Está correto o uso de “correr/estar em perigo/risco de vida”?
Seria “risco de morte”?
Sim, é correto afirmar:
Severino, trabalhando em condições subumanas, corre perigo de vida.
Parece milagre: Marialva já não corre risco de vida.
Dizemos assim porque é a vida que está exposta a risco ou perigo.
Contudo, se for para enfatizar o aspecto oposto, pode-se afirmar:
“Em jejum há dois meses, ele corre o risco de morrer”, embora o uso da palavra
morte não seja tão delicado em situações sociais.
Há um certo movimento no sentido de só considerar correto o “risco de morte”.
Mas, isso, não tem base linguística, é formulação fantasiosa, que desconhece
a natureza das línguas.
Como esclarece o linguista José Luiz Fiorin na revista Língua Portuguesa n. 26:
- “o sentido das expressões é constituído em bloco e não pela soma das
palavras que as compõem”.
Ademais, há o aspecto cultural: é muito melhor ouvir a palavra vida,
construtiva e agradável, do que a palavra morte.
Trata-se de eufemismo, mais condizente com a sensibilidade humana.
Reza o novo Código Civil brasileiro (2002): Art. 15:
- "Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica".
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