os pedidos, as súplicas, o desespero, nada o comoveu.
f) Quando o sujeito for constituído pelas expressões: um e outro, nem um nem outro: O verbo poderá ficar no singular ou no plural.
Um e outro já veio.
Um e outro já vieram.
g) Quando os núcleos do sujeito composto são unidos por ou : O verbo deverá ficar no plural se a declaração contida no predicado puder ser atribuída a todos os núcleos.
Drummond ou Bandeira representam a essência da poesia brasileira.
Nem o professor nem o aluno acertaram a resposta.
OBS: Se os núcleos forem excludentes o verbo deve ficar no singular. Em caso de retificação, deve concordar com o mais próximo.
Você ou ele será escolhido.
O ladrão ou os ladrões não deixaram vestígio.
h) Quando os sujeitos estiverem ligados pelas séries correlativas (tanto... como/ assim... como/ não só... mas também, etc.): O que comumente ocorre é o verbo ir para o plural, embora o singular seja aceitável se os núcleos estiverem no singular.
Tanto Erundina quanto Collor perderam as eleições municipais em São Paulo.
Tanto Erundina quanto Collor perdeu as eleições municipais em São Paulo.
Caso 3:
Sujeito oracional
Quando o sujeito é uma oração subordinada substantiva subjetiva, o verbo da oração principal fica na 3ª pessoa do singular.
Ainda falta dar os últimos retoques na pintura.
(Dica: Para saber se é o caso, substitua a oração subordinada por ISSO: “Ainda falta ISSO”. Percebe-se facilmente que ISSO é o sujeito do verbo faltar.)
Caso 4:
O verbo e a partícula
a) Quando é índice de indeterminação do sujeito: Quando índice de indeterminação do sujeito, o acompanha os verbos intransitivos, transitivos indiretos e de ligação, os quais obrigatoriamente são conjugados na terceira pessoa do singular.
Precisa-se de governantes interessados em civilizar o país.
Confia-se em teses absurdas.
Era-se mais feliz no passado.
b) Quando é partícula apassivadora: Quando pronome apassivador, o acompanha verbos transitivos diretos (e alguns poucos indiretos) na formação da voz passiva sintética. Nesse caso, o verbo deve concordar com o sujeito da oração.
Construiu-se um posto de saúde.
Construíram-se novos postos de saúde.
Não se pouparam esforços para despoluir o rio.
Não se poupou esforço para despoluir o rio.
Caso 5:
Verbos impessoais
São aqueles que não possuem sujeito. Uma vez que os verbos flexionam-se para concordar com o sujeito, então estes verbos ficam sempre na 3ª pessoa do singular.
· Haver no sentido de existir;
· Fazer indicando tempo;
· Aqueles que indicam fenômenos da natureza.
Havia sérios problemas na cidade.
Fazia quinze anos que ele havia parado de estudar.
Choveu granizos ontem.
OBS: Em locução verbal nos casos acima, o verbo auxiliar herda esta impessoalidade. Lembre-se que o verbo existir não faz parte da regra:
Vai fazer quinze anos que ele parou de estudar.
Deve haver indícios de fraude.
Pode ter havido casos semelhantes.
Existem sérios problemas na cidade.
Devem existir problemas na cidade.
Caso 6:
Verbos dar, bater e soar
Quando usados na indicação de horas, possuem sujeito (relógio, hora, horas, badaladas...), e com ele devem concordar.
O relógio deu duas horas.
Deu uma hora no relógio da estação.
Deram duas horas no relógio da estação.
O sino da igreja bateu cinco badaladas.
Bateram cinco badaladas no sino da igreja.
Soaram dez badaladas no relógio da escola.
Caso 7:
A locução "Haja Vista"
A locução “haja vista” admite duas construções. A expressão fica invariável ou o verbo haver pode variar (desde que não seguido de preposição), considerando-se o termo seguinte como sujeito.
Haja vista as lições dadas por ele.
Haja vista aos fatos explicados por esta teoria.
Hajam vista os exemplos de sua dedicação.
OBS: “Haja visto” só existe como forma verbal quando equivalente a “tenha visto”:
O caseiro poderá testemunhar caso ele realmente haja visto o crime.
Caso 8:
A expressão "Em que Pese"
Na expressão “em que pese”, o verbo “pesar” permanece invariável quando se tratar de pessoa ou concorda com o sujeito quando se tratar de coisa.
Em que pese aos governistas, votaremos contra.
Em que pesem as suas contradições, a melhor tese ainda é a dele.
Caso 9)
Porcentagem + substantivo
a) Porcentagem + Substantivo, sem modificador da porcentagem: Facultativamente o verbo poderá concordar com o número referente à porcentagem ou com o substantivo.
1% da turma estuda muito.
1% dos alunos estuda / estudam muito.
10% da turma estuda / estudam muito.
10% dos alunos estudam muito.
b) Porcentagem + Substantivo, com modificador da porcentagem: O verbo concordará com o modificador, que pode ser pronome demonstrativo, pronome possessivo, artigo, etc.
Os 10% da turma estudam muito.
Aquele 1% dos alunos estuda mais.
c) Mais de, menos de, cerca de, perto de, antes da porcentagem: O verbo concordará apenas com o número referente à porcentagem, mesmo que haja elemento modificador.
Mais de 1% dos alunos estuda muito.
Menos de 10% da turma estudam muito.
OBS: Caso o verbo apareça anteposto à expressão de porcentagem, esse deverá concordar com o numeral:
Aprovaram a decisão da diretoria 50% dos funcionários.
Caso 10:
Concordância com o verbo ser:
a) Quando, em predicados nominais, o sujeito for representado por um dos pronomes: tudo, nada, isto, isso, aquilo: O verbo ou concordarão com o predicativo.
Tudo são flores.
Aquilo parecem ilusões.
OBS: Poderá ser feita a concordância com o sujeito quando se quer enfatizá-lo.
Aquilo é sonhos vãos.
b) O verbo ser concordará com o predicativo quando o sujeito for os pronomes interrogativos ou .
Que são gametas?
Quem foram os escolhidos?
c) Em indicações de horas, datas, tempo, distância: A concordância será feita com a expressão numérica.
São nove horas.
É uma hora.
OBS: Em indicações de datas, são aceitas as duas concordâncias, pois subentende-se a palavra dia.
Hoje são 24 de outubro.
Hoje é (dia) 24 de outubro.
d) Quando o sujeito ou predicativo da oração for pronome pessoal, a concordância se dará com o pronome.
Esse cara sou eu.
OBS: Se os dois termos (sujeito e predicativo) forem pronomes, a concordância será com o que aparece primeiro, considerando o sujeito da oração.
Eu não sou tu.
e) Nas locuções: é pouco, é muito, é mais de, é menos de, junto a especificações de preço, peso, quantidade, distância e etc.: O verbo fica sempre no singular.
Cento e cinquenta é pouco.
Cem metros é muito.
f) Nas expressões do tipo: ser preciso, ser necessário, ser bom, o verbo e o adjetivo podem ficar invariáveis (verbo na 3ª pessoa do singular e adjetivo no masculino singular) ou concordar com o sujeito posposto.
É necessário aqueles materiais.
São necessários aqueles materiais.
Caso 11:
O Verbo "Parecer"
Em orações desenvolvidas, o verbo parecer fica no singular.
As paredes parece que têm ouvidos.
(Parece que as paredes têm ouvidos.)
Quando seguido de infinitivo, admite duas concordâncias:
a) O verbo parecer varia e não se flexiona o infinitivo.
Alguns colegas pareciam chorar naquele momento.
b) O verbo parecer não varia e o infinitivo sofre flexão.
Alguns colegas parecia chorarem naquele momento.
OBS: A primeira construção é considerada corrente, enquanto a segunda, literária.
Caso 12:
Concordância com o infinitivo
O infinitivo é a forma nominal do verbo e pode apresentar-se flexionado e não flexionado. O estudo do infinitivo na Língua Portuguesa é bastante complexo, já que, em alguns casos, ele deve ser flexionado, em outros, ele pode ser flexionado, e em outros ainda ele não se flexiona.
Exemplo de como flexionar o infinitivo do verbo cantar:
Era para eu cantar
Era para tu cantares
Era para ele cantar
Era para nós cantarmos
Era para vós cantardes
Era para eles cantarem
a) Não se flexiona o infinitivo:
I) Não se flexiona o infinitivo se o sujeito for representado por pronome pessoal oblíquo átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes).
Esperei-as chegar.
II) Quando o infinitivo não se referir a sujeito algum
Navegar é preciso, viver não é preciso.
Querer é poder.
Fumar prejudica a saúde.
É proibido colar cartazes neste muro.
É preciso lutar contra as drogas.
Vale a pena ter fé e esperança sempre.
III) Infinitivo com valor de imperativo (ordem, pedido, conselho, apelo):
Soldados, recuar!
IV) Como verbo principal de locução verbal:
Os alunos podem sair mais cedo hoje. (O verbo sair é o principal da locução "podem sair").
Eles não podem fazer isso! (O verbo fazer é o principal da locução "podem fazer").
OBS: Quando o verbo auxiliar estiver afastado ou oculto, a flexão do infinitivo do verbo principal da locução é facultativa:
Não devemos, depois de tudo, duvidar e reclamar dela.
Não devemos, depois de tudo, duvidarmos e reclamarmos dela.
V) Quando fizer rerência a gerúndio:
As peças estavam estragadas, devendo ser substituídas.
Começaram as inscrições, podendo os candidatos dirigir-se à sala
b) Flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo:
I) Quando o sujeito for diferente de pronome átono, estiver evidente e determinante de verbo não acusativo:
Não é necessário vocês chegarem mais cedo.
II) Quando se quiser indeterminar o sujeito (utilizando a terceira pessoa do plural);
Faço isso para (eu) não me achar inútil.
Faço isso para não me acharem inútil.
III) Quando o infinitivo é o sujeito:
O morrerem pela pátria é sina de alguns soldados.
IV) Quando o sujeito do verbo no infinitivo for diferente do sujeito do verbo da outra oração.
Meninos, vejo estarem atrasados mais uma vez. (O sujeito “vocês” do infinitivo “estar”é diferente do sujeito “eu” do verbo “ver” na outra oração.)
Falei a eles sobre a vontade de deixarmos o time. (O sujeito “nós” do infinitivo “deixar” é diferente do sujeito “eu” do verbo “ver” na outra oração.)
V) Quando o verbo for de ligação ou estiver na voz passiva:
Elas tiveram que suar muito para se tornarem campeãs.
O porta-voz disse que as medidas a serem tomadas contra o terror serão rigorosas.
VI) Quando apresentar reciprocidade ou reflexibilidade de ação.
Fizemos os adversários se cumprimentarem com gentileza.
Deixem os namorados beijarem-se como quiserem.
c) Flexão opcional: Quando possível, a escolha do infinitivo flexionado é feita sempre que se quer enfatizar o agente (sujeito) da ação expressa pelo verbo.
I) Se o sujeito do verbo no infinitivo for o mesmo do verbo da outra oração, a flexão do infinitivo não é necessária. Não é, porém, proibida. (Alguns gramáticos consideram que não deve haver flexão).
Os escoteiros chamaram os chefes para apresentar o relatório.
Os escoteiros chamaram os chefes para apresentarem o relatório.
(O sujeito de ambos os verbos “chamar” e “apresentar” é o mesmo: os escoteiros.)
(tu) Lerás o texto antes de (tu) responder.
(tu) Lerás o texto antes de (tu) responderes.
Para estudar, estaremos sempre dispostos.
Para estudarmos, estaremos sempre dispostos.
II) Não sendo claro o sujeito, pode-se flexionar o infinitivo quando for preciso evitar ambiguidade:
Está na hora de começarmos o trabalho. (nós)
Está na hora de começar o trabalho. (Quem? eu, você, ele, nós?)
O presidente liberou os seus ministros para subirem no palanque. (para os ministros subirem)
O presidente liberou os seus ministros para subir no palanque. (para o presidente subir)
III) Caso de Sujeito Acusativo: Quando um verbo no infinitivo ou no gerúndio tiver a ação dependente de verbo causativo (mandar, fazer, deixar, etc.) ou quando tiver a ação recebida por verbo sensitivo (ver, ouvir, sentir, etc.), seu sujeito será denominado de sujeito acusativo. Ter a ação dependente de outro verbo significa que a ação só ocorre porque outra ocorreu anteriormente. Constatado o sujeito acusativo, se for representado por pronome oblíquo átono (me, te, se, o, as, nos...) a concordância é na 3º pessoa do singular, obrigatoriamente; caso contrário, sendo ele um substantivo plural, a concordância é opcional.
Mandei os garotos sair.
Mandei os garotos saírem. (flexão opcional)
Verbo causativo: mandar;
Verbo dependente: sair;
Sujeito acusativo: substantivo “garotos”;
Mandei-os sair de lá. (não flexiona)
Verbo causativo: mandar;
Verbo dependente: sair;
Sujeito acusativo: pronome oblíquo “os”;
Sentimos (ou vimos, ou ouvimos) os colegas vacilar nos debates.
Sentimos (ou vimos, ou ouvimos) os colegas vacilarem nos debates.
Verbo sensitivo: Sentir (ou ver, ou ouvir);
Verbo dependente: vacilar;
Sujeito acusativo: substantivo “colegas”;
d) Preposição + Infinitivo:
I) Será não flexionado quando ocorrer locução verbal onde a ligação com o verbo auxiliar ocorrer por meio de preposição:
Acabamos de fazer os exercícios.
II) Será não flexionado quando houver a combinação ADJETIVO +PREPOSIÇÃO + INFINITIVO:
São casos difíceis de solucionar.
III) Não se flexiona o infinitivo precedido de preposição com valor de gerúndio.
(Nós) Passamos horas a comentar o filme. (comentando)
IV) Não se flexiona o infinitivo com preposição que apareça depois de um verbo na voz passiva:
Os jornalistas foram forçados a sair da sala.
As pessoas eram obrigadas a esperar em fila.
V) Depois da combinação ao, o infinitivo varia obrigatoriamente:
Ao entrarmos, encontramos o João.
Ao derreterem-se, as amostras do gelo deixaram sedimentos.
VI) A variação será obrigatória se o verbo for pronominal ou se exprimir reciprocidade ou reflexibilidade de ação:
Gastamos duas horas para nos dirigirmos para lá.
Eles relutaram muito para se cumprimentarem.
Foram ao cabeleireiro a fim de se pentearem.
VII) Nos demais casos é opcional flexionar ou não.
O rapaz ajudava as garotas a superar suas dificuldades em Matemática.
O rapaz ajudava as garotas a superarem suas dificuldades em Matemática.
Para chegar aqui, gastamos duas horas.
Para chegarmos aqui, gastamos duas horas.
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