domingo, 27 de julho de 2014

ASSISTIR - VERBO / MODO (IV)

- Professora: assiste razão à advogada? Ou a crase está equivocada pelo fato de que, no caso, o verbo assistir é transitivo direto? Márcio Schiefler Fontes, Florianópolis/SC




O acento indicativo de crase foi bem colocado. No sentido de “caber, competir, pertencer” o verbo assistir é transitivo indireto, ou seja, algo assiste a alguém:

Razão assiste à advogada.

Assiste razão ao juiz.

Assiste-lhe o direito de ficar calado.

Não lhes assiste nenhum direito.

ASSISTIR - VERBO/ MODO (III)

- Na frase “Tais palestras foram assistidas por um público médio de 300 participantes” há erro? tendo em vista que o verbo assistir, nesse caso, é transitivo indireto [acho que não se pode fazer voz passiva com verbo trans. indireto]. Paulo Roberto Ribeiro, Lavras/MG









Nada de erro! Embora transitivo indireto, ele admite a voz passiva. Pode-se afirmar o mesmo de obedecer (a) e proceder (a) – uma reminiscência de quando eram verbos transitivos diretos (vale lembrar que a regência é muito dinâmica, mutável). Assim sendo, temos:

A final do vôlei foi assistida por uma multidão.

As leis nem sempre são obedecidas.

Procedidas as alterações, publicou-se o decreto.

ASSISTIR - VERBO/ MODO (II)

- Gostaria de esclarecimento quanto à regência do verbo assistir, em seus dois sentidos, com uso ou não de crase.Edson Luiz Zeppelini, São Paulo/SP.


A)- No sentido de “ajudar, prestar assistência ou socorro, tratar”, o verbo assistir é transitivo direto, isto é, seu complemento não é precedido por preposição:

Assistiu a doente assim como assiste muitas pessoas necessitadas.

Recordo-me que o padre assistia o bispo no desempenho de seu cargo.


////////////======////////

B)- Com o significado de “ver, presenciar, estar presente, observar, acompanhar com atenção”, ele é transitivo indireto, com complemento preposicionado:

Vamos assistir aos jogos de tênis.

Assistimos a uma conferência de nível internacional.

V. Exa. vai assistir à ópera?

Na linguagem coloquial brasileira, no entanto, ouve-se (e também se lê, até em bons autores) habitualmente o verbo sem a preposição: assistir filme/ a minissérie/ os jogos. No caso da televisão, valem as duas regências, já consagradas pelo uso (e anotadas por Celso Luft): assistir à TV ou assistir TV:

Aqui em casa todos gostam de assistir (à) televisão.

Sempre assistimos a (à) TV Futura.

Nesta segunda acepção, usa-se a ele/a ela (e não “lhe”) quando o complemento é um pronome pessoal:

Não posso dizer como andam as corridas de touros, pois não assisto a elas há muito tempo.

ASSISTIR - VERBO / MODO ( I )

- Gostaria de saber se o verbo assistir, quando se refere à televisão, é transitivo direto ou indireto. Devo dizer: assistir televisão ou assistir à televisão? Esta é uma dúvida que tenho, e até agora não encontrei esse exemplo nas gramáticas que consultei. Neila D. Oliveira, Tatuí/SP



Com o significado de “ver, presenciar, estar presente, observar, acompanhar com atenção”, ele é transitivo indireto, com complemento preposicionado:

Vamos assistir aos jogos de tênis.

Assistimos a uma conferência de nível internacional.

V. Exa. vai assistir à ópera?

Na linguagem coloquial brasileira, no entanto, ouve-se (e também se lê, até em bons autores) habitualmente o verbo sem a preposição: assistir filme/ a minissérie/ os jogos. No caso da televisão, valem as duas regências, já consagradas pelo uso (e anotadas por Celso Luft): assistir à TV ou assistir TV:

Aqui em casa todos gostam de assistir (à) televisão.

Sempre assistimos a (à) TV Futura.

Nesta segunda acepção, usa-se a ele/a ela (e não “lhe”) quando o complemento é um pronome pessoal:

Não posso dizer como andam as corridas de touros, pois não assisto a elas há muito tempo.

sexta-feira, 25 de julho de 2014

VÍRGULA

VÍRGULA

Sobre a Vírgula

Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

Pode criar heróis..
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

A vírgula pode condenar ou salvar. 
Não tenha clemência!
Não, tenha clemência!

Detalhes Adicionais: 
COLOQUE UMA VÍRGULA NA SEGUINTE FRASE: 

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA. 

* Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER...
* Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM... 


PODE VER O EFEITO QUE UMA SIMPLES VÍRGULA PODE TER!!!!!! 
FANTÁSTICO!!!!!!!!!!!!!!!

PONTUAÇÃO: cada um faz a sua ~~

Show da Língua portuguesa!


'Um homem rico estava muito mal, agonizando. Pediu papel e caneta. Escreveu assim:


'Deixo meus bens a minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres. '


Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava a fortuna? Eram quatro concorrentes.


1O sobrinho fez a seguinte pontuação:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.


2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:

Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho. Jamais será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.


3) O padeiro pediu cópia do original. Puxou a brasa pra sardinha dele:

Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro. Nada dou aos pobres.


4) Aí, chegaram os descamisados da cidade.. Um deles, sabido, fez esta interpretação
:
Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho? Jamais! Será paga a conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres.



Moral da história:


"A vida pode ser interpretada e vivida de diversas maneiras.
Nós é que fazemos sua pontuação. E, isso, faz toda a diferença!"
 

EXPRESSÕES BRASILEIRAS II:

Expressões Brasileiras


JURAR DE PÉS JUNTOS
- Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu.
A expressão surgiu através das torturas executadas pela
Santa Inquisição, as quais o acusado de heresias tinha
as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado para
dizer nada além da verdade.
Até hoje o termo é usado para expressar a veracidade
de algo que uma pessoa diz.

MOTORISTA BARBEIRO:
- Nossa, que cara mais barbeiro!
No século XIX, os barbeiros faziam não somente os serviços
de corte de cabelo e barba, mas também, tiravam dentes,
cortavam calos, etc, e por não serem profissionais, seus
serviços mal feitos geravam marcas. A partir daí, desde
o século XV, todo serviço mal feito era atribuído ao
barbeiro, pela expressão "coisa de barbeiro". Esse termo
veio de Portugal, contudo a associação de "motorista barbeiro",
ou seja, um mau motorista, é tipicamente brasileira.

TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
- Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair hoje!
No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar, colocava o cavalo nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: "pode tirar o cavalo da chuva". Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

À BEÇA:
- O mesmo que abundantemente, com fartura, de maneira copiosa. A origem do dito é atribuída às qualidades de argumentador do jurista alagoano Gumercindo Bessa, advogado dos acrianos que não queriam que o Território do Acre fosse incorporado ao Estado do Amazonas.

DAR COM OS BURROS N'ÁGUA:
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado para se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.

GUARDAR A SETE CHAVES:
No século XIII, os reis de Portugal adotavam um sistema de arquivamento de joias e documentos importantes da corte através de um baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto, eram apenas quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" para designar algo muito bem guardado.

OK:
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida pra significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam pras bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0 Killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu o termo "OK".

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas enforcou-se em uma árvore sem nada nos pés, já que havia posto o dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada para designar um lugar distante, desconhecido e inacessível.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A história mais aceitável para explicar a origem do termo é proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada. Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.

PRA INGLÊS VER:
A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim, essas leis eram criadas apenas "pra inglês ver". Daí surgiu o termo.

RASGAR SEDA:
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão para cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não rasgue a seda, que se esfiapa".

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vincent de Paul D`Argenrt fez o primeiro transplante de córnea em um aldeão de nome Angel. Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel, que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via. Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao cirurgião que arrancasse seus olhos. O caso foi acabar no tribunal de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para história como o cego que não quis ver.

ANDA À TOA:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está à toa é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar.

QUEM NÃO TEM CÃO CAÇA COM GATO:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, se adulterou. Inicialmente se dizia quem não tem cão caça como gato, ou seja, se esgueirando, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

DA PÁ VIRADA:
A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada para baixo, voltada para o solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsável, parasita.

NHENHENHÉM:
Nheë, em tupi, quer dizer falar. Quando os portugueses chegaram ao Brasil, os indígenas não entendiam aquela falação estranha e diziam que os portugueses ficavam a dizer "nhen-nhen-nhen" .

VAI TOMAR BANHO:
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das Cruzadas, como corolário dos contatos comerciais, o europeu se contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos de rio, além de usar folhas de árvore para limpar os bebês e lavar no rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

A DAR COM O PAU:
O substantivo "pau" figura em várias expressões brasileiras. Esta expressão teve origem nos navios negreiros. Os negros capturados preferiam morrer durante a travessia e, para isso, deixavam de comer. Então, criou-se o "pau de comer" que era atravessado na boca dos escravos e os marinheiros jogavam sapa e angu para o estômago dos infelizes, a dar com o pau. O povo incorporou a expressão.

ELES QUE SÃO BRANCOS QUE SE ENTENDAM:
Esta foi das primeiras punições impostas aos racistas, ainda no século XVIII. Um mulato, capitão de regimento, teve uma discussão com um de seus comandados e queixou-se a seu superior, um oficial português. O capitão reivindicava a punição do soldado que o desrespeitara. Como resposta, ouviu do português a seguinte frase: "Vocês que são pardos, que se entendam". O oficial ficou indignado e recorreu à instância superior, na pessoa de dom Luís de Vasconcelos (1742-1807), 12° vice-rei do Brasil. Ao tomar conhecimento dos fatos, dom Luís mandou prender o oficial português que estranhou a atitude do vice-rei. Mas, dom Luís se explicou: Nós somos brancos, cá nos entendemos.

ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA , TANTO BATE ATÉ QUE FURA:
Um de seus primeiros registros literário foi feito pelo escritor latino Ovídio ( 43 a .C.-18 d.C), autor de célebres livros como A arte de amar e Metamorfoses, que foi exilado sem que soubesse o motivo. Escreveu o poeta: "A água mole cava a pedra dura". É tradição das culturas dos países em que a escrita não é muito difundida formar rimas nesse tipo de frase para que sua memorização seja facilitada. Foi o que fizeram com o provérbio portugueses e brasileiros.

ATIVIDADE
Em sala, em grupo ou individual, os alunos poderão criar novas definições para as expressões brasileiras ( podem ser definições engraçadas - criar um livro da turma ).

PALÍNDROMO

VOCÊ SABE O QUE É UM PALÍNDROMO?





Um palíndromo é uma palavra ou um número que se lê da mesma maneira nos dois sentidos, normalmente, da esquerda para a direita e ao contrário.

Exemplos: OVO, OSSO, RADAR. O mesmo se aplica às frases, embora a coincidência seja tanto mais difícil de conseguir quanto maior a frase; é o caso do conhecido:


SOCORRAM-ME, SUBI NO ONIBUS EM MARROCOS.

Diante do interesse pelo assunto (confesse, já leu a frase ao contrário), tomei a liberdade de selecionar alguns dos melhores palíndromos da Língua de Camões...
 


ANOTARAM A DATA DA MARATONA


ASSIM A AIA IA A MISSA

A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA

A DROGA DA GORDA

A MALA NADA NA LAMA


A TORRE DA DERROTA

LUZA ROCELINA, A NAMORADA DO MANUEL, LEU NA MODA DA ROMANA: ANIL É COR AZUL

O CÉU SUECO

O GALO AMA O LAGO

O LOBO AMA O BOLO

O ROMANO ACATA AMORES A DAMAS AMADAS E ROMA ATACA O NAMORO

RIR, O BREVE VERBO RIR

A CARA RAJADA DA JARARACA

SAIRAM O TIO E OITO MARIAS
 

ZÉ DE LIMA RUA LAURA MIL E DEZ
 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

TAUTOLOGIA:

E sabe o que é tautologia?



É o termo usado para definir um dos vícios, e erros, mais comuns de linguagem. Consiste na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido.
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'. Mas, há outros, como se  pode ver na lista a seguir: 

- elo de ligação
- acabamento final 
- certeza absoluta
- quantia exacta 
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive 
- juntamente com
expressamente proibido
- em duas metades iguais
- sintomas indicativos 
- há anos atrás 
- vereador da cidade 
outra alternativa
- detalhes minuciosos
- a razão é porque
- anexo junto à carta
- de sua livreescolha
- superávit positivo 
todos foram unânimes
- conviver junto 
- fato real 
- encarar de frente 
- multidão de pessoas 
- amanhecer o dia
- criação nova
- retornar de novo 
- empréstimo temporário 
- surpresa inesperada 
- escolha opcional
- planejar antecipadamente
- abertura inaugural 
continua a permanecer
- a últimaversão definitiva
possivelmente poderá ocorrer
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto 
- propriedade característica 
demasiadamente excessivo
- a seu critério pessoal 
- exceder em muito . 

Note que todas essas repetições são dispensáveis.
Por exemplo, 'surpresa inesperada'. Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não.
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia a dia.















ERROS RECORRENTES DE LÍNGUA PORTUGUESA:

Mesmo que você saiba de todas essas formas corretas, passe adiante;

pois, poderá ser útil para outras pessoas!

Nunca diga:
- Menas (O CERTO É menos)
- Iorgute (O CERTO É iogurte)
- Mortandela (O CERTO É mortadela)
- Mendingo (O CERTO É mendigo)
- Trabisseiro (O CERTO É travesseiro) 
- Cardaço (O CERTO É cadarço)
- Asterístico (O CERTO É asterisco)
- Meia cansada (O CERTO É meio cansada)

E lembre-se:

- Mal = Bem
- Mau = Bom


Trezentas gramas (a grama pode ser de um pasto).
Se você quer falar de PESO, então é O grama: TREZENTOS gramas.

- Menino di menor, di maior (é simplesmente: Menino MAIOR ou MENOR DE IDADE).

- Beneficiente (O CERTO É beneficente - lembre-se de Beneficência Portuguesa) 

- O certo é BASCULANTE e não VASCULHANTE, aquela janela do banheiro ou da cozinha.


- Se você estiver com muito calor, poderá dizer que está "suando" (com u) e não "soando", pois quem "soa" é sino !

- A casa é GEMINADA (do latim geminare = duplicar) e não GERMINADA que vem de germinar, nascer, brotar. 

- O peixe tem ESPINHA (espinha dorsal) e não ESPINHO. Plantas têm espinhos.

- Homens dizem OBRIGADO 
e mulheres dizem OBRIGADA.


"FAZ dois anos que não o vejo“ e não “FAZEM dois anos”

- "HAVIA muitas pessoas no local" e não "HAVIAM” 

- "PODE HAVER problemas" e não "PODEM HAVER...." 
(os verbos fazer e haver são impessoais!) 

- PROBLEMA e não POBLEMA ou POBREMA 
(deixe isso para o Zé Dirceu).

- A PARTIR e não À PARTIR.


- O certo é HAJA VISTA e, não, HAJA VISTO. 

- POR ISSO e não PORISSO (muito comum nas páginas de recado do orkut, junto com o AGENTE pode marcar algo... Se é um agente, ele pode ser secreto, aduaneiro, de viagens...). 
A GENTE = NÓS.

- O certo é CUSPIR e não GOSPIR.

- HALL é RÓL não RAU, nem AU.

- Para EU fazer, para EU comprar, para EU comer e, não, para MIM fazer, para mim comprar ou para mim comer... 

Atenção: MIM não conjuga verbo, apenas: "eu, tu, eles, nós, vós, eles"). Isto é: O Mim não vem antes do verbo no infinitivo.


- Você pode ficar com dó (ou com um dó) de alguém, mas nunca com "uma dó"; a palavra dó no feminino é só a nota musical (do, ré, mi, etc.).

- As pronúncias: CD-ROM é igual a ROMA sem o A. Não é CD-RUM (nem CD-pinga, CD-vodka etc). ROM é abreviatura de Read Only Memory - memória apenas para leitura.


- E agora, o horror divulgado pelo pessoal do TELEMARKETING:
GERUNDISMO: 
“eu vou ESTAR providenciado

"eu vou ESTAR mandando” 
“vou ESTAR passando”
“vou ESTAR verificando”
DIGAM:
PROVIDENCIAREI;
MANDAREI ;
PASSAREI;
VERIFICAREI.
(muito mais simples, mais elegante e CORRETO).

- Da mesma forma é incorreto perguntar: 
COM QUEM VOCÊ QUER ESTAR FALANDO?

- Veja como é o correto e mais simples: COM QUEM VOCÊ DESEJA FALAR? 

- Não use: peraí, aguenta aí, só um pouquinho! (prefira: Aguarde um momento, por favor!).


- Por último, e talvez a pior de todas: "SEJE" e "ESTEJE"  (estas palavras não existem!).
BCCCV INFORMA: BOA SORTE EM CONCURSOS!

Expressões Brasileiras

Agora, explicações de algumas expressões que usamos e nem sempre sabemos de onde originou-se:
NAS COXAS 
As primeiras telhas do Brasil eram feitas de argila moldada nas coxas dos escravos. Como os escravos variavam de tamanho e porte físicos, as telhas ficavam desiguais. Daí a expressão fazendo nas coxas, ou seja, de qualquer jeito.

VOTO DE MINERVA 
Na Mitologia Grega, Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado de tê-la assassinado. No julgamento havia empate entre os jurados, cabendo à deusa Minerva, da Sabedoria, o voto decisivo. O réu foi absolvido, e Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.

CASA DA MÃE JOANA 
Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a menoridade do 
Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro cuja proprietária se chamava Joana. Como, fora dali, esses homens mandavam e desmandavam no país, a expressão casa da mãe Joana ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.

CONTO DO VIGÁRIO 
Duas igrejas de Ouro Preto receberam, como presente, uma única imagem de determinada santa, e, para decidir qual das duas ficaria com a
escultura, os vigários apelaram à decisão de um burrico. Colocaram-no entre as duas paróquias e esperaram o animalzinho caminhar até uma delas. 
A escolhida pelo quadrúpede ficaria com a santa. E o burrico caminhou direto para uma delas... Só que, mais tarde, descobriram que um dos vigários havia treinado o burrico, e conto do vigário passou a ser sinônimo de falcatrua e malandragem.
A VER NAVIOS 
Dom Sebastião, jovem e querido rei de Portugal (sec XVI), desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir, no Marrocos. Provavelmente morreu, mas seu corpo nunca foi encontrado. Por isso o povo português se recusava a acreditar na morte do monarca, e era comum que pessoas subirem ao Alto de Santa Catarina, em Lisboa, na esperança de ver o Rei regressando à Pátria. Como ele não regressou, o povo ficava a ver navios.

NÃO ENTENDO PATAVINAS 
Os portugueses tinham enorme dificuldade em entender o que falavam os frades italianos patavinos, originários de Pádua, ou Padova. Daí que não entender patavina significa não entender nada.

DOURAR A PÍLULA 
Antigamente as farmácias embrulhavam as pílulas amargas em papel dourado para melhorar o aspecto do remedinho.A expressão dourar a pílula significa melhorar a aparência de algo ruim.
SEM EIRA NEM BEIRA 
Os telhados de antigamente possuíam eira e beira, detalhes que conferiam status ao dono do imóvel. Possuir eira e beira era sinal de riqueza e de cultura. Estar sem eira nem beira significa que a pessoa é pobre e não tem sustentáculo no raciocínio.

Bullying - RELATO DE RUBEM ALVES

Um relato de Rubem Alves sobre o bullying

A FORMA ESCOLAR DE TORTURA

Eu fui vítima dele. Por causa dele odiei a escola. Nas minhas caminhadas passadas eu o via diariamente. Naquela adolescente gorda de rosto inexpressivo que caminhava olhando para o chão. E naquela outra, magricela, sem seios, desengonçada, que ia sozinha para a escola. Havia grupos de meninos e meninas que iam alegremente, tagarelando, se exibindo, pelo mesmo caminho... Mas eles não convidavam nem a gorda e nem a magricela. Dediquei-me a escrever sobre os sofrimentos a que as crianças e adolescentes são submetidos em virtude dos absurdos das práticas escolares. Mas nunca pensei sobre os sofrimentos que colegas infligem a colegas seus. Talvez eu preferisse ficar na ilusão de que todas as crianças e todos os adolescentes são vítimas. Não são. Crianças e adolescentes podem ser cruéis.
 “Bullying” é o nome dele. Fica o nome inglês porque não se encontrou palavra em nossa língua que seja capaz de dizer o que “bullying” diz. “Bully” é o valentão: um menino que, em virtude de sua força e de sua alma deformada pelo sadismo tem prazer em intimidar e bater nos mais fracos. Vez por outra as crianças e adolescentes brigam em virtude de desentendimentos. São brigas que têm uma razão. Acidentes. Acontecem e pronto. Não é possível fazer uma sociologia dessas brigas.  Depois da briga os briguentos podem fazer as pazes e se tornarem amigos de novo. Isso nada têm a ver com o “bullying”. No “bullying” um indivíduo, o valentão, ou um grupo de indivíduos, escolhe a sua vítima que vai ser o seu “saco de pancadas”. A razão? Nenhuma. Sadismo. Eles “não vão com a cara” da vítima. É preciso que a vítima seja fraca, que não saiba se defender. Se ela fosse forte e soubesse se defender a brincadeira não teria graça. A vítima é uma peteca: cada um bate e ela vai de um lado para outro sem reagir. Do “bulling” pode-se fazer uma sociologia porque envolve muitas pessoas e tem continuidade no tempo. A cada novo dia, ao se preparar para a escola, a vítima sabe o que a aguarda. Até agora tenho usado o artigo masculino – mas o “bullying” não é monopólio dos meninos. As meninas usam  outros tipos de força que não a força dos punhos. E o terrível é que a vítima sabe que não há jeito de fugir. Ela não conta aos pais, por vergonha e medo. Não conta aos professores porque sabe que isso só poderá tornar a violência dos colegas mais violenta ainda. Ela está condenada à solidão. E ao medo acrescenta-se o ódio. A vítima sonha com vingança. Deseja que seus algozes morram. Vez por outra ela toma providências para ver seu sonho realizado. As armas podem torná-la forte. 
Freqüentemente, entretanto, o “bullying” não se manifesta por meio de agressão física mas por meio de agressão verbal e atitudes. Isolamento, caçoada, apelidos.
Aprendemos dos animais. Um ratinho preso numa gaiola aprende logo. Uma alavanca lhe dá comida. Outra alavanca produz choques. Depois de dois choques o ratinho não mais tocará a alavanca que produz choques. Mas tocará a alavanca da comida sempre que tiver fome. As experiências de dor produzem afastamento. O ratinho continuará a não tocar a alavanca que produz choque ainda que os psicólogos que fazem o experimento tenham desligado o choque e tenham ligado a alavanca à comida. Experiências de dor bloqueiam o desejo de explorar. O fato é que o mundo do ratinho ficou ordenado. Ele sabe o que fazer. Imaginem agora que uns psicólogos sádicos resolvam submeter o ratinho a uma experiência de horror: ele levará choques em lugares e momentos imprevistos ainda que não toque nada. O ratinho está perdido. Ele não tem formas de organizar o seu mundo. Não há nada que ele possa fazer. Os seus desejos, eu imagino, seriam dois. Primeiro: destruir a gaiola, se pudesse,  e fugir. Isso não sendo possível, ele optaria pelo suicídio.
Edimar era um jovem tímido de 18 anos que vivia na cidade de Taiúva, no estado de São Paulo. Seus colegas fizeram-no motivo de chacota porque ele era muito gordo.  Puseram-lhe os apelidos de “gordo”, “mongolóide”,  “elefante-cor-de-rosa” e “vinagrão”, por tomar vinagre de maçã todos os dias, no seu esforço para emagrecer. No dia 27 de janeiro de 2003 ele entrou na escola armado e atirou contra seis alunos, uma professora e o zelador, matando-se a seguir.
Luis Antônio, garoto de 11 anos. Mudando-se de Natal para Recife por causa do seu sotaque passou a ser objeto da violência de colegas. Batiam-lhe, empurravam-no, davam-lhe murros e chutes. Na manhã do dia fatídico, antes do início das aulas, apanhou de alguns meninos que o ameaçaram com a “hora da saída”. Por volta das dez e meia, saiu correndo da escola e nunca mais foi visto. Um corpo com características semelhantes ao dele, em estado de putrefação, foi conduzido ao IML para perícia.
Achei que seria próprio falar sobre o “bullying” na seqüência do meu artigo sobre o tato que se iniciou com esta afirmação: O tato é o sentido que marca, no corpo, a divisa entre Eros e Tânatos. É através do tato que o amor se realiza. É no lugar do tato que a tortura acontece. “Bullying” é a forma escolar da tortura.