PROBLEMAS MAIS COMUNS:
1 - Frases Fragmentadas
Decorre da pontuação errada de uma frase simples. A fragmentação de frases deve ser evitada nos textos oficiais, pois pode dificultar a compreensão.
ERRADO: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional. Depois de ser longamente debatido.
CERTO: O programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional, depois de ser longamente debatido.
CERTO: Depois de ser longamente debatido, o programa recebeu a aprovação do Congresso Nacional
2 - Erros de Paralelismo
Cláudio Moreno e Paulo Guedes nos ensinam, em "Curso Básico de Redação", que paralelismo sintático consiste em "apresentar ideias similares numa forma gramatical idêntica".
Assim, incorre-se em erro ao conferir forma não paralela a elementos paralelos.
É como se tivéssemos elementos nos dois pratos de uma balança - é preciso mantê-los com a mesma estrutura sintática de forma que haja um "equilíbrio".
Vejamos alguns exemplos:
Errado: Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios economizar energia e que elaborassem planos de redução de despesas.
As orações que completam o sentido da oração principal apresentam estruturas sintáticas diferentes:
- economizar energia - oração reduzida de infinitivo;
- que elaborassem planos de redução de despesas - oração desenvolvida introduzida por uma conjunção integrante.
Para corrigir o período, respeitando-se a estrutura paralela, podemos apresentar duas orações subordinadas:
- reduzidas de infinitivo: "Pelo aviso circular recomendou-se aos Ministérios economizar energia e elaborar planos de redução de despesas.
- desenvolvidas, com conjunção: "Pelo aviso circular, recomendou-se aos Ministérios que economizassem energia e (que) elaborassem planos para redução de despesas."
Nessa última forma, é facultado omitir a conjunção que introduz a segunda oração (apresentada entre parênteses).
Mais um problema de correlação: "Ou Vossa Senhoria apresenta o projeto, ou uma alternativa".
Em um dos pratos da balança, temos indevidamente "Vossa Senhoria apresenta o projeto", enquanto que, no outro, "uma alternativa".
Uma possibilidade de correção seria: "Vossa Senhoria ou apresenta um projeto / ou propõe uma alternativa.".
3 - Erros de Comparação
A ausência indevida de um termo pode impossibilitar o entendimento do sentido que se quer dar a uma frase.
Veja os exemplos.
O salário de um professor é mais baixo do que um médico.
O padrão de comparação está entre "o salário de um professor" e o "médico" (médico baixinho esse, hem?)
Na verdade, o que se queria comparar eram os dois salários: o do professor com o do médico. Para corrigir esse erro de comparação, temos duas possibilidades:
O salário de um professor é mais baixo do que o salário de um médico.
Ou substituindo a palavra "salário" pelo pronome demonstrativo correspondente: "o".
O salário de um professor é mais baixo do que o de um médico.
4 - Ambiguidade
Isso ocorre com bastante frequência ao empregar de modo indevido certos pronomes. Vejamos alguns casos.
CASO 1: O Ministro comunicou a seu secretariado que ele seria exonerado.
Quem seria exonerado: o Ministro ou o secretariado?
Para dirimir essa ambiguidade, a depender da resposta, poderíamos construir:
1 - O Ministro comunicou exoneração dele a seu secretariado.
Resposta: o exonerado seria o Ministro.
2 - O Ministro comunicou a seu secretariado a exoneração deste.
O emprego do pronome demonstrativo "deste", que se refere ao elemento mais próximo, deixa claro que o secretariado seria exonerado, e não o Ministro (que se encontra mais distante).
CASO 2 - Roubaram a mesa do gabinete em que eu costumava trabalhar.
O que foi objeto de roubo - a mesa ou o gabinete?
Para clarear o texto, podemos lançar mão do pronome relativo "o qual", que se flexiona em gênero. Assim, usaríamos "o qual" para nos referirmos a "gabinete" (masculino) e "a qual", em referência a "mesa" (feminino).
Roubaram a mesa do gabinete no qual / na qual eu costumava trabalhar.
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