ME FAZ O FAVOR, está certo?
“O que fazem os livros de gramática?
Se esquecem de ensinar que existem dois procedimentos:
O formal, que não permite o pronome átono no início da frase;
O informal, coloquial, usado em diálogos principalmente, que admite o pronome iniciando a oração.
Se o uso de "Faz-me o favor"/ "foi-nos dito" / "é-me" soa artificial, e por outro lado não se quer ferir a gramática tradicional, pode-se recorrer ao artifício de colocar uma outra palavra ou expressão no início da frase.
Deve-se dizer por exemplo:
A senhora me faz o favor de fechar a porta?
Por favor me arranja um clipe.
Positivamente nos disseram que o abono sairia.
Admito que me é difícil julgar.
Já se vê que nada é impossível.
Por tudo isso se conclui que no português brasileiro o emprego do pronome átono é bastante livre – depende muito do ritmo, da harmonia, da ênfase que se quer dar ao sujeito ou ao verbo. Tanto é correto dizer Ele me ajudou como Ele ajudou-me. A escolha aí é bastante pessoal, subjetiva.
Há, sem dúvida, certas palavras que atraem o pronome – como que, não, quando – justamente por uma questão de eufonia e ritmo.
Por isso, é importante apurar o ouvido com boas leituras. [...].
[Maria Tereza de Queiroz Piacentini]
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