sexta-feira, 22 de novembro de 2013

CONCORDÂNCIA NOMINAL - SABER PARA USAR CORRETAMENTE

Para que saber?
O prezado leitor deve saber aplicar, na prática, as regras de concordância. Elas são absolutamente indispensáveis a quem, falando ou escrevendo, precisa se comunicar usando o padrão culto da língua.
Trago algumas dessas placas para ilustrar as regras de concordância nominal.  Veja o primeiro exemplo.
A estranheza na placa acontece porque a informação escrita contraria
a primeira regra da presente discussão.
1- As palavras variáveis que se referem ao substantivo concordam com ele em
gênero e número.
*As palavras variáveis de que trata a regra são os artigosos adjetivos, alguns pronomes e numerais.
Corrigindo a placa: INTERVENÇÕES VIÁRIAS.
Por quê? “Intervenções” é substantivo; “viárias” é adjetivo e, de acordo com a regra, adjetivos concordam com  o substantivo em gênero (masculino/feminino) e número(singular/plural).
Observe a foto.  Onde a concordância nominal falhou?

Há três placas, apenas uma está escrita incorretamente.
A primeira placa vai de encontro à seguinte regra:
2-  O substantivo que faz parte da expressão “É proibido” quando vem acompanhado de
artigo ou pronome (palavras determinantes) o adjetivo concorda  com o substantivo.
Por quê? “Permanência”  é substantivo feminino, “ proibido” é adjetivo e “ a
é artigo (palavra determinante) então, o adjetivo deve concordar com o substantivo permanência.
Corrigindo a primeira placa:
É PROIBIDA A PERMANÊNCIA DE PESSOAS ESTRANHAS AO SERVIÇO.
A segunda placa está correta, porque está de acordo com a seguinte regra:
3- Se o substantivo não se apresentar com um determinante, o adjetivo “proibido” fica invariávelou seja, mantém-se no masculino.
*As mesmas regras são empregadas para
as expressões É BOM, É NECESSÁRIO.

REDAÇÃO: Como fazer uma boa redação?

Dominar a arte da escrita é um trabalho que exige prática e dedicação. No entanto, conhecer seu lado teórico é muito importante. Aqui você encontra um resumo desta teoria com dicas de como fazer uma redação de qualidade. Aplique-a em seu trabalho mas não se esqueça: você precisará fazer a sua parte, isto é, escrever. 

SIMPLICIDADE

Use palavras conhecidas e adequadas. Escreva com simplicidade. Para que se tenha bom domínio, prefira frases curtas. Amarre as frases, organizando as idéias. Cuidado para não mudar de assunto de repente. Conduza o leitor de maneira leve pela linha de argumentação.

CLAREZA

O segredo está em não deixar nada subentendido, nem imaginar que o leitor sabe o que você quer dizer. Evidencie todo o conteúdo da sua escrita. Lembre-se: você está comunicando a sua opinião, falando de suas idéias, narrando um fato. O mais importante é fazer-se entender.

OBJETIVIDADE

Você tem que expressar o máximo de conteúdo com o menor número de palavras possíveis. Por isso não repita ideias, não use palavras demais ou outras coisas que só para aumentem as linhas. Concentre-se no que é realmente necessário para o texto. A pesquisa prévia ajuda a selecionar melhor o que se deve usar.

UNIDADE

Não esqueça, o texto deve ter unidade, por mais longo que seja. Você deve traçar uma linha coerente do começo ao final do texto. Não pode perder de vista essa trajetória. Por isso, muita atenção no que escreve para não se perder e fugir do assunto. Eliminar o desnecessário é um dos caminhos para não se perder. Para não errar, use a seguinte ordem: introdução, argumentação e conclusão da ideia.

COERÊNCIA

A coerência (coesão) entre todas as partes de seu texto, é fator primordial para se escrever bem. É necessário que elas formem um todo. Para isso, é necessário estabelecer uma ordem para as ideias se completem e formem o corpo da narrativa. Explique, mostre as causas e as consequências.
Exemplos: Obedecer uma ordem cronológica é um maneira de se acertar sempre, apesar de não ser criativa. Nesta linha, parta do geral para o particular, do objetivo para o subjetivo, do concreto para o abstrato. Use figuras de linguagem para que o texto fique interessante. As metáforas também enriquecem a redação.

ÊNFASE

Procure chamar a atenção para o assunto com palavras fortes, cheias de significado, principalmente no início da narrativa. Use o mesmo recurso para destacar trechos importantes. Uma boa conclusão é essencial para mostrar a importância do assunto escolhido. Remeter o leitor à ideia inicial é uma boa maneira de fechar o texto.

LEIA E RELEIA

Lembre-se, é fundamental pensar, planejar, escrever e reler seu texto. Mesmo com todos os cuidados, pode ser que você não consiga se expressar de forma clara e concisa. A pressa pode atrapalhar. Com calma, verifique se os períodos não ficaram longos, obscuros. Veja se você não repetiu palavras e ideias. À medida que você relê o texto, essas falhas aparecem, inclusive, erros de ortografia e acentuação. Não se apegue ao escrito. Refaça se for preciso. Não tenha preguiça, passe tudo a limpo quantas vezes forem necessárias. No computador, esta tarefa se torna mais fácil. Faça sempre uma cópia do texto original. Assim você se sentirá à vontade para corrigir quanto quiser, pois sabe que sempre poderá voltar atrás.

O #BCCCV ESCLARECE:

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

SENÃO/ SE NÃO - dúvida cruel!

Emprega-se SENÃO:
1. Com o significado de "a não ser, mais do que":
Ele não se corrigirá senão apanhando.
Não havia na sala senão crianças.

2. Com o significado de "no caso contrário, de outro modo, de outra forma":
Confessa, senão serás denunciado.
Não insistas, senão serás acusado de chato.

3. Pode significar também "mas":
Se tal foi dito, não foi para ofendê-lo, senão para adverti-lo.
Discursou não como político, senão como cidadão.

4. Quando duas orações são ligadas pela locução negativa não só ou por não somente,
a segunda oração será ligada à primeira pelas locuções adversativas:
senão, senão também, senão que, mas ainda, mas também, mas até:
Ela não somente vê televisão, senão ouve rádio.
Ele não só vai ao cinema, senão que ao teatro.
Ele não só estudava, senão também pesquisava.


Emprega-se SE NÃO separado:
1. Quando o não conserva o seu valor de advérbio de negação e o se exerce
a função de conjunção:
Se não queres, não deverás ser forçada. Isto equivale: Caso não queiras, não deverás
ser forçada.

CRASE E ARTIGO COM POSSESSIVOS

O uso de crase antes de pronomes possessivos. É permitido?
Existe alguma regra?  W. Castro, Rio de Janeiro/RJ

--- A minha mãe (para minha mãe) tem crase? Sibele Akselrad, São Paulo/SP

Sabemos que a crase está condicionada ao uso simultâneo da preposição a com o artigo a;
portanto, para ocorrer a crase é preciso que a palavra anterior [um verbo ou um nome] exija
a preposição a e o substantivo posterior – que será obrigatoriamente feminino, explícito ou não
– admita a presença do artigo definido. Sibele coloca entre parênteses “para minha mãe”, sem 
o artigo antes do possessivo. Consequentemente, se trocarmos a prep. para por a, não aparecer
á o acento: Disse a minha mãe que voltaria cedo.

Entretanto, outros leitores traduziriam esse “a minha mãe” por “para a minha mãe”, o que pressupõe
a coexistência da preposição com o artigo definido. Neste caso, escreve-se com o acento indicativo
 de crase: Disse à minha mãe que voltaria cedo.

Conclusão sabida e regra repetida: o uso da crase antes do pronome possessivo é facultativo.

Quer dizer, pode-se omitir o acento que não fica errado. Mas é altamente recomendável usá-lo,
pois evita ambiguidades, sobretudo depois de verbos, vejam só:

Favor anexar a sua declaração de isento a sua identidade.

Anexar o que a quê? Deixemos claro:

Favor anexar à sua declaração de isento a sua identidade.

Favor anexar a sua declaração de isento à sua identidade.

Favor anexar a sua identidade à sua petição.

Anexamos à petição o documento solicitado.

Peço que junte à nota para a imprensa a sua fotografia. 

A crase, aliás, é sempre motivo de clareza. Também fica melhor:

À SUA ESCOLHA [título de reportagem sobre imóveis à venda]

O Natal bate à sua porta [propaganda na TV sem o acento!]

Dobre à sua direita.

A bem da verdade, esse tipo de crase só deveria ser dito “facultativo” em relação às regiões do Brasil,
já que em alguns Estados não se usa o artigo definido diante do possessivo. Ali as pessoas normalmente
dizem: “de minha mãe, de meu pai, minha amiga, para/a minhas tias”, o que em tese as desobrigaria do
“a craseado”.  Já em outros lugares o artigo definido é usual: “da minha mãe, do meu pai, com a minha
amiga, para as minhas tias”. Esta situação enseja o emprego de à/às: Refiro-me à minha amiga e às
minhas tias, por exemplo, em vez de a minha amiga e a minhas tias.

Em Portugal a crase (que é chamada simplesmente de acento grave) com os pronomes possessivos é de lei,
pois o uso do artigo definido diante deles é a norma naquele país. Numa biblioteca pública de Porto, em agosto
de 2001, li num manual de gramática que era “mania de brasileiro” a dispensa do artigo na frente dos possessivos!
No Brasil, de fato, tanto faz.


PLURAL

É preciso ter cuidado com a opção diante de pronome possessivo plural: a alternativa não é as/às, mas sim
a/às, pois aí se trata de escolher entre a simples preposição (entendendo-se que não se queira usar o artigo
definido antes do possessivo) ou a preposição combinada com o artigo no plural:

Não reconheceu o Estado de Israel por questões políticas ligadas a/às suas relações com os
países árabes.

É interessante manter a coerência dentro do texto ou pelo menos dentro da frase:

Passo a suas mãos documento que já é de seu conhecimento.

Passo às suas mãos documento que já é do seu conhecimento

Na casa de minha irmã, eu me referi a minhas dificuldades.

Na casa da minha irmã, eu me referi às minhas dificuldades.