Como grafar ensino a distância, sem o acento grave indicativo de crase,
como é comum encontrar nos documentos exarados pelo MEC?
Não está errado o Ministério da Educação.
Porém, é mais belo usar o acento – nessa e em outras locuções adverbiais femininas
que indicam circunstância.
O motivo é que a ausência do acento pode deixar o texto ambíguo.
Em “ensinar/estudar a distância”, por exemplo, fica-se com a impressão
de que é a distância que está sendo ensinada ou estudada.
É o mesmo caso de viu a distância, escreveu a distância, curou
a distância, fotografe a distância,permanece a distância [= a distância permanece]
e assim por diante, que parecem melhor quando craseadas: viu à distância,
escreveu à distância, curou à distância, fotografe à distância, permanece à distância.
Com a distância determinada, especificada, o A deve ser obrigatoriamente acentuado:
Fotografe à distância de um metro.
Cientistas esperam medir 60 mil galáxias à distância de nove bilhões de anos-luz.
Ficou à distância de uns 10 km.
Já na frase “Compramos uma chácara a grande distância daqui” não há crase, porque está subentendido
o artigo indefinido: a [uma] grande distância.
BCCCV esclarece:
Enfim, entende-se que é sempre melhor acentuar a expressão, até porque em determinadas situações só o acento clarifica o sentido dado à palavra.
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